Family

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as vezes eu queria ter a coragem de Arthur, eu era egoísta e covarde por manter Carol perto de mim sabendo q eu a machucava e eu não queria envolver ela nos meus problemas. eu sou cheia de problemas e não sei quando isso vai mudar

mas ter a menina ruiva nos meus braços adormecida fazia as borboletas em minha barriga explodirem e implorarem pra eu ficar e não a abandonar, não era isso q eu queria eu não quero abandonar ela mas não quero vê-la chorar novamente

ontem sentir seu corpo ficar mole sobre o meu e não da maneira q eu queria me quebrava e me quebrava mais ainda saber q todos os meus segredos poderiam deixá-la assim de novo

estávamos agora deitadas em meu dormitório, ela respirava suavemente sobre mim e eu não me movia por medo de acabar acordando-a e perder esse momento

meu celular começou a tocar descontroladamente ao meu lado, tirei minha mão dos cabelos ruivas da menina em meu peito e estiquei alcançando o celular atendendo a ligação. empurrei devagar o corpo de Carol q caiu sobre a cama e a cobri indo até um canto do quarto

-Alô, Dayane?

a voz da ninha mãe soou preocupada do outro lado da linha quase como se implorasse pra ouvir minha voz e eu respondi baixo pra não acordar Caroline

-Oi mãe

-Aí querida você está bem? Está no dormitório?

-Estou bem sim mãe, estou com Caroline

eu falava enquanto andava de um lado para o outro ao lado da cama e as vezes dava uma verificada em Caroline com os olhos

-Meu amor me perdoe, volta pra casa pfvr

-Está tudo bem, eu volto pro jantar não se preocupe

-Mande um beijo pra Caroline

-Mando sim

desliguei e me virei dando uma última volta colocando o celular no bolso

-Quem era?

uma voz baixa e rouca soou pelo quarto chamando minha atenção, levantei a cabeça e vi Caroline toda coberta somente com os olhinhos de fora me encarando

-Minha mãe

ela assentiu e eu fui até seu lado me sentando na cama e puxei a coberta até seus ombros, ela coçou os olhos e falou bocejando

-Acordou tem quanto tempo?

-Acabei de acordar

ela se levantou na cama sentando em perna de índio encostando as costas na cabeceira enquanto mexia em seus dedos até q falei

-A pista de patins fica aberta de manhã?

ela me olhou dando um leve sorriso e curiosa inclinando a cabeça de lado

-Fica o dia todo, pq?

-Tava pensando se quer que eu te leve pra tomar café lá

falei dando de ombros e a menina abriu um grande sorriso e se espreguiçou como um neném com os braços pro alto, eu me esgueirei pela cama e agarrei o corpo da menor. até q senti seus braços envolta de mim

-Eu queria te recompensar por ontem, não saiu nada como eu planejava

minha voz saiu abafada por estar com a cara enterrada em seus seios mas mesmo sem manter contato visual podia sentir q o rosto de Caroline continha um sorriso

ela beijou o topo da minha cabeça e falou com a voz calma, tão calma q me deu vontade de continuar ali e dormir em seus braços

-Bom, se quando minha menstruação acabar você me recompensar de outra maneira está perdoada também

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