Sasuke
Faltava pouco tempo para colocar meu plano em prática. Meu sangue ardia de ansiedade, enquanto eu andava para lá e para cá na cela. Nos últimos três dias, os guardas só tinham deixado Sakura me ver da escada, confirmando que eu estava vivo. Naruto tinha sido levado para me visitar uma vez, mas tinha durado tão pouco que eu me perguntava se tinha sido verdade ou se eu tinha alucinado.
Ficar trancado naquele subsolo úmido e escuro estava mexendo com minha percepção do mundo, tirando-me do meu ciclo. Eu já não sabia quando era dia ou noite, tinha perdido o controle de quanto tempo tinha que estava preso. Era o que eles queriam, claro. Cada vez eu ficava mais nervoso, mais inquieto, menos são. Mas precisava me segurar e manter o foco se queria sair vivo dessa prisão.
O som de passos descendo a escada me deu um alívio imediato. Sakura estava vindo me ver, trazer alguma novidade para esse dia que era igual ao anterior e a todos os outros nessa cela. Aproximei-me das grades, esperando que me deixassem pelo menos conversar com ela dessa vez, mas me decepcionei assim que vi quem parava em frente à porta. Akira.
- Como está, Sasuke? – Sua voz me dava arrepios.
- Cada dia melhor – respondi, mantendo os olhos colados nos deles.
Akira não vinha me ver desde o dia em que me dissera que Sakura tinha lhe dito algo importante. Ele sabia o que eu queria na vila por causa dela, era o que dissera, mas isso era impossível, já que nem mesmo Sakura sabia minhas intenções ali. Era um jogo, mais uma tentativa de me tirar do sério. Eu só precisava ficar firme e não acreditar em nada que os Itami dissessem.
- A que devo sua ilustre visita? – ironizei, apoiando os braços nas grades da cela.
- Vim ver se já está convencido de me dar o que eu quero – ele respondeu.
Fingi olhar para um relógio em meu pulso, como se consultasse as horas.
- Ainda não são "hora nenhuma" do dia "nunca", então não estou convencido.
Akira abriu um sorriso, mas não foi por causa da minha piada insolente.
- Como eu já te disse antes, sei exatamente como te convencer.
Dei um passo para trás na cela, afastando-me do general. Senti meus músculos ficarem tensos, preparados para mais uma sessão de tortura. Akira ia me machucar outra vez, mas nada do que fizesse me obrigaria a ceder. Eu era mais forte do que ele pensava e não havia dor que ele pudesse infligir ao meu corpo que me fizesse mudar de ideia.
Ele se aproximou da cela, olhando-me intensamente, mas, ao contrário do que eu esperava, não me causou nada. Lentamente, Akira enfiou a mão no bolso de sua túnica e tirou de lá um filhotinho de gato branco, de olhos azuis, que miou baixinho. Franzi o cenho, confuso.
Akira colocou o animal dentro da cela e começou a falar:
- Veja que gatinha mais fofa, Sasuke. Um bebê ainda, não tem nem dois meses – A gatinha andava devagar no chão de pedra, desconfiada. Ela chegou perto de mim e cheirou meus pés, depois esfregou a cabeça contra minha perna, pedindo carinho.
- Uma graça – respondi, desconfiado.
Akira observava atento os movimentos da gata, enquanto ela deitava no chão à minha frente, ronronando.
- Não quer saber o nome dela? – perguntou ele, um sorriso maldoso no rosto. Eu estava confuso e tenso demais para responder. Akira continuou sem que eu falasse nada. – A gatinha se chama Sakura.
Meu coração parou por um segundo.
- Posso ver que você já se afeiçoou à pequena Sakura, não é, verdade? – Ele caminhava de um lado para o outro, ameaçadoramente. – E seria uma pena se algo acontecesse com ela.

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O Único Jeito
FanfictionSakura é a única esperança para livrar Sasuke de uma sentença de morte. Para salvar o grande amor de sua vida, ela vai precisar fazer o impossível acontecer.