Sasuke
Eu podia ouvir um som agudo, como se algo estivesse trincando. Meus ouvidos zumbiam, tudo ao redor tremia. Olhei para Sakura e percebi que eu tinha descarregado minha raiva no chão abaixo de mim, socando a pedra com chacra acumulado. Eu mal sentia a energia fluindo pelas minhas mãos.
Puxei o ar, meu acalmando, recuperando minha sanidade. Busquei outra vez por sinais vitais em Sakura, mas não encontrei nada. Ela era a ninja médica ali, era desesperador não saber como ajuda-la. Tentei usar o chacra em seu peito, mas eu não sabia muito bem como eu devia me posicionar, quais pontos vitais eu tinha que estimular.
Comecei a me desesperar, sentindo o tempo correndo contra mim. A cada segundo que passava, Sakura ficava sem respirar, sem oxigenação no cérebro, sem voltar a vida. "Vamos, Sasuke, se concentra!" exigi para mim mesmo.
Esfreguei as mãos, recompondo minha energia, concentrando-me. Foquei o chacra no pulmão de Sakura, rezando para estar fazendo o certo. Senti uma discreta movimentação em seu peito, que me fez saltar. Eu estava no caminho certo. Usei o mesmo método de novo, tentando abranger os dois pulmões, fornecendo o máximo de energia possível.
Sakura puxou o ar, exasperada, voltando a respirar. Estava ofegante e instável, mas estava respirando. Segui usando o chacra, enquanto Sakura recuperava sua cor, respirando cada vez mais estavelmente. Depois de um tempo, ela abriu lentamente os olhos, confusa e letárgica.
- Sasuke? – Sua voz escapou pela sua boca, falhada e rouca, apenas um sopro.
Agora que tinha trazido Sakura de volta a vida, eu me sentia mais calmo, mas ainda estava agitado. Queria tacar fogo no centro militar, ver Akira queimar, sofrer como eu sofrera ao pensar que Sakura estava morta. Mas eu sabia que estava em menor número e, mesmo que conseguisse fugir da vila, não adiantaria de nada. Só colocaria Sakura, Naruto e Konoha em risco, além de ter que viver me escondendo dos Itami. Eu estava cansado de me esconder.
- Akira nunca mais vai tocar um dedo em você – prometi, encarando os olhos semi abertos de Sakura.
Ela tentou falar, mas estava debilitada demais, então só soltou um suspiro e adormeceu. Enquanto ela descansava, eu continuava jorrando chacra para seu corpo, ajudando-a a voltar ao normal, e planejava meus próximos passos.
Dez horas depois
Sakura já tinha sido levada de volta para seu quarto, muito melhor depois de horas sendo tratada por mim. Eu não tinha habilidades médicas, mas tinha sido eficiente em salvar sua vida, o que me deixava orgulhoso de mim mesmo.
Já devia estar de noite, mas eu não tinha como saber, sentado na caverna úmida. Eu estava esperando Akira desde que ficara sozinho, pronto para ter uma conversa séria com ele. Estava cansado de deixar aquele sádico usar de seus poderes contra mim. Eu ia dar o que ele queria, mas ia ser do meu jeito e eu tinha um plano.
Para vencer Akira, eu precisaria me aproximar. "Mantenha os amigos próximos, os inimigos mais próximos ainda". Estávamos em uma guerra silenciosa, que exigia mais estratégias que força. O jogo de Akira era sujo, então eu ia me aproveitar disso. Usar sua corrupção a meu favor, para ganhar mais liberdade, mais tempo para planejamento, mais aliados.
O general desceu as escadas, finalmente vindo ao meu encontro.
- Acredito que precisamos conversar – disse ele, andando para lá e para cá como sempre fazia, esfregando uma mão na outra.
- Precisamos mesmo – concordei. Akira ficou interessado quando ouviu meu tom de voz. Percebeu que eu estava pronto para negociar.
- Tem algo que quer me dizer, Sasuke?
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O Único Jeito
FanfictionSakura é a única esperança para livrar Sasuke de uma sentença de morte. Para salvar o grande amor de sua vida, ela vai precisar fazer o impossível acontecer.