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Chaz tinha montado uma central na sala do apartamento de Ariana, enquanto Alisha e Sofia tentavam encaixar todas as pistas que nós temos até agora. Eu não consigo me concentrar, então estou afastado das buscas por Ariana. É como se a minha cabeça estivesse a mil, e eu não conseguisse me concentrar em um pensamento só. Quando eu fecho os meus olhos, eu consigo ver a verdade, mas não consigo me concentrar em lê-la. É um borrão enorme que está me matando.

— Você vai abrir um buraco no chão, se continuar desse jeito. — Sofia disse e me empurrou um copo com água. — Bebe. É água com açúcar. Pode te deixar mais calmo.

— Obrigado. — Murmurei.

— Alguma novidade, Chaz? — Alisha perguntou esperançosa.

— Não. O celular dela provavelmente está desligado, ou fora de área. — Ele disse com certo desânimo na voz. — Vou continuar tentando, talvez eles liguem o celular em algum momento.

Eu tinha me encontrado com Jeremy ontem, e desde então, não tive mais notícias dele. Me impressiona como ele aparece e some do nada. Ontem mesmo eu liguei pra minha mãe, e perguntei como estavam as coisas. Ela me disse que tudo estava bem, mas que estava enfrentando mesmo alguns problemas com a Jazzy. Eu disse que logo estaria no Canadá, mas que antes de ir, eu precisava resolver um problema. Ela entendeu o que eu quis dizer, porque ela passou a me perguntar sobre Ariana. Sem dar muita corda, eu disse que ela estava bem, mas que não podia falar agora.

A minha noite foi em claro. Eu criei um mapa mental sobre possíveis suspeitos, e também adicionei as teorias que Ariana tinha criado sobre aquele bilhete estúpido. Nada fazia muito sentindo, mas eu sinto que estou me desviando muito do caminho. Isso está me perturbando como nunca.

— Justin — Alisha me chamou. —, a Ari tinha mencionado uma teoria maluca sobre uma tal de Hope e o Isaac, não tinha? — Assenti. — E você tem falado com a Hope? Sabe se a Ari estava falando com o Isaac?

— Eu não falo com a Hope faz um bom tempo, e também não vi a Ari falar com o Isaac na viagem... — Murmurei e esperei que ela completasse o raciocínio.

— Não é estranho que eles tenham aparecido na mesma hora, e que também tenham desaparecido na mesma hora? — Alisha pergunta mais para si mesma, do que pra mim. Agora, todos prestam atenção nela. — É como se eles estivessem...

— Trabalhando juntos. — Completo a frase dela, em um murmuro pensativo. — Sofia, você acha que a Hope possa ser uma infiltrada?

— Não é impossível. — Ela cruza os braços e dá de ombros. — A polícia vive fazendo isso. É algo bem comum, na verdade.

— No caso, ela não está na polícia. — Chaz diz.

Eles continuam conversando sobre o assunto, mas eu desvio minha atenção para o meu celular. É uma mensagem da Hope. Ela me disse que sente a minha falta, mas que vai estar fora da cidade por alguns dias. Segundo ela, uma proposta enorme de emprego poderia ser negociada, e ela está animada pra isso. Desejei boa sorte e disse que estaria torcendo por ela, mas que agora não era uma boa hora para falar. Ela entendeu, porque não me mandou mais mensagens.

— Recebi uma mensagem da Ari! — Chaz disse, e eu corri para pegar o celular da mão dele.

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gnod, hraab d idqdlx. ahmca drsnt dl knr amfdkdr. — Ari."

— Mas que merda é essa? — Alisha perguntou furiosa.

— Espera, tem mais alguma coisa! — Chaz comentou.

Era uma foto vaga de uma claraboia de madeira. O resto parecia escuro demais pra que pudéssemos enxergar qualquer pista, mas dava pra ver um pouco da paisagem do lado de fora. Tinha muito mato em volta de onde quer que ela estivesse.

𝑳𝑰𝑭𝑬𝑻𝑰𝑴𝑬    ::    𝒋𝒂𝒓𝒊𝒂𝒏𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora