CAPÍTULO 4

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NÍCOLA

Olho para ele que olha de mim pro Rafael, ele fez uma cara como se lembrasse de algo, será que percebeu? Bom... se percebeu, certeza ele não tem, mas também não vou entrar nesse assunto íntimo com ele.

Terminamos o almoço ele saí da cozinha Rafael fica sentado vendo o celular e eu organizo e limpo tudo que sujamos. Depois vamos pra parte externa da casa, não quero ficar trancada no quarto mas também não vou ficar perambulando pela casa, melhor sair pra não incomodar o Caique.

A casa tem um jardim enorme e a piscina nem se fala, a vontade de mergulhar é grande mas o medo de levar um esporro é maior ainda ele disse pra ficarmos a vontade mas é  melhor não abusar da boa vontade dele.

Me sentei num banco no jardim e Rafael brincou bastante, correu, se sujou na terra, teve uma hora que do nada a água do jardim é acionada e nos molhamos os dois, Rafael que já estava com os pés sujos de terra adorou e começou a gargalhar, eu fui pegar ele para limpar, ele achou que era brincadeira e saiu correndo entrando pela porta da sala batendo a mesma e fazendo um barulho imenso, tentei impedir e acabei chamando o nome dele um pouco alto no desespero. E ele gritava e gargalhava, entrou justo no corredor que acho que fica o escritório onde creio que Caique esteja.

- Nica não me pega.

A porta do escritório se abre abruptamente  Caique sai com uma cara que faz o Rafael parar imediatamente. Ele olha pra mim, Rafael e para as marcas de sujeira no chão, pergunta enfurecido:

- Que porra é essa? Estão pensando que estão aonde?

Eu não sei onde enfiar minha cara, meu filho se assusta com a explosão dele e me pede colo.

- Desculpa. Eu limparei tudo, não se preocupe.

- Escuta aqui garota, acho que você não entendeu bem o que eu disse, reconheço que disse pra ficarem a vontade mas se por um momento dei essa intimidade pra vocês se sentirem dentro da casa de vocês por favor desconsiderem, isso aqui tá parecendo um chiqueiro.

- A água no jardim foi acionada e Rafael achou que era uma brincadeira, ele só tem dois anos e...

- E você tem quantos? Cinco?

Eu perdi minha paciência também.

- Tenho 17, e já disse que limparei tudo, não precisa de todo esse estresse.

- Há precisa, e como precisa, eu fui bem claro com você quando te instalei em minha casa, disse que não gosto de barulho, muito menos de bagunça. Cuide pra que isso não aconteça mais e não teremos problemas.

Saiu e bateu a porta do escritório, a impressão que deu foi que a casa tremeu inteirinha, idiota.

Levo o Rafael no colo para o quarto, chegando lá o levo para o banheiro e dou um banho rápido, visto uma roupa nele deixo ele deitado assistindo e desço, limpo toda a sujeira na sala e volto para o quarto, estou chorando, sempre choro quando fico nervosa, quando chego no quarto deito do lado dele e ele me abraça.

- Diculpa Nica.

- Não foi sua culpa meu amor, você é apenas uma criança, só estava brincando, ele é que é um idiota insensível.

Ele repete:

- Diota, diota.

Olho para ele e rimos.

- Nunca, nunquinha repita isso na frente dele tá meu amor.

- Nuca, nuquinha.

- Nosso segredo, combinado?

- Cobinado, o Fael sabe guada seguedo.

- Sim, você sabe.

Beijo suas bochechas e me aninho ao seu corpinho pra assistirmos desenho.

POR VOCÊ Onde histórias criam vida. Descubra agora