Capítulo 6

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Joshua Beauchamp

Any vai sair com um garoto. Tudo bem que foi eu quem tive que insistir para essa menina ir passear com alguém, esse alguém é Noah ou mosquito em forma de humano, como preferir. Any não fala comigo desde ontem quando eu a mandei aceitar o pedido do passeio.

— Filha...por que não está falando comigo?

— Por que será? Você está me forçando a ir neste encontro, eu não quero ir, não quero me envolver com ninguém durante estes anos que estou livre de estudos, será que não entende que não quero namorar ninguém? Principalmente com o quadrupede do Noah.

— Eu só queria que você saísse um pouco, faz tempo que não vai a um parque, gostaria que fosse comigo mas estou muito ocupado com a empresa por isso não vou com você.

— Posso esperar o senhor acabar tudo para irmos não posso? — assinto e ela sorri mas logo desmancha seu sorriso ao ouvir a campainha tocar.

— Acho que seu acompanhante chegou — sorrio fraco e aponto para porta onde Noah se encontra parado.

( Mais tarde )

Já são 23:30 e até agora nenhum sinal da minha princesa, estou preocupado. Meu pai está aqui em casa comigo e estamos os dois andando de um lado para o outro. Escuto o telefone da sala tocar então corro até ele e atendo.

— Alô?

— Senhor Beauchamp? — assinto — Sua filha Any Gabrielly deu entrada no hospital Maria das Cruzes as 22:00, pelo o que sabemos estava ela e um menino em um carro porém o garoto estava bêbado. Noah bateu o carro em um caminhão que vinha na direção contraria causando um capotamento. Sua filha estava com marcas de apertos e socos no corpo por tanto estamos fazendo o corpo delito, gostaria de saber se o senhor pode vir aqui para nos ajudar — não consigo falar nada apenas deixo o celular cair de minhas mãos junto ao meu corpo que perde as forças.

Vejo meu pai correr em minha direção e pegar meu telefone em mãos, ele responde algo e me abraça logo depois.

— Ela pode morrer e é minha culpa. Eu a forcei para ir a este encontro, ela não queria pai. Eu posso ter matado minha filha. — deixo soluços escaparem.

( Mais tarde )

Já estamos no hospital e a única coisa que sei fazer é chorar. Noah não sofreu muitos danos por isso já está sendo liberado. O vejo sair da sala mancando e uma raiva me consome, ando em sua direção.

— Você....seu imbecil — seguro a gola de sua camisa — por que a machucou? Por que estava bêbado? POR QUE? — transfiro um soco em seu rosto e sinto minhas lágrimas caírem com mais força.

— Joshua....Josh — sinto meu corpo ser puxado — Se acalme.

— Não dá...minha filha está em uma sala de cirurgia por....minha culpa.

— Acompanhantes de Any Gabrielly — Corro em sua direção — O senhor é o pai dela correto — assinto — sua filha está bem a não ser pelas lesões nas costelas e a perna quebrada.

— Minha pequena....— sussurro — posso vê-la? — assente e nos guia até seu quarto.

Bato duas vezes na porta espero dois segundos e bato novamente, esse é o nosso aviso, assim eu sei que é ela quem está entrando e visse versa, entro em seu quarto e a vejo deitada na maca chorando e uma enfermeira com uma injeção nas mãos.

Ando até ela e me abaixo ao seu lado acariciando seu rosto molhado.

— Me desculpa....me perdoa princesa — derramo mais lágrimas e a abraço com cuidado

— Não foi sua culpa papa...foi do mosquito de jardim — rio em meio a lágrimas

Me sento na maca e acaricio seu rosto delicado com as ponta de meus dedos.

— Me desculpa por insistir para que você fosse na praça. Me desculpa por te forçar a fazer algo que não queria. Me perdoa filha...— sinto-a puxar meu corpo e logo eu estou deitado em seu peito em quanto Any acaricia meus cabelos — Me perdoa......me perdoa — sussurro

— Está tudo bem com ele vovô? — vejo meu pai negar

Seguro sua mãozinha pequena e a aperto fracamente só para ter certeza de que ela está ali.

— Me perdoa neguinha......perdoa o papa por te forçar a sair de casa — soluço contra sua pele quente

Escuto seu suspiro e logo depois a porta ser fechada

— Papa...o senhor não tem culpa do acidente, o único culpado é Noah que bebeu e me bateu.

— Eu sei só.......só diz que me perdoa. Diz que me perdoa.....

— Eu te perdoo pai. Dorme um pouco.

— Te amo princesa.

— Te amo papa. — sorrio e me aconchego em seus braços.

Any Gabrielly

Ver meu pai tão vulnerável me deixou mal. Acaricio seus cabelos loiros e seco suas lágrimas, deixo beijos no topo de sua cabeça a fim de lhe mostrar que estou aqui. Mando uma mensagem para o vô dizendo que já pode vir para o quarto.

— Como ele ficou Dinck? — Dinck é um apelido carinhoso nosso.

— Me pediu perdão muitas vezes até que dormiu de tanto chorar.

— Quando descobrimos que ele iria ser pai jurei que teria que cuidar de você todo santo dia mas ele se desdobrou, faltou a escola só para ficar com você. Ele não deixava ninguém chegar perto do seu pequeno pacotinho rosa. Achei que ele iria sair para baladas ou que arrumaria mil namoradas mas no fim...eu estava enganado. Ele preferiu largar sua vida antiga para aproveitar sua fase bebezinha. Era tão lindo de se ver, ele sempre dormia no sofá de casa com você no peito dele, dizia ele que ''você se acalmava ao escutar as batidas do coração do papai''. Me lembro até hoje de quando você chegou chorando porquê te chamaram de feia, ele soube te acalmar e de quebra te fez rir, naquele momento percebi o paizão que ele é. — me emociono e abraço bem desajeitadamente o corpo do papa.

— Esses dias nós conversamos e eu perguntei sobre as namoradinhas, ele disse que não queria ninguém atrapalhando nossa história, ele não quer ter que dividir sua atenção entre mim e uma outra mulher. Eu posso não falar mas ele é o melhor pai do mundo, não trocaria ele por nada.

— Nem mesmo por uma pilha de morango com nutella.

— Nem mesmo por uma pilha de morango com nutella. Ele poderia facilmente fazer o meu doce preferido na noite de filmes do papai e da princesinha do papai.

— Que nome estranho. — reviro os olhos emburrada.

Olho para meu papa e o vejo dormindo feito um anjinho.

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