Um pequeno mal entendido

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Dalila despertou, assustada, gritando pelo nome de Sally.

Ao abrir os olhos, ela percebeu que estava em seu apartamento, deitada na cama. Mas não estava sozinha. Uma mulher de cabelos dourados, boca avermelhada, estava sentada aos pés da cama de solteiro. A mulher sorriu gentilmente, pedindo para que Dalila não se preocupasse, pois estava ali para ajudá-la a encontrar Sally Jackson.

— Sally. Minha amiga, ela... — Dalila não sabia dizer se foi um sonho, não, um pesadelo na verdade. — Sumiu, sumiu.

— Sim. Eu sei. — A mulher se apresentou como Calyce e continuou explicando como ela chegou ali. — Precisamos de algumas respostas.

— Eu não sei de nada. — Dalila não sabia o que estava acontecendo, e quando Poseidon entrou no quarto, ela levantou-se assustada. — Você estava lá. Eu o vi jogar água em cima daquelas coisas. — Apesar de assustada, e com as mãos tremendo, Dalila o enfrentou.

Poseidon suspirou, e passou as mãos nos cabelos negros. Ele sentou no lugar que Calyce estava até pouco tempo. Depois de muito discutirem o assunto, os dois chegaram a uma resposta lógica do porque Orcs atacarem as duas. Era um pouco difícil para ele concordar com a ideia de Calyce, porque se fosse verdade, tinha 50% de chances de seu romance com Sally ir por água abaixo.

Então ele tentou explicar o que estava acontecendo.

— Você sabe quem são seus pais? — Perguntou, despretensiosamente.

— Senhor! — Calyce o advertiu. — Combinamos que faria isso com mais jeito.

— Mas eu fui gentil. — Ele aborreceu-se. — Minha querida, o que eu quero saber é se você não vem tendo algumas dificuldades na escola, ou quem sabe seu pai ou sua mãe são ausentes... ou mortos.

Calyce novamente o advertiu dando-lhe um soco no ombro. Dalila não estava conseguindo entender o que aqueles dois malucos falavam e principalmente, o que eles faziam em sua casa.

A ideia de Calyce era que uma das duas fossem filhas de um deus. Era a resposta mais lógica para explicar os últimos acontecimentos. O ataque dos Orcs, o ataque do monstro marinho. E como as duas conviviam perto uma da outra, haviam duas opções.

Dalila poderia ser filha de um deus, e estar sendo caçada pelos Orcs, e como Sally trabalhava com ela, era possível que a aproximação pudesse confundi-los, já que os Orcs não são tão espertos. E a outra explicação, e mais dolorosa opção, segundo Poseidon, Sally ser filha de um deus. E aí, seu romance ia por água abaixo. Porque até mesmo para deuses, havia limites para tudo.

— Eu vou chamar a polícia. — Dalila apanhou o telefone, e antes que fosse impedida, ela já estava falando com um policial sobre o desaparecimento de Sally.

— Deixe. — Poseidon disse para Calyce, quando ela o olhou confusa. — Eles não vão acreditar nela.

— Duas pessoas estranhas estão na minha casa agora. — Dalila notificou o endereço, e Calyce atirou o telefone pela janela. — Por favor, não me matem. Eu não sei nada sobre a Sally.

— Nós não vamos te matar. — Calyce estendeu a mão para Dalila, que se encolheu no chão.

— Menina. — Começou Poseidon. — Nós não somos malvados. Somos os mocinhos, e queremos encontrar Sally Jackson, protegê-la. Você não entende que...

Sirenes de polícia estavam zunindo do lado de fora. Poseidon olhou pela janela achando muito rápido a ação da policia. Porque pelo que sabia, eles paravam antes numa lanchonete para comprar rosquinhas, somente depois continuavam para verificar o chamado.

Pelo jeito, aqueles policiais frequentavam a lanchonete do outro lado da esquina. Que azar.

Não demorou para que batessem na porta. Calyce assegurou a Dalila que eles queriam ajudá-la, pediu para que ela conversasse com os policiais, e dissesse que foi um engano o telefonema, que eles eram amigos de Sally.

A História De Sally JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora