18 anos de idade
— Você vai mesmo embora? Eu não entendo, você não tem nem casa.
Depois daquele dia, com aquele homem, eu não precisei mais voltar. A diretora da casa da criança falou que eu já havia feito a minha parte. Não sei o que aconteceu com aquelas pessoas, nem se as meninas que conviviam comigo foram libertadas, eu apenas estava em uma cidade que viria a conhecer só agora, sem família, sem amigos, por que a Valentina ainda ia ficar ali uns anos até sair, Lucas já tinha ido embora a uns dois anos, éramos nos duas somente, e agora seria somente eu.
—Eu sei, não precisa esfregar na minha cara. Vou me virar, e você se cuide, quando sair espero te encontrar um dia.
Seria quase impossível. Valentina era tão especial, e não sabia nada do mundo lá fora, estava ali dês dos seis anos de idade, e ainda esperava a mãe retornar em algum momento.
— Eu vou mesmo. Vai ser a primeira coisa que eu vou fazer.
A vida em orfanatos era essa. Você passava a vida ali dentro, se desse sorte, poderia ser adotado por alguém, se não ficava até os 18 e então tinha destino certo, a rua, e pode fazer o que quiser, são as regras, você sai com uma mão atrás da outra, sem saber o que vai comer quando escurecer.
Abracei a garotinha magrela na minha frente. Ela chorava intensamente enquanto me abraçava.
— Primeiro o Lucas, agora você, vou ficar aqui sozinha!
—Meu deus obvio que não, tem várias outras crianças aqui pra você brincar.
Depois de muito acalenta-la eu fui falar com a Cátia e as outras mulheres que ali trabalhavam. Me despedir, e todas elas me pediram para ter juízo, e seguir o caminho certo. Mas eu sabia como iria me manter de ali em diante, com a única coisa que eu sabia fazer, então não foi difícil pra mim procurar por um ponto naquela mesma noite, eu tinha um mínimo de dinheiro que as meninas haviam me dado, aluguei um quarto e durante a noite daquele mesmo dia eu sai às ruas em busca de conseguir dinheiro na única coisa que eu sabia fazer desde que tinha 10 anos de idade. Sexo.
Eu estava gordinha era verdade, mas isso não impedia em nada no meu serviço eu sabia muito bem como agir, peguei umas roupas e cortei, deixando-as provocantes, curtas de mais, passei uma maquiagem infantil que peguei de uma das meninas do orfanato, sombra azul e um batom vermelho que deixavam minha boca enorme. aquele seria o meu retorno, em uma cidade nova, e agora na rua. Eu nunca havia trabalhado na rua, mas sabia fazer sexo e isso que contava, sem falar que já havia escutados histórias das outras garotas no quarto, as que batiam ponto, eu só teria que ser cautelosa, teria que falar com as garotas da rua e pedir pra falar com o gigolô dela, não poderia procurar briga, não queria amanhecer com a boca cheia de formiga.
Sai por volta das 22 da noite rodando a cidade, ainda de chinelo havaiana, meu dinheiro todo estava no forro do sutiã, eu não era burra de deixar no quarto do hotel, muito menos de deixar na bolsa para me roubarem. Seguro morreu de velho e eu só tinha 18.
***
Cheguei ao ponto por volta da 23 daquela noite, tinha umas, sei lá 10 mulheres espalhadas por ali, diversas idades e fisionomias diferentes, roupas provocantes e saltos enormes, eu ainda estava de chinelo.
Me aproximei de uma das mulheres, ela era alta, feia pra porra, tinha os cabelos vermelhos e a pele desbotada. Assim que me aproximei ela me olhou de cima para baixo com desdém como se fosse melhor que eu em algo.
— Qual é garota, ta fazendo o que aqui no meu ponto.
Os pontos são as marcas de território de cada uma delas, onde os clientes fixos sabem bem onde encontra‑las, se uma rouba o ponto, rouba o cliente, e isso gera confusão.
—Quem é o seu cafetão, preciso de grana, não vou pegar o ponto de ninguém aqui.
Falei sem demonstrar medo, isso era crucial, se demonstrar medo, elas montam em você e te fazem sofrer por culpa e opressão.
—Tu quer falar com meu cafetão?
Ela riu na minha cara e o bafo de cigarro me deixou enjoada.
—Tu podias ta trabalhado nessas lojinhas aqui hooo, precisa dessa vida não garota.
Ela apontou para a fachada das lojas ao nosso redor. Concelho de puta mãe, última coisa que eu precisava.
—È a única coisa que eu sei fazer, eai vai me dizer onde encontro ou não?
Ela viu um carro vindo de longe e acenou, o carro aproximou e parou ao seu lado, e a resposta não veio. Se debruçando na janela do carro, ela ofereceu o serviço completo por 50,00 R$, o cara olhou para mim, mas eu não me movi, nem sorri para ele, então o cara recusou os serviços da mulher ao meu lado.
—Vou te falar, e você vê se some daqui ok. Ele vai passar aqui daqui um pouco, um carro preto grande, se você ficar ali no canto eu te indico pra ele, mas se ficar aqui me atrapalhando vou chamar as outras meninas pra te descer o cacete.
Assim que ela terminou de explicar eu já fui pro cantinho que ela falou e fiquei lá esperando o cara aparecer.
Quando foi por volta das 01 da manhã eu já estava sonolenta, quando vi um carro preto por ali, diferente dos outros esse parou em cada ponto, e quando chegou no da velha ela falou algo e apontou a onde eu estava. Eu me levantei apressadamente e alinhei a roupas a maquiagem provavelmente já estava só o bagaço, mas teria que valer. O carro chegou e eu vi um homem negro e um que até parecia albino de tão branco.
—Entra aí, vomos te levar pro chefe.
Olhei dentro do carro, e fosse o que Deus quisesse. Olhei para a mulher longe dali e ela apenas acenou com a mão, então eu abri a porta traseira e entrei.
Ola minhas amadas tudo bom com vcs?
O capitulo curtinho mas amanha tem a continuação, e vou contar pra vcs, vai ser top.
Ja vou avisado que vai ter um gatilho, literalmente em todos os aspectos kkkkk peguem o lencinho!!!
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A margem da Lei
ChickLitLivro para maiores de 18 anos! DAVIS é e sempre foi um homem justo, agora aos 58 anos, aposentado e finalmente podendo assumir a Nighet como seu negócio pessoal, a vida não poderia estar melhor, mas ainda ele ainda se incompleto desde que ela foi...