Capítulo 7

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                                                                           Joshua Beauchamp

Acordo em uma sala branca e reconheço ser o quarto de hospital em que Gaby está porém, ele está vazio, estou sozinho neste quarto. Me levanto rápido e olho em volta procurando por minha filha, ao constatar que estou realmente sozinho começo a me desesperar.

Olho em uma mesinha que havia aqui e vejo um papel ''Não se desespere papa, só fui fazer uns exames....ass: Sua linda garotinha'' sorrio e me sento na cama novamente. Ver Any nesta situação, sem poder andar por conta das pernas enfaixadas me fez lembrar de quando deu seus primeiros passos.

FLASHBACK ON:

Estava deitado no sofá com Any em meu peito quando meu pai entra na sala e nos olha calmamente com uma expressão de paz. Depois de uns dois minutos minha pequena acordou chorando e apontando para os brinquedos.

Me sento ao seu lado no chão e começo a brincar com ela.

— Vem com o vovô vem. — é impressionante a capacidade deste homem de a tirar de mim.

Fico emburrado mas minha carranca vai embora quando meu pai a coloca no chão e magicamente Any anda até mim com dificuldade. 

— Papa...— segura meu rosto em suas pequenas mãozinhas 

Sinto meus olhos marejarem, olho para meu pai que está sorrindo feito bobo.

— Você andou meu amorzinho — cansada se senta em meu colo e apoia seu rostinho delicado em meu peito 

Acaricio seus cabelos cacheados e deixo minhas lágrimas caírem livremente, escuto uma risada alta e olho para porta onde meu primo mais velho me olhava chorar.

— O que foi desta vez Joshuazinha?

— Minha princesinha andou, ela andou André. — rindo da minha cara nega e vai embora.

FLASHBACK OFF:

— Papa....está aqui? — vejo minha menina entrar no quarto com a ajuda de uma enfermeira que empurrava sua cadeira de rodas.

— Estou princesa. — a ajudo a se deitar na cama.

— Por que o senhor está chorando? — seca minhas lágrimas 

— Estava lembrando de quando você era pequena — sorrindo raspa nossos narizes me dando um beijo de esquimó 

Me sento ao seu lado e acaricio seu rosto olhando em seus olhos, em algum momento meu olhar se desviou para sua boca rosada e percebi o dela também desviar para meus lábios entreabertos. 

Contorno seus lábios com as pontas dos dedos e a vejo suspirar baixo. Me abaixo lentamente e quando já estou próximo o suficiente a vejo fechar os olhos, deixo um beijo em sua testa e saio do quarto.

O que está acontecendo? Por que estou desejando tanto minha filha? Por que eu quero beijar e foder ela a noite toda?

Já marquei um psicólogo e amanhã tenho minha primeira consulta.

( No dia seguinte )

Já estava no consultório esperando me chamarem, estou nervoso porquê querendo ou não tudo depende do que a psicóloga falar. Eu não sei o que está acontecendo comigo, não sei se isso é um tipo de doença ou algo assim. 

— Joshua Beauchamp pode entrar. — entro na sala e me sento no sofá que havia ali — Bom...o que está acontecendo que marcou uma consulta de urgência?

—  A uns dois meses venho sentindo algo estranho — dou uma pausa para respirar — sempre que estou perto da minha filha sinto como se tivesse no lugar certo, nos braços certos. A alguns dias vi Any nua e em vez de ficar com vergonha extrema ou algo assim eu....fiquei excitado — seus olhos se arregalam — Ontem quando estava em seu quarto do hospital rolou.....rolou um clima? Não sei dizer mas....nós desviamos nossos olhares para os lábios e foi como se fossemos nos beijar. Já pensei em cogitar a hipótese de eu estar amando minha filha. — ela assente fracamente e anota algo em sua caderneta. — Já tive sonhos.....sonhos eróticos com ela.

— Você já se tocou pensando nela? — assinto e olho para o outro lado da sala. — Não sou a melhor pessoa para afirmar isso mas...acho que você possa sim estar amando sua filha. Isso é comum já que você foi pai muito novo e não teve os prazeres da vida. — a olho confuso — Você não namorou, não beijou direito, não teve tempo para descobrir o prazer proporcionado pelo sexo e isso pode sim despertar um sentimento novo. Vocês dois são novos e acho que os dois não aproveitaram muito dos prazeres, por mais que não seja normal um pai e uma filha se relacionarem pode acontecer quando os casos são parecidos com o de vocês.

— E o que eu devo fazer? 

— O certo seria vocês sentarem e conversarem sobre. Você conta que está sentindo coisas novas perto dela e ela conta se sente o mesmo ou não. 

— Está dizendo que eu devo fazer coisas com minha filha? — pergunto espantado e mexendo minhas mãos para gesticular.

— Não mas....vai de vocês o que vão fazer. Não acho certo que tenha relações com sua filha mas....vai de vocês. — a vejo ficar desconfortável — Eu não deveria falar isso mas, aconteceu a mesma coisa entre eu e meu pai. Ele era novo e eu também então tivemos um sentimento a mais, minha psicóloga me falou as mesmas coisas que eu lhe disse mas nós não seguimos. Decidimos arriscar e ter uma relação de namorado e namorada, hoje nós estamos prestes a nos casar. — respira fundo — Se o senhor achar que é certo namorar sua filha, corra atrás mas nunca se esqueça de que se não der certo vocês continuarão sendo pai e filha, tendo de conviver juntos o resto da vida. 

— Mas e se der certo?

— Se der certo vocês ficariam juntos assim como no meu caso. Parece nojento para os outros mas o segredo desta relação é não ligar para opiniões de fora. Vão receber muitos comentários maldosos mas tente não ligar, não é nojento ou errado para quem está dentro do relacionamento. Se vocês se sentirem confortáveis para ter esse tipo de relação aconselho a seguir e ter, pois é melhor do que ter que encarar seu primeiro amor de perto, viver com ele e não poder fazer o que deseja. Falo isso por experiência própria.

Agradeço e vou embora. Acabou que essa consulta só me passou outra visão das coisas, eu posso transar com minha filha e viver normalmente?

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