Acostumado Com o Título

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Vou até passar um café aqui, amo quando o circo pega fogo (obs: escrevi o capítulo ao som de River, da Bishop Briggs, então quem quiser pode ler escutando ela, viu?)
Lembrem de dar estrelinha e comentar, eu AMOOOO ler as reações👀

Boa leitura, nenéns ❤️

**Mel Narrando**

Desviei o olhar, me levantando e tomando cuidado para não tropeçar enquanto passava por cima do tronco de madeira.

Ele não podia simplesmente soltar aquilo assim, podia? Não depois de tudo e... Ele nem sequer me contou.

Eu precisava respirar.

Comecei a caminhar para longe da roda, seguindo a passos firmes na direção de algumas das barracas presentes nas laterais da fogueira e passando com pressa por elas. Segui em paralelo à linha do litoral, notando o aumento no tamanho das pedras presentes ali à medida que eu me afastava.

Havia parado de escutar a música segundos antes, mas outra logo se iniciou, acompanhada por passos que, eu sabia, pertenciam a Liam. Estávamos longe o bastante para que alguém pudesse nos escutar.

—Deveria ter me contado. —falei, me virando em sua direção.

Ele parou a cerca de três metros de distância.

—Quem te contou? —travou o maxilar, passando as mãos pelo emaranhado leve dos fios em sua cabeça.

—Ela me contou. —revelei, fazendo esforço para não deixar que emoções demais transparecessem em minha voz. —Ontem, na festa, Charlotte me contou. —cruzei os braços. Talvez, ir atrás dele ontem pudesse ter sido uma oportunidade melhor de conversar. Talvez eu não estivesse furiosa ontem como havia ficado depois da música. —Devia ter me dito.

—Como você me explicou tão pacientemente o motivo de ir embora, quase três anos atrás? —ele perguntou, abrindo os braços em indignação.

Mordi a parte inferior da bochecha.

—Aquilo foi diferente.

—Diferente como, Melissa? —suspirou, franzindo o cenho.

—Nós éramos praticamente crianças, Liam. —lembrei. —Eu sei que errei, mas as situações eram completamente diferentes e eu ao menos tentei te contar. —semicerrei os olhos, balançando a cabeça. —Eu fiquei... eu fiquei... —grunhi, sem saber exatamente o que eu estava planejando falar.

Ele bufou.

—Você ficou o quê?

—Sabe o quão mal me senti? —perguntei, dando meia volta e voltando a andar a passos duros.

Ele me acompanhou, seu ritmo não mais brando que o meu.

—Acha que foi fácil te ver partindo duas vezes seguidas? —soltou, em descrença. —Porque, acredite, não foi.

Revirei os olhos, aumentando o ritmo.

—Você parecia bem o bastante quando nos encontramos aqui.

Vega parou, mas ainda pude sentir seu olhar queimando em minha nuca.

—Não quero ter essa conversa. —respondeu.

—Já estamos tendo essa conversa. —meus pés pararam de se mover, e me voltei outra vez em sua direção. —E ela deveria ter acontecido há muito, muito tempo atrás. —descruzei os braços, colocando-os ao meu lado e fechando as mãos em punho.

Ele encarou o céu, balançando a cabeça e soltando um riso de escárnio.

—Nós dois sabemos que ela não mudaria nada. —fechou os olhos, evitando meu olhar por um segundo.

O Meu Destino (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora