O Velório

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C a s a m e n t o   F o r j a d o — (J i k o o k)

• C a p í t u l o - 28


Jungkook caminhou irritado até o quarto que o loiro estava, logo abrindo a porta irritado. A primeira vista, Jeon não viu nada e entrou no quarto com cautela. Ainda irritado, começou a procurar por Jimin, olhando em todos os lugares possíveis.

– Jimin?

A voz de Jeon soou pelo quarto e logo ouviu a fungada alta que Park deu.

– Saí do meu quarto. – a voz de Jimin não tinha o mesmo tom que antes, agora estava mais chorosa e triste. – Eu não quero ver ninguém.

Jungkook foi até a direção que ouviu a voz do esposo, e logo o achou sentado perto da cama, chorando.

– O que aconteceu?

– Não te importa! – Jimin respondeu de forma bruta, fazendo o marido se assustar um pouco.

– Tudo bem, Jimin. Não me importo com o por quê você esteja chorando... – Jeon deu de ombros. – Por que você disse... – foi cortado por um soluço que o loiro deu, logo em seguida o choro aumentou.

Jimin escondeu o rosto entre as pernas, sentindo como se sua cabeça fosse explodir de tanto chorar.

– A minha Noona, Jungkook... – tirou o rosto molhado de entre as pernas, encarando Jeon. – E-Ela morreu. – soluçou novamente. – Agora que já sabe... – passou a mão pelos olhos. – Poderia me deixar em paz? – o loiro pediu.

Jungkook se sentou ao lado do loiro, e ao invés de continuar naquela briga, abraçou o esposo. Jimin deixou sua surpresa de lado e aproveitou o abraço, finalmente podendo chorar o quanto quisesse.

Como toda morte, também havia um velório. O loiro no dia do velório de sua Noona, havia escolhido uma roupa nas cores escuras e se menteve de cabeça abaixada quase o tempo todo. Não haviam muitas pessoas ali, apenas os mais próximos de Min Luna, o quê de certa forma foi reconfortante para Jimin. Ele pensava que talvez sua Noona gostaria de ver seus amigos mais uma vez.

– Não acha melhor se sentar, um pouco? – Jungkook sussurrou ao marido, mas o loiro negou com a cabeça, parado em frente ao caixão de sua Noona.

O caixão estava fechado. E, ninguém podia abrir.

– Eu queria ver a minha Noona... – Jimin comentou suspirando alto, limpando outra lágrima, já perdendo a conta de quantas vezes havia chorado.

– Você não pode querido, ela está em um estado muito... – Jeon tentou buscar as palavras corretas para se referir como ela estava.

– Muito feia? – o loiro se virou para o marido. – Eu não ligo.

– Eu sei que você não liga para isso, mas ela está... – foi interrompido novamente por Jimin.

– Desarrumada?

Zhang meio choroso se aproximou do irmão também, vendo apenas Jeon e Jimin na sala do caixão. Jungkook apenas fazia companhia para o esposo, já os outros que estavam no velório, eles estavam do lado de fora.

– Jimin? – o pequeno se aproximou. – Papai pediu para eu te chamar para fora... – olhou para o mais alto, logo fazendo uma cara de surpresa ao ver Jeon. – Que surpresa te ver por aqui, Senhor Jeon!

– Ah... – o loiro limpou os olhos. – Jungkook, esse é o Zhang, meu irmão mais novo. – Jimin apresentou o mais novo ao irmão. – Zhang, esse é o meu marido, Jeon Jungkook.

– Eu já sabia disso, Jimin. – Zhang deu de ombros, logo estendendo a mão para o maior. – É um prazer te conhecer, Senhor Jeon.

– Igualmente, Park Zhang. – Jeon apertou a mão do mais novo. – Não precisa me chamar de "senhor", eu me sinto velho assim. – o outro falou bem humorado, fazendo o Park mais novo rir baixinho, ainda meio deprimido. – Eu já estava levando Jimin para fora, ele precisa sair um pouco daqui.

Zhang foi até o irmão, o abraçando timidamente, não eram acostumados com se abraçar. Mas naquelas situações, nem inimigos deveriam se odiar.

– Vocês... Podem me deixar sozinho com a Noona? – Jimin pediu após alguns minutos abraçado ao irmão. – Eu quero, dizer adeus uma última vez.

– Eu não sei...

Jungkook quem iria dar a última palavra, mas Zhang puxou a mão do mesmo, como se quisesse o tirar dali, claro que foi delicado para não machucar Jeon.

– Jimin é incapaz de fazer algo contra a Noona, pode deixar que ele não vai atrever a fazer nada que possa o comprometer. – Zhang falou puxando Jeon gentilmente para o rumo da porta. – Não é, irmãozinho?

O loiro negou com a cabeça, no fundo se sentindo agredecido por Zhang ter tirado Jeon de perto de si. Não que a presença do marido fosse ruim, Jimin apenas não queria ficar grudado no mesmo 24horas por dia.

Assim que estava sozinho com o caixão de sua Noona, o loiro se aproximou da caixa de madeira e colocou a mão ali. Deixando outras lágrimas escorrerem, Jimin deslizou a ponta dos dedos pela madeira e ficou olhando apenas para um ponto fixo.

– Me desculpe Noona... – o loiro sussurou baixinho, suspirando alto, limpando outra lágrima. – Eu deveria ter ficado no seu lugar! – deu de ombros, ainda sussurrando. – Por que você sempre é tão teimosa? – deu uma bronca na outra, sem conseguir manter o olhar fixo no caixão. – Agora nunca mais vou poder ver você, tem noção do quanto isso me dói? – negou com a cabeça, segurando as lágrimas que queriam descer, fungando algumas vezes. – Você sempre dizia que queria ver os meus filhos, e eu sempre quis te mostrar... Mas não com você "assim"... – mordeu os lábios, segurando o choro, sem conseguir, se permitindo chorar. – V-Você sempre me deu conselhos, e eu fingia não ouvir! – passou a palma das mãos nos olhos, soluçando mais uma vez, ainda sussurrando, sem forças para gritar. – Eu sempre t-te ouvi, e no fundo, eu gostava dos s-seus conselhos... – Jimin falava eufórico, sentindo sua vista embaçar cada vez mais.

O loiro ainda tinha muitas coisas para falar com sua Noona, Jimin encostou a cabeça no caixão e voltou a chorar. Era um choro mudo, mas um dos mais sofridos que havia sentido naquele dia. Park se perguntava o que sua Noona estaria fazendo agora.

– E-Eu espero que esteja alegrando os anjos... – o loiro se afastou após um tempo, secando as lágrimas e abanando o próprio rosto com a mão. – Quando meu filho crescer, eu irei o trazer para te conhecer, Noona. – Jimin sorriu tristemente. – Vou sentir falta de seus conselhos, e principalmente, de você.

Jimin se afastou indo até a porta, voltando a olhar para trás, fazendo uma referência para a mais velha. Mordendo os lábios para impedir o choro.

– Adeus, Noona.

Casamento Forjado - Jikook (pjm+jjk) Onde histórias criam vida. Descubra agora