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author's pov.

Ariana estava em casa, e Justin não estava com ela. Ele não tinha levado muita coisa, mas levou tudo o que Ariana mais amava. Ele tinha levado embora sua presença, sua felicidade. Ela se sentia tão culpada por ter estragado tudo, e por mais que soubesse que se afastar dele era a melhor opção, ela não queria que tivesse sido assim. Ela não queria ter magoado tanto ele, a ponto dele não querer mais olhar pra cara dela.

Ela sabia que se continuasse sozinha, sendo assustada por seus próprios fantasmas, ela poderia se machucar mais ainda. Ela não queria isso. Ela queria uma companhia, uma amiga pra quem ela pudesse chorar e dizer como se arrepende de ter sido tão burra. Ela não tinha essa amiga, mas tinha um amigo que fazia quase a mesma coisa. Ariana teclou rapidamente as palavras, e esperou que obtivesse uma resposta. Ele não demorou para responder, sempre estaria ali se ela precisasse. Tinha virado um lema.

ari: somers
ari: preciso de vc agora
ari: vem aqui em casa assim q der

somers: oi ari
somers: já imagino o q seja
somers: to indo e to levando sorvete de algodão doce :)
somers: aguenta firme, princesa

Ariana não sabia como era ter uma melhor amiga, mas sabia como era ter um melhor amigo. Chaz tinha segundas intenções com ela, mas sempre soube de seu posto como melhor amigo. Eles funcionavam melhor assim. Não que eles tenham tentado de outra forma, mas Ariana já estava cansada de ter que assumir o controle em suas relações. Com Justin, era diferente. Eles sempre trocavam o posto de mandante do relacionamento. Ora era ela, ora era ele. Isso os tornava únicos, porque eles funcionavam perfeitamente como uma dupla. Ela sabia ouvir, e ele também. Talvez ela nunca mais ache alguém tão perfeito, quanto ele.

Quando Chaz disse que estava vindo, ele não especificou que demoraria uma eternidade. Ela não sabia o que ele estava fazendo, mas com certeza já estava se arrependendo de ter incomodado o rapaz. Todos tinham problemas, e ela não podia atolar os outros com seus problemas bobos de adolescente. Quase uma hora depois, Chaz entrou pela porta da frente. Ele não bateu, apenas entrou e largou as coisas na bancada da cozinha. Ele correu pra ela, e a apertou em um abraço confortável. Ele tinha o dobro da altura dela, então eles se encaixavam perfeitamente. Chaz já tinha sentido a dor que Ariana estava sentindo, mas não teve uma ajuda como ela está tendo. Ele não sabe como pode ajudar.

— Pequena! — Ele acariciou os cabelos dela, e desmontou sua pose de durão. Ela estava magoada, e ela era como uma irmã mais nova pra ele. — Tudo vai ficar bem, anjo. Você vai ver!

— Eu estraguei tudo, Chaz... — Ela disse com as lágrimas voltando a dar sinal de vida. — Eu sou uma puta de uma burra! Ele me amava e eu estraguei tudo!

Chaz se sentou no sofá com ela, e ela se deitou no colo dele. Ele começou um carinho leve nos cabelos enroladinhos de Ariana, e escutou o choro baixinho da garota. Ele nunca tivera que cuidar de uma garota assim, era tudo muito novo pra ele. Chaz nunca se preocupou tanto com uma mulher, como está se preocupando com Ariana. Ele não tem irmãs, e ele não tem um contato frequente com a mãe. Então, o mais próximo de uma relação afetiva feminina que ele teve, foram as mulheres com quem ele transava e se despedia na manhã seguinte.

— Você não fez a coisa certa, mas ta tudo bem, todo mundo comete erros. O Justin pode não te perdoar agora, mas ele vai te perdoar algum dia... — Chaz franziu o cenho. Não sabia se tinha falado a melhor coisa, mas o que realmente importa, é a intenção. — Você é uma mulher incrível, e os seus erros não te definem! Eu não sei muito como te ajudar, mas se você quiser, eu posso te ouvir e tomar sorvete com você. Amanhã é sábado mesmo, então a gente não precisa se preocupar com horário nem nada. Eu só não quero te ver assim, pequena. O seu brilho ta tão apagadinho...

𝑳𝑰𝑭𝑬𝑻𝑰𝑴𝑬    ::    𝒋𝒂𝒓𝒊𝒂𝒏𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora