Final... Feliz?

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Sakura

Sete meses depois

- Em nome do tratado de paz entre a Vila da Folha e a antiga vila Itami, agora Vila da Luz, eu inauguro este monumento – anunciou Tsunade, cortando a faixa vermelha que pendia em frente à pedra talhada, onde uma versão do tratado estava esculpida. – E declaro abertas as festividades!

A multidão se agitou, batendo palmas e gritando palavras de apoio. Tsunade apertou a mão do novo comandante da Vila da Luz e desceu do pequeno palco, pronta para se esbaldar nas barraquinhas de apostas da feira.

Depois de nosso retorno a Konoha, meses antes, nossa vila tinha ajudado a família Itami a se reerguer e criar uma nova vila, agora mais aberta e sem as regras antiquadas. Essa ajuda só foi possível graças ao tratado de paz, que agora comemorávamos felizes.

Nossa cidade estava lotada de cidadãos Itami, que estavam adorando conhecer um novo lugar, interagir com novas pessoas. Uma grande feira havia sido armada, com barracas de jogos e de comida, cabines de fotos, vendedores de balões e pipoca. Depois da inauguração do novo monumento, seguimos todos para a feira. Estávamos com fome e ansiosos para jogar nas barracas.

- Essa criança está cada dia maior – Itachi disse, apontando para a minha barriga.

Ele havia aparecido ao meu lado, agora caminhando em meu passo lento. Não estava sendo nada fácil carregar essa barriga para lá e para cá. Meu cunhado estava certo: essa criança estava grande demais. Já era hora de nascer ou ficaria maior que eu ainda na barriga.

- Como estão os alunos? – perguntei.

Ele arregalou os olhos, soando desesperado.

- Me deixando louco.

Depois da guerra dos Itami e de derrotar Akira, Itachi tinha voltado à vila e assumido a culpa de todos os seus crimes. Porém, diante das evidências que apresentou, Tsunade confabulou com outros membros do comitê de segurança da vila e decretou uma sentença mais leve. Ela queria que Itachi pagasse pelo que fizera, mas de forma que fosse construtiva para ele e para a vila. Assim, tinha ficado determinado que ele deveria ser professor na academia, treinando as crianças menores.

No início, muitos pais resistiram à ideia e alguns até tiraram seus filhos da escola. Mas, com o tempo, Itachi conquistava a confiança da vila e provava sua redenção.

- Mas acho que é bom para treinar – Ele apontou para minha barriga. – Tenho que estar pronto se quero ser o tio preferido do bebê.

Havíamos chegado ao restaurante onde íamos almoçar. Ele puxou uma cadeira para que eu me sentasse. Logo depois de nos acomodarmos, Kakashi apareceu, sentando-se à mesa conosco.

- Quem disse que você vai ser o tio preferido? – O sensei acariciou minha barriga, sentindo os chutes e piruetas que o bebê dava ali dentro. – É óbvio que eu vou tomar esse posto.

Naruto chegou assim que Kakashi terminou de falar, acompanhado de Hinata.

- Vocês dois podem ir sonhando – disse, prepotente. – O tio preferido vai ser o Naruto Uzumaki aqui. Afinal de contas, é com meu filho que o pequeno Uchiha vai brincar.

Ele acariciou a barriga protuberante de Hinata, reforçando seu ponto. Eu tinha de admitir que Sasuke tinha poder de convencimento. Sua conversa com Naruto tinha dado efeitos muito rapidamente. Hinata e eu tínhamos apenas alguns meses de diferença em nossas gravidezes.

Um toque quente e familiar acariciou minhas costas. Sasuke beijou meu rosto antes de sentar à mesa, ao meu lado.

- A criança ainda nem nasceu e vocês já estão disputando sua preferência? – brincou, rindo da discussão que acontecia.

- Não tem disputa, eu estou ganhando de lavada – respondeu Itachi.

Kakashi e Naruto riram, ironicamente.

- É óbvio que eu vou ser o tio preferido – argumentou meu cunhado. – Quem mais vai ensinar a criança a usar o Sharingan?

- Eu posso ensinar – Kakashi contra-atacou.

- Não tem Sharingan nem meio Sharingan, o tio preferido vai ser o futuro Hokage – Naruto falou mais alto, reforçando seu ponto.

Os três seguiram disputando, enquanto Sasuke, Hinata e eu caíamos na risada. Como se também estivesse se divertindo com a conversa, o bebê se remexeu em meu ventre. Acariciei minha barriga, feliz e satisfeita. Essa criança nem tinha nascido ainda e já era tão amada.

Olhei ao meu redor, para todos sentados à mesa. Sasuke, sorrindo e provocando a discussão divertida; Hinata acariciando sua própria barriga, acalentando o bebê que provavelmente seria melhor amigo do meu; Kakashi, nosso sensei e exemplo; Naruto, meu melhor amigo e quase um irmão para Sasuke... E Itachi, o outro Uchiha, que tinha retornado e se redimido.

Minha vida estava completa, eu finalmente havia colocado todas as peças faltantes no quebra-cabeça e agora podia respirar, aliviada e livre.

Kabuto

Eu observava de longe, meio enojado pela cena. Todo aquele carinho, aqueles sorrisos e aquela felicidade. Eu poderia vomitar. Não tinha a menor paciência para nada daquilo, mas tinha de continuar observando coletando informações.

Minha distância da mesa em que Sasuke estava era grande e segura, mas eu me mantinha atento, evitando ao máximo ser visto. Tinha que ser discreto.

- Aproveite enquanto pode, Sasuke – falei para mim mesmo, já que ele não podia me ouvir. – Em breve você irá entregar o que deve.

A mão gelada de meu mestre tocou a minha, interrompendo meu monólogo.

- Não, Kabuto – Sua voz baixa e sibilante me advertiu. – Não tenho mais interesse em Sasuke Uchiha.

Franzi o cenho, estranhando. Ele tinha sido o motivo de nossa vinda até Konoha, dessa missão de espionagem. Meu mestre percebeu meu olhar confuso e riu de minha ignorância.

- Tenho outro objetivo em mente agora – Mestre Orochimaru explicou, e apontou para a barriga protuberante de Sakura, antes de abrir um sorriso malicioso, armando seu plano.

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