Runna Balnerva

63 22 19
                                    

Runna On

Luzes, câmera, ação…

A música sensual abafada pelas paredes não passava despercebida. O som oco dos meus saltos contra o chão era perceptível. Caminhei calmamente pelo corredor iluminado com luzes vermelhas.

Abri de leve as portas duplas a minha frente sentindo o cheiro de álcool permear no ar. Delicioso.

Caminhei dentre as pessoas amontoadas próximo ao palco, e me dirigi até a bancada do bar. Assim que Lótus me notou, ela tratou de rapidamente vir até mim.

— “Boa noite senhorita Runna”. Lótus falou como um leve sorriso.

— “Olá querida, como vão às coisas até o momento?”. Perguntei retirando meu óculos de grau e o colocando em minha bolsa.

— “Tudo certo”. Ela disse por fim com um aceno.

Lótus era meus olhos e ouvidos aqui em baixo. Ela era uma observadora nata, e eu apreciava isso, alguém tem que colocar aqueles garotos na linha, e ela me dizia exatamente quem estava saindo da rota.

— “Onde está Evy?". Perguntei olhando em volta.

— “Ela está no escritório, passou aqui a alguns minutos e então subiu até lá”.

—  “Obrigada Lótus, pode continuar seu trabalho”. Peguei minha bolsa de cima da bancada e caminhei até às escadas.

Assim que coloquei meu salto agulha no primeiro degrau, fui surpreendida com Jack descendo.

Seus olhos focaram em meus seios, ação que ele tratou de desfazer rapidamente.

— “Boa noite senhorita Runna”. Ele falou puxando uma lufada de ar.

— “Ótima noite, Jack”. Falei observando sua expressão nervosa.

Continuei minha subida até o andar de cima. 

Eu não poderia negar que Jack era quente, sendo que isso foi algo crucial para eu tê-lo contratado.

Assim que abri a porta do escritório, observei Evy que estava sentada em uma das poltronas enquanto mexia no celular.

Porém, assim que notou minha presença tratou de guardar o aparelho se levantando em seguida.

— “Ah que bom que chegou Senhorita Runna, temos um convidado interessado em falar com a senhorita”. Evy falou com um sorriso.

O homem de olhos castanhos claros em seu terno feito sob medida, levantou-se da outra poltrona ao lado de Evy.

Dominic Collins. Maldito!.

— “Evy, nos dê licença por favor? Irei conversar com este senhor e assim que acabar-mos eu lhe chamo ok?”. Ela assentiu levemente e saiu.

Virei-me caminhando até a porta para tranca-la. Assim que o fiz voltei meu olhar para homem com um sorriso relaxado.

Andei até o mesmo decifrando um tapa em seu rosto perfeito.

— “Maldito!”. Falei sentido minha palma formigar. — “Como você ousa aparecer aqui?!”. Vociferei.

Soltei minha bolsa no chão e comecei a tentar esmurra-lo com as mãos. Dominic segurou firme em minhas mãos, e em seguida me trouxe para junto de seu corpo quente imobilizando-me.

Meus olhos ardiam, mas eu não iria chorar, não daria esse triunfo a ele.

— “Ei bebê, calma, eu sei que você está brava comigo, aliás, brava não, furiosa”. Seus lábios molhados tocaram meu pescoço me causando arrepios. — “Eu sei que vir aqui foi uma afronta enorme a você, mas eu precisava ver você, voltei a uma semana e encontrei nosso apartamento vazio, seus pertences haviam sumido”. Ele dizia próximo a meu ouvido.

Delivery ManOnde histórias criam vida. Descubra agora