Capítulo 14

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Acho que Deus levou muito ao pé da letra o que eu pensei, ela pegou o vestido colocou rapidamente eu me vesti também, o silêncio reinava dentro do carro, eu já sabia que ela se calava depois de transar, na primeira vez, no quarto dos espelhos, ela fez o mesmo, e quando perguntei porque, ela não soube responder, apenas disse que estava acostumada.

Olhava para frente e respirava fundo, eu queria muito saber o que se passava naquela cabecinha de vento, mas ela não iria me deixar entrar. Ficamos os dois ali parados olhando as pessoas ficarem acredor do carro passando e atravessando a rua,

ela parecia triste, talvez arrependida, e todo aquele silêncio já me incomodava.

— É que tal irmos jantar?

Ela me olhou e eu não vi nada em seus olhos, ela incrivelmente estava fechada em uma bolha.

— Não, não vamos jantar, não vamos fingir que nos entendemos, nem nada disso, destrava a porta, que eu vou embora.

— O quê? Joana por favor. Eu achei...

Ela me cortou dura, e com a feição raivosa.

— Pensou o que, que depois de transar eu ia para sua casa e íamos ficar bem. Um casal perfeito.

Não havia sido o que eu pensei, mas era o que eu queria e ela sabia.

— Você não pode fazer isso. Caralho, eu tô aqui, o que mais você quer? Eu to aqui para você, o que há de tão errado em aceitar que eu te amo.

— Eu quero que me deixe em paz!! Agora abre a porta do carro!

O grito que ela deu um grito no carro foi alto o suficiente. Mas por mais que eu quisesse desistir, algo maior me prendia aquela mulher.

— Está aberta. — Falei, mas quando ela puxou a porta com raiva eu a trouxe para meus braços, não há beijei, mas a deixei colada em mim.

— Você mente tão mal que você diz que não me quer, mas a sua cara, seu corpo diz outra coisa. Acho que está perdendo a prática em mentir.

Ela puxou o braço com forca e abriu a porta do carro saindo pisando duro e com raiva, mas bom mentiroso era eu quem estava me tornando, os olhos dela não transmitiam nada e seu corpo depois do sexo esfriou, eu nem sabia como agir.

Eu a vi pelo retrovisor entrar no fusca verde e sair, e então resolvi fazer algo que teria que ter uma grande discrição. Dei ré no carro ate poder virar sem perdê-la de vista, fiquei em uma distância de 05 carros, o dela não era difícil de encontrar, o centro da cidade movimentado, parecia um inferno, eu tentava me esquivar máximo possível de ser visto por ela.

Mas burra a garota não era, percebi de cara ela refazendo ruas, deixei ela me passar, quando um dos carros do qual eu estava trás estacionou em uma grande avenida eu também estacionei, liguei o celular, a claridade a deixaria ver apenas um homem mexendo no celular, esperei 4 carros entrarem atrás dela e continuei a seguir.

Ela estacionou o carro em um conjugado de apartamentos em um prédio de mais o menos 4 andares, era arrumado o lugar, estacionou o carro em um estacionamento exclusivo e saiu dele, olhando para todos os lados, e quando ela olhou para todos os lados possíveis eu já tinha saído.

— Vai toma no seu cu, eu não acredito que você me seguiu até aqui. Eu achei quietinha te despistado.

Ela parecia assustada, também poderá, até eu ficaria, mas eu já estava cansado das fugas dela, e de todo o resto, não era possível que ela não sentisse nada por mim.

— Nós precisamos conversar e eu não saio daqui sem antes falar com você.

Ela veio andado decidida, eu também fui ao seu encontro, a rua deserta pelo horário deixava tudo ainda mais climático.

A margem da LeiOnde histórias criam vida. Descubra agora