Cap. XXI - A primeira prova

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Era quase seis da manhã quando Siena Dumbledore desceu as escadas do seu dormitório para o salão comunal da Lufa-lufa. O silêncio reinava no ambiente e as cortinas amarelas escondiam os raios de sol que insistiam em invadir o cômodo repleto de flores, livros e xícaras de chá. 

Ah sim, o salão comunal da Lufa-lufa era uma mistura de livrarias, cafés mediterrâneos e estufas. Cada canto havia sido decorado com muito cuidado pelos alunos, para transmitir o seu orgulho lufano. Siena apertou o cachecol de Cedric ao redor do seu pescoço e entrou dentro da lareira para aparatar. 

Siena pensou a noite inteira sobre o que faria na manhã do dia seguinte e decidiu que iria se manter fiel ao próprio plano: aparatar na casa da Família Diggory para convencer Amos e Claire à assistirem Cedric na primeira prova do Torneio Tribruxo. 

Dessa maneira, quando a jovem jogou o pó de flu sobre si mesma, foi transportada para a lareira da residência dos Diggory. Claro que Hogwarts tinha uma proteção especial para que os alunos não aparatassem nas dependências do colégio, mas Siena havia descoberto o segredo há alguns anos atrás. 

Na mesma ocasião, Dumbledore lhe orientou a usar o meio apenas se fosse extremamente necessário. E bem, levar a família Diggory para torcer por Cedric se encaixava na categoria de emergência.

Um cheiro delicioso de panquecas e mel invadiu o nariz de Siena. Após piscar algumas vezes, a jovem observou atentamente cada particularidade da sala de estar da casa dos pais de Cedric. Os sofás continham almofadas coloridas com as iniciais de cada filho na lã, fotos se mexiam nas paredes amarelas e pequenos desenhos emolduravam a lareira. Era um verdadeiro lar.

Siena tentava não se imaginar crescendo em uma família assim, pois isso provocava um aperto em seu coração. Mas, as vezes era inevitável. 

A jovem respirou fundo e caminhou em direção à cozinha que já estava iluminada pela manhã. Siena se encostou no batente da porta e coçou os olhos, tentando organizar seu discurso para os Diggory. 

-Você não veio até aqui para se esconder, querida.

Uma voz doce disparou para Siena. Claire Diggory, a mãe de Cedric, cortava pequenas rodelas de limão na mesa da cozinha. Seus cabelos cor de mel estavam presos em um coque desarrumado e pequenos fios caíam sobre suas bochechas rosadas. Siena podia perceber a semelhança física entre Claire e Cedric. 

-Você me viu vindo até aqui. 

Siena respondeu ao passar pela porta e acenar para Claire com educação. A mãe de Cedric sorriu e indicou a mesa posta para o café da manhã. Diferentemente de muitos bruxos, Claire possuía o dom de ver o futuro. Cedric contara à Siena que Claire quase nunca falava sobre suas visões para não influenciar as decisões das pessoas. 

Mas, Claire já havia visto Siena aparatando na sua lareira quando a ideia surgiu na mente de Siena no dia anterior. 

-É uma benção e uma maldição ver o futuro.

Claire comentou com educação ao tocar na barriga de Siena e puxá-la para um abraço carinhoso. Siena relaxou seus ombros e tirou o casaco preto por cima do suéter de Cedric. Suas roupas... Não serviam mais. E com tantas coisas, Siena ainda não conseguira ir até Hogsmead procurar por novas peças. 

Ainda bem que o guarda-roupa de Cedric era pelo menos cinco números maior que o dela. Então, as blusas ficavam largas e compridas. E de bônus vinham com o seu perfume.

-Amos e Daliah ainda estão acordando. Quer aproveitar para me contar como Cedric está? Ele não responde as nossas cartas. 

Claire disse em um tom ressentido. Siena mordeu os lábios, pois sabia que Cedric não estava bem com a briga de seus pais... Mas, também não sabia como abordar o assunto com Claire.

Febre Dourada - Cedric DiggoryOnde histórias criam vida. Descubra agora