twelve! the past, the promised and the destined

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— Vem, vou comprar uma água pra você. — Jimin segurou a mão trêmula de Taehyung, ajudando-o a se levantar.

Estava preocupado com a mentalidade caótica do Kim, mal formava opiniões sobre o rapaz porque era quase impossível compreender o que dizia. E tinha medo da trama acabar em seu amigo com os dois braços atados numa ambulância de manicômio.

Pagou a água com moedas e a entregou sem tampa para Taehyung, que encarava o chão com os olhos esbugalhados.

— Como era aquele homem? — Jimin perguntou. — Quer me contar?

— Ele era muito alto. Mais alto que muitos homens, sabe? E tinha... cabelos castanhos escuros com uma coroa de flores amarelas. Olhos verdes fluorescentes. Ah, estava usando tipo um vestido azul.

— Vestido?

— É, aquelas coisas que os anjos dos livros usam.

— Se chama toga. — ajeitou uma mola que estava pendurada para fora da caixa.

— Que anjo é esse que maltrata as pessoas ao invés de proteger?

— Tae, nenhum anjo tentou te matar no banheiro da pracinha, minha nossa.

— Acha que eu estou mentindo?!

— Não, não. Deixa pra lá, eu acredito em você. — desviou do assunto.

Deixou a caixa sobre o sofá com estampa floral, levantando um pouco de poeira que pôde ser vista no fino raio de sol que entrava pelas cortinas marrons.
Taehyung encontrava-se incomodado com o quadro pendurado sobre a lareira apagada que registrava alguns anjos, queria virá-lo do avesso ou simplesmente rasgar o tecido amarelo antigo em seus pensamentos mais obscuros.
Mas é claro que não faria aquilo.

— Taehyung, quer abacate? A madre cortou um. — Jimin veio da cozinha chamá-lo.

— Não, valeu. — levantou-se da poltrona. — Eu posso ficar na cozinha com vocês?

— Claro, vem aqui. — deu um tapinha no batente de ferro.

— Boa tarde. — cumprimentou a mulher que temperava o sanduíche de abacate com azeite.

— Boa tarde, menino. Servido?

— Não, obrigado. — sorriu.

— Madre, tem um copo rachado no armário. — Jimin avisou.

— Deixe aqui, filho, vou jogar fora. — apontou para a pia. — Não é bom guardarmos coisas quebradas, não é?

— Tem razão. — Park concordou.

— Dona madre. — Taehyung chamou.

— Tae, é só "madre". — Jimin cutucou o amigo.

— Meu deus, eu não sabia. Perdão em nome de Jesus. — Taehyung inventou fazendo o sinal da cruz ao contrário e Jimin bateu a mão na testa.

— Não se preocupe, Minmin, ele não sabia. — a senhora sorriu simpática. — Eu já o considero de casa. Pode me chamar só de madre, garotinho.

— Desculpe, de qualquer forma. — Taehyung sorriu envergonhado. — Eu posso fazer uma pergunta?

— Claro. — esfregou os dedos com uma pitada de orégano sobre o lanche.

— Como são os anjos? — perguntou com certa inocência, apertando os dedos por baixo da toalha bordada da mesa.

— Anjos se parecem conosco, na aparência.

— Eu li um texto uma vez que dizia que os anjos tinham formas variadas. Acho que encontrei um anjo, madre.

SACRIFICE OF THE GODS | kth+jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora