Cap. XVII - Mil idiomas

1.7K 174 142
                                    

Cedric Diggory bateu delicadamente na porta do dormitório de Siena Dumbledore. Era de madrugada e o jovem havia se esquecido do jantar com Siena, seu pai e os diretores dos colégios que iriam participar do Torneio Tribruxo. 

Siena abriu a porta com uma expressão confusa. Suas bochechas estavam marcadas pelo tecido do travesseiro. Imediatamente, a morena franziu os lábios e revirou os olhos. Ela não queria demonstrar sua decepção, mas não conseguia controlar sua careta. 

-Vou te pedir desculpas mil vezes. E em mil idiomas. 

Cedric sussurrou com arrependimento. Sua face estava ruborizada e pequenas gotículas de suor escorriam de sua testa. 

-Não existem mil idiomas. 

Siena rebateu com acidez. Cedric ficou desapontado ao ouvir a resposta de Siena, mas insistiu: 

-Me desculpe. Eu estava estudando e perdi a noção do tempo... Dumbledore me mandou imediatamente para cá. 

Cedric exclamou ao se apoiar na porta e desenhar pequenos círculos na madeira. Siena fungou e deu de ombros, ainda brava com Cedric. 

-Tudo bem, imprevistos acontecem. 

A morena respondeu, por fim. O rosto de Cedric se iluminou e ele indicou o quarto silencioso. Roman não havia retornado para o cômodo ainda. Siena era a única no ambiente. 

-Posso entrar? 

Siena balançou a cabeça e Cedric fechou a porta com um estalo. Um clima tenso se instalou entre os jovens e era possível perceber as faíscas nos olhares. Uma luz fraca iluminava a silhueta de Cedric, fazendo com que Siena inspirasse seu perfume com dificuldade. 

Suas pernas tremeram e uma voz em sua mente pediu para ela não perdoá-lo com tanta facilidade. Mas, era difícil com Cedric há poucos centímetros de seu rosto. 

-Eu sinto muito. 

Cedric murmurou com a voz rouca ao acariciar a bochecha de Siena com a costa de sua mão. Siena soltou o ar em seu pulmão e grunhiu, pois era exaustivo se pressionar tanto para ficar com raiva de Cedric. 

Uma corrente de excitação percorreu o corpo de Cedric. Ele ansiava por tocar em Siena, mas tinha medo da sua reação. Cedric ainda não sabia como se comportar com ela. Namorar Siena e se tornar pai, eram duas novidades na vida do rapaz. 

-Eu posso...

Cedric tentou formular uma frase, mas não conseguiu. Ainda se culpava pelo seu esquecimento, mas planejava compensar Siena. O jovem só ainda não sabia como. 

-O que você quer? 

Siena sussurrou ao sentir o hálito de Cedric próximo de seu rosto. Cedric queria beijá-la, como nunca quis... Mas, não sabia se Siena estava bem com isso. Em um movimento espontâneo, Cedric posicionou sua mão na cintura de Siena e a puxou para perto de si. 

-Nosso namoro não vai funcionar se você não se comprometer, Cedric. 

Siena retrucou. Cedric sentiu um espasmo desconfortável de culpa. O que ele havia feito não era bom, mas não fora proposital. 

-Eu não vou mais te decepcionar, essa é a minha promessa. 

Cedric respondeu com rapidez ao inclinar sua cabeça em direção ao ouvido de Siena. Mil fagulhas foram disparadas na pele de Siena, mas ela não se mexeu. Estava imóvel e ansiosa com o toque de Cedric. 

-Tudo bem. 

Siena suspirou. Suas mãos foram para os ombros de Cedric e ela os pressionou. Cedric abraçou Siena e direcionou seus lábios em direção aos dela. Os lábios de Cedric estavam gelados, mas seu corpo pegava fogo. Cedric percorreu um caminho conhecido pela boca de Siena e a empurrou gentilmente em direção à parede do dormitório. 

Febre Dourada - Cedric DiggoryOnde histórias criam vida. Descubra agora