Capítulo III - Os primeiros raios de sol.

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Minutos depois, seguindo a senhora Peregrine em meio ao escuro, Elizabeth pode perceber que as sombras se dissipavam e que a luz novamente voltava ao cairn aos poucos. O túnel estreito levava ao que parecia ser um fim de dia perfeito de verão. O céu da tarde não se encontrava mais nublado, na verdade, toda neblina desapareceu, e o sol brilhava livremente, despontando seus últimos raios sem nenhuma interrupção.

As folhas das árvores eram de um verde oliva brilhante e algumas eram levadas pela brisa que passava pelas duas. Indo um pouco mais à frente ao lado de Peregrine, ela avistou a entrada de um enorme jardim, que continha todo tipo de flores com os mais refinados perfumes. Elizabeth não conseguiu segurar sua vontade de observar mais de perto tudo aquilo, e Alma soltou uma risada, vendo os olhos da garota que pareciam tentar guardar cada detalhe. Elizabeth se aproximou de um arbusto florido, observando as abelhas que o polinizavam mansamente perto dela, e logo colheu uma flor lilás para mostrar a diretora que a esperava.

"Senhora Peregrine essa é a flor mais linda que eu já na minha vida! Mamãe iria adorá-la, é da cor favorita dela" disse Elizabeth se aproximando da mulher que ainda a olhava divertida. Logo continuaram o caminho, e ela continuava admirando o jardim. Além das flores, ela conseguiu ver ao fundo uma pequeno horta, que tinha uma das maiores abóboras que ela já havia visto. Em frente à casa havia três arbustos podados na forma de seres fantásticos, tão grandes quanto a própria casa, como se fossem seus guardiões. Um grifo alado, um centauro que parecia golpear o ar e uma bela sereia.

A casa se exaltava como uma mansão aos olhos de Elizabeth, pequenas torres e chaminés apontavam para o céu e o caminho que levava à ela era de lajotas de pedra escura. Tudo lembrava um conto de fadas, mas esse lugar era real, completamente palpável.

Subiram pequenas escadinhas e Peregrine interrogou a garota, abrindo a porta. "Está gostando, Elizabeth?" e Elizabeth fez que sim com a cabeça. "As crianças estão nos quartos a pedido meu, mas chamarei Emma para te mostrar seu quarto e te fazer companhia. É melhor você se trocar e tomar um banho." Entrou, abrindo espaço para a garota e checou atentamente seu relógio de mão, "Daqui duas horas é o jantar. Seja bem-vinda, querida."

Elizabeth soltou um sorriso tímido, segurando a mala contra o corpo. Então a mulher se virou chamando uma garota loira que rapidamente desceu as escadas, claramente animada ao ver um novo rosto pela casa. "Sim, senhora Peregrine?" indagou com educação.

"Senhorita Bloom, leve Elizabeth para o quarto dela. Gostaria que tudo estivesse pronto às seis em ponto. Poderia ajudá-la?" Questionou, já sabendo a resposta que teria.

"Claro, adoraria! Venha Elizabeth, vem conhecer seu quarto!" chamou-a Emma, e ela seguiu sem jeito para o andar de cima.

Peregrine soltou um longo suspiro parada vendo que as duas estavam no andar de cima. Elizabeth era a cara de Robert. Os mesmos olhos, o mesmo sorriso, a mesma peculiaridade. Era quase como se seu aluno estivesse mais uma vez ali...

Mas ela logo se endireitou e sacudiu esses pensamentos, indo em direção à cozinha. Tinha de checar se Millard já estava começando a preparar as coisas, ou se estava na biblioteca escondido dormindo com a cara enfiada em um livro.

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"É um prazer te conhecer, Elizabeth. Meu nome é Emma, Emma Bloom." disse a Elizabeth enquanto subiam a escada. "O prazer é todo meu, Emma" soltou ela, sem saber muito o que dizer.

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