Um beijo sob as estrelas

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Aquela noite em especial estava mais estrelada do que o normal. A tranquilidade noturna era notada na água do mar, que parecia dormir, num descanso merecido.

Sally e Poseidon estavam deitados na areia da praia. Ele apontava o dedo para algumas estrelas no céu, contando histórias. Histórias essas que Sally nunca ouvira falar.

— Você deveria escrever um livro. Assim todo mundo saberia das incríveis histórias de Poseidon. — ela comentou, ilustrando no ar uma capa imaginaria para o livro.

— Não é uma má ideia. Mas eu sou muito tímido para essas coisas.

Sally virou o rosto e encarou o moreno deitado ao seu lado.

— Tímido?!

Ele devolveu o olhar, e crispou os lábios, depois sorriu descontraído.

— Sim. Às vezes sou tímido.

— Por favor, me conte mais sobre isso.

— Está duvidando de mim? — Ele soou desapontado, mas era uma brincadeira.

— Não, imagina. — Sally entrou no clima da brincadeira. — Me diga, o que te deixa tímido?

Ele pensou rapidamente em uma resposta, ou duas...

— Não gosto muito de me gabar das coisas que eu sei.

— Isso não é um motivo aceitável.

— Ok! Então eu fico tímido quando uma mulher bonita me enfrenta — ele virou-se completamente para o lado em que Sally estava deitada, encarando-a com seus grandes e mágicos olho verdes, tirando todas a proteção que Sally possuía contra ele. Moveu os lábios em um sorriso, e quando aproximou-se dela, desejando poder experimentar seus lábios em um beijo, Sally virou o rosto. — Também fico tímido quando levo um fora.

— Me desculpe. — ela permaneceu com o olhar para o céu, assim evitava contato direto para não se sentir tão tola, ou mais, como já estava no momento. — Eu não sou muito boa nisso.

— Tenho certeza que podemos chegar a um acordo. Juntos. — Poseidon segurou a mão de Sally, entrelaçando os dedos.

— Eu acho que sou algum tipo de caso perdido. — Sally suspirou, gostando de sentir o calor da mão dele na sua, aquilo a tranquilizava. — Não tenho muita sorte com os homens.

— Acho que isso não está ligado a sorte ou azar. Mas sim nas escolhas corretas. Não é obrigatório fazer algo que não deseja. Mas, se por acaso, você desejar algo não tem porque sentir medo.

— Está falando isso para me persuadir? — Ela finalmente criou coragem para olhá-lo nos olhos. E não se arrependeu, porque Poseidon parecia ainda mais bonito naquele momento.

— Não vou mentir que meu conselho foi pensando nisso. — ele deu uma piscadinha. — Mas eu entendo se por acaso acha que não mereço a honra.

— Continue, está quase dando certo.

Poseidon se mexeu na areia, tentando uma posição mais confortável, ainda segurando a mão de Sally.

— Já deve ter ouvido falar de Apolo.

— Sim. Mas o que isso tem...

— Aquele garoto era um problema. — Poseidon apoiou o cotovelo na areia, deitado de lado para Sally. — Ele se deu mal algumas vezes, na verdade ele se deu mal muitas vezes. A mais famosa dor de cotovelo dele foi a Dafne. Ela fugia dele como o sol foge da lua. Cansada de fugir, ela acabou virando um loureiro.

— Certo, mas o que isso tem a ver comigo?

— Dafne não deu uma chance para Apolo mostrar o quanto ele a amava. Preferiu virar uma árvore do que dar uma chance para ele. Você quer virar uma árvore também?

A História De Sally JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora