Pai cadáver

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senti suor frio escorrer pela minha testa, abri os olhos devagar e uma luz insuportável arder os meus olhos. sentei na cama ainda não enxergando nada e coloquei uma mão nos meus olhos e cocei

abri novamente os olhos e a luz se foi... eu não estava no meu quarto de hotel ou no da Carol, eu estava na minha casa. a minha antiga casa, aonde eu cresci em minha cidade natal

levantei meio bamba da cama, que porra é essa?

-Finalmente você acordou, Elana e papai estão te esperando lá embaixo

olhei pro lado e Fernanda estava deitada em sua cama roxa com detalhes de estrelas, era exatamente o mesmo quarto de quando eu tinha 10 anos e Fernanda estava com a aparência jovem

fui até o espelho q tinha no armário e eu estava com aparência normal, a própria Day de 17

-Está me ouvindo Dayane?

me virei pra ela e assenti meio confusa, ela falou do nosso pai? abri a porta do quarto e sai. fui até o final do corredor onde era a cozinha e me deparei com meu pai na cozinha

-Querida, está tudo bem? Acordou depois de Elana, isso é um milagre

era o meu pai, César Nunes meu pai. ele estava com a aparecia jovem, parecia feliz. ele estava agora aqui na minha frente e eu era covarde o suficiente pra não conseguir mover um músculo ou falar uma palavra

-Tio César acho que a Day não quer brincar hoje, eu preparei as coisas de pirata pra gente

olhei pra frente e uma Elana de 10 anos baixinha estava me olhando com os olhos brilhando e roupa de pirata. eu estava gelada agora, não conseguia me mover ou falar. pisquei os olhos rápido e todos sumiram

a casa estava vazia com algumas caixas espalhadas, estava tudo meio cinza. entrei na cozinha

-Pai? Elana?

olhei tudo e não tinha ninguém, até mesmo o jardim estava vazio então voltei para meu antigo quarto cheio de caixas e a cama de Fernanda não estava mais lá nem ela

andei devagar até uma caixa grande q tinha parada no final do quarto e abri

tinham as coisas do meu pai, a caixa q tem embaixo da cama da minha atual casa. lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto então levantei e quando fui virar e meu pai estava atrás de mim

ele estava com a aparecia de como eu o vi pela última vez, com as mesmas roupas mas seu olhar era branco. sem pupila, aquilo me daria medo se não fosse ele

-Você se sente culpada né? Você sempre me culpa mas no fundo você se sente culpada

-O-o que?

-Você me matou Dayane de Lima Nunes, você matou seu próprio pai

ele estava sério e quando eu fui me esticar para abraçá-lo eu acordei, isso tudo foi um sonho?

eu estava ofegante com os olhos arregalados, suando frio e minhas mãos estavam tremendo

-Eu tô aqui, tá tudo bem. Respira tá bom?

Carol estava na minha frente segurando minha cabeça com as duas mãos e ao fundo consegui ver Arthur e Dreicon encostados na parede

empurrei de leve Carol e me sentei na cama, como um soco em meu estômago senti uma vontade enorme de vomitar então corri pro banheiro, abri a porta e abri a tampa do vaso vomitando tudo

-Ela provavelmente está assim por conta da reação da cocaína com a GHB, são drogas com efeitos opostos e podem ter dado uma ressaca

escutei a voz grossa de Dreicon falar ecoando no banheiro, Carol estava atrás de mim segurando meus cabelos. levantei a cabeça e limpei o resto de vômito com as costas da mão, eu sei q é nojento mas fodase

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