Maybe Love

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A pressão dançava junto com o silêncio enquanto os dois jovens permaneciam encostados na parede. Para ela o coração pulsando fortemente em seu peito, para ele a sensação de algo desconhecido mas que de certa forma o deixava tranquilo.

-E você, gosta de mim?

Não era simples conversar com Sakusa, diversas vezes as palavras precisavam ser ditas da maneira mais crua possível.

O garoto virou a cabeça para a gerente ela não retornava seu olhar, mantinha o olhar fixo num ponto a sua frente, as mãos fechadas em punho e o rosto levemente pintado de vermelho. Conseguia entender que estava com vergonha, já tinha recebido algumas confissões ao longo dos anos mas geralmente só recusava educadamente e se retirava.

Mas não queria recusar, mas corresponder seria o certo? Ainda era confuso aquelas sensações que tomavam seu peito quando estava por perto.

-Não sei – respondeu com uma sinceridade pura – Não consigo separar se o que eu sinto é um carinho por você ser minha primeira amiga ou... Outra coisa.

Se sentiu estranho ao falar aquilo, mesmo sendo honesto o medo de [Nome] mal interpretar suas palavras ou de começar evitar se instalou no fundo da sua mente. Deveria ter agido diferente?

Uma risada, ou melhor uma gargalhada.

Imediatamente o ace se virou para a garota, algumas lágrimas caindo de seu rosto – Eu não sei porque eu ainda espero reações comuns de você, você sempre me surpreende ace-kun.

Passou a mão de leve sobre os olhos se virando em seguida em sua direção – Só prometa que quando descobrir irá falar para mim primeiro, sim?

As orbes brilhantes encaram seu rosto com carinho, não havia mágoa havia entendimento. [Nome] estava dando espaço o suficiente para que ele tomasse suas próprias conclusões.

Sakusa puxou a manga da blusa sobre a mão e a levantou na direção do rosto da companhia para secar o ultimo vestígio de lágrima que tinha – Prometo.

Foi uma palavra, mas a gerente podia jurar que suas pernas poderiam ter cedido a qualquer instante. Mas o alívio de não ter mais aquele segredo guardado em seu peito era melhor do que tudo; e para ser sincera não sabia o que faria se ele tivesse prontamente respondido que aceitava seus sentimentos ou não.

Embora ainda estivesse de corroendo de vergonha por dentro, estava feliz.

-Ainda quer socar o Kurosawa-senpai?

Um riso grave e uma negação de cabeça – Não, já podemos voltar. Ainda dá tempo de você ver a final feminina.

-Komori me pediu pra ficar de olho em você.

-Eu não vou burlar o jogo.

-Prefiro não arriscar – respondeu – Só me dê alguns momentos eu preciso... Lavar o rosto.

Um aceno de leve de cabeça e a gerente correu na direção do banheiro mais próximo, a água gelada fazendo contraste com sua pele quente. Encarando seu reflexo encontrou alguém muito diferente de meses atrás.

Saiu de Hyōgo sem perspectivas de grande mudança, neutra. Sem grandes vontades ou ambições, naquele momento Itachiyama seria apenas mais uma escola; Um lugar por onde passaria por um fantasma e iria embora sem ter grandes lembranças.

Mas foi de longe a melhor coisa que lhe havia a acontecido, a fizera sentir viva. A fez lembrar de sensações que a muito tempo não tinha, fez com que a juventude que foi abandonada para cuidar de sua mãe de alguma forma voltasse.

Amava poder se encontrar com Taya e Lâmia na hora do almoço, amava poder ajudar o time com o conhecimento que havia adquirido jogando, as pequenas brincadeiras com Komori, ou impressionar os senpais com algum conhecimento. Mas acima de tudo amava a oportunidade de ser normal e de poder se apaixonar por alguém como Sakusa.

Se sentia humana de novo, não apenas uma casca existindo automaticamente.

Mal percebeu que as lágrimas se acumularam nos seus olhos, com certeza também estava muito mais sensível. Jogou a água uma última vez, secou o rosto e prendeu seu cabelo novamente.

Não demorou para que se encontrasse com o garoto novamente, esse os guiando para onde o restante do time estava. Komori visivelmente aliviado por ele estar de volta, pode ver seus ombros caindo em seguida enviando um sinal de bom trabalho.

Por sorte onde estavam ainda dava para assistir a Fukurodani jogando, apoiou os braços na pequena mureta e ficou observando ao lado do ace o jogo se desenrolar. De fato eram um time forte ou mais que isso

As jogadoras eram individualmente fortes, mas juntas se tornavam um poder esmagador

As jogadas combinadas eram intensas e o preparo físico? Não podia nem imaginar o tipo de treino que devessem fazer para jogar cinco sets inteiro daquela maneira e o apoio da torcida não era menos entusiasmado.

Acompanharam até o quinto set depois disso capitão Izuna havia se aproximado reunindo o time para ir até o aquecimento.

-Você viu aqueles cruzados, o ângulo super estreito e com a mão esquerda – a gerente falou animadamente enquanto seguia com os meninos para a outra ala.

-Não sabia que ela era canhota.

-E não é – Saito-senpai se virou continuando andando de costas – A capitã treinou a mão esquerda só pra conseguir cortar. No primeiro ano ela não fazia isso, começou no segundo mas aperfeiçoou somente esse ano.

-Deve ser incrível, acho que eu virei fã.

-Você não devia torcer para a sua própria escola? – Komori perguntou e até mesmo os senpais fizeram uma careta.

-Tem alguma coisa de errada com o time feminino? – [Nome] perguntou não entendendo o porquê das reações. Agora que parou para pensar, nunca sequer tinha visto um treino delas ou alguma interação entre os dois times.

-Digamos que nós do terceiro ano não temos muita afinidade – Kurosawa-senpai disse colocando a mão na boca em seguida como se estivesse contando um segredo – Torcemos para a Fukurodani também.

-Certo vamos lá se concentrem – Elijah como sempre a voz da razão retomou as rédeas do time.

Os meninos começaram a se aquecer na meia quadra que tinha nos bastidores, o treinador dando algumas orientações sobre os alongamentos e repassando algumas estratégias para a final, o segundo treinador apareceu uns vinte minutos depois avisando que a partida feminina havia acabado, com vitória do time da corujas.

-Claro que ganharam – Izuna parecia de certa forma orgulhoso – Agora nós precisamos fazer a nossa parte também.

Alguma determinação desconhecida tomou o corpo da garota, como se ela mesma estivesse pronta para entrar numa batalha feroz.

Mas ali naquele momento era apenas a gerente, ou menor. Era "A" gerente da Itachiyama.

E estava mais do que pronta para ver seu time vencer.







N/A: Espero que vocês tenham gostado do rumo que teve depois do anterior.

Eu realmente acredito que o Sakusa teria esse tipo de reação, crua sabe. Pelos últimos capítulos do mangá da pra sentir essa vibe mais neutra. Pelo menos na minha compreensão é isso e foi o caminho que eu escolhi.

Vejo vocês na próxima!

Xx

Redamancy - (Sakusa x [Nome])Onde histórias criam vida. Descubra agora