CAPÍTULO 18

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CAIQUE

Um mês depois...

Desde aquele dia que quase a perdi pro próprio pai continuo a evitando, quero matar esse sentimento que tenho por ela, apesar da saudade estar me rasgando por dentro.

Nosso único momento de interação foi quando fui dar a ela os parabéns por ter passado no vestibular, conseguiu a vaga pra cursar direito na Federal aqui de Curitiba. Pedi que uma floricultura entregasse flores pra ela que me agradeceu, mas as deixou na mesa como não fossem nada, e foi pro quarto. Ana até sugeriu um jantar pra comemorar e colocar ao menos um sorriso no rosto dela, mas ela disse estar com dor de cabeça e se retirou.

Isso me dói demais. Eu amo essa menina de uma maneira que ela não faz idéia. Ela está sofrendo e eu também. Por várias vezes pensei em me aproximar e dizer porque tomei tal atitude mas ela sequer olha em minha cara.

O Nivaldo ainda não foi julgado, mas consegui transferir o julgamento dele pra Curitiba. No áudio que gravei ele confessou que matou a esposa e confessou também o crime de falsa paternidade, ja que registrou um filho que não é seu sem autorização da justiça. Por essas e outras a condenação dele será severa pois ainda tem ocultação de cadáver e tentativa de homicídio contra a própria filha. O tal médico amante havia fugido com medo de ser morto também, um pobre diabo covarde.

O enterro Larissa foi logo depois que ele foi preso, não precisou nem perguntar pra ele dizer onde havia enterrado a pobre mulher.

Ana, Nicola e Rafa passaram uns dias em Guaratuba, foram resolver algumas questões da casa e retirar pertences pessoais, a casa foi alugada com toda a mobília.

Eu havia dito pra elas voltarem de táxi porque tinha algumas coisas que queriam trazer, mas resolvi ir busca_las. Ana gostou e Rafa também, Nicola percebi um meio sorriso nela mesmo ela tentando fazer a indiferente, percebi ela bem abatida, tanto que veio dormindo praticamente o caminho todo na volta. Estive pensando muito por esses dias e também conversei e montei estratégias com obmeu chefe de segurança, não tem jeito. Posso estar sendo louco, egoísta ou seja la que nome dou a isso, mas eu não consigo ficar sem ela, foi medroso, precipitado e idiota de minha parte terminar com ela, não aguento mais essa distância.

Chegando em casa de Guaratuba fui pro meu escritório resolver algumas coisas do tribunal, vou esperar Ana e Rafa dormir e chamar Nicola pra conversar. Quero resolver isso ainda hoje, a falta dela está me comendo vivo. Se a máfia um dia resolver aparecer, estou mais do que preparado pra recebe_los, o que não posso é ficar longe da mulher que eu amo por medo. Isso se ela ainda me quiser, pois não está nem olhando na minha cara, isso é fodido pra caralho.

Nesse tempo ja entrei várias noites no quarto dela só pra olhar ela dormir, ela dorme agarrada com o urso que dei pra ela, a vontade que me da é me deitar com ela e com a criança que ta me despertando um carinho desconhecido pra mim, só sei que gosto dele e ele de mim.

Olho as horas e ja é um pouco tarde. A casa está num completo silêncio. Saio do escritório pra ir falar com ela mas paro no meio da escada com o barulho da campainha. Quem será a essa hora? Volto pro escritório e olho no monitor da câmera e vejo Gisele no portão. Que porra ela quer aqui? Isso não vai prestar, tenho evitado a presença dela aqui pra não aborrecer Nicola.

NICOLA

Estou vivendo dia após dia como um robô. Mecanicamente, muito triste e magoada. Perdi minha mãe e meu pai também pois não quero contato com ele, ainda estou tentando assimilar o fato que ele matou minha mãe e tentou me matar, quanto mais tento entender mais me dói, estou muito ferida. Se Caique não tivesse ido atrás eu não estaria aqui agora, ele me salvou mas em seguida me chutou, e por mais que eu tente não consigo encontrar motivo pra tanto, a não ser que ele não gostasse de mim.

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