fifteen! he makes me see stars

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aproveitem a leitura e leiam as notas finais! 🤍

...

— Passa os guardanapos, por favor? — Taehyung tapou a boca cheia para falar. — Valeu.

Enquanto isso, Jungkook batia os joelhos por baixo da mesa enquanto evitava qualquer contato visual com o outro rapaz. Estavam na casa do Kim terminando de comer o fast-food na cozinha silenciosa enquanto Sora tomava banho no outro cômodo.

— De nada. — o moreno respondeu tímido e lambeu os dedos de sal.

— Acho que a gente deveria conversar direito, sem as gracinhas de antes. — disse e Jungkook apressou-se a encher a boca de batatas. — Para de comer! — ameaçou a puxar a embalagem de suas mãos.

— Eu estou com a boca cheia! — Jeon puxou as batatas de volta.

— Que seja. Uma hora vai acabar. — Taehyung recostou-se na cadeira e cruzou os braços.

— Por que está me olhando com essa cara? — engoliu seco, bebendo um gole do refrigerante.

— Sou um cereal killer.

— Serial.

— Não, cereal, mesmo. — Taehyung abriu uma caixa de cereais e Jungkook contemplou confuso.

O rapaz pegou um único cereal colorido em formato cilíndrico e colocou na boca, mastigando lentamente e sem tirar os olhos de Jungkook.
Quando viu que finalmente conseguiu atenção, tirou mais um do pacote e chupou a pontinha, brincando de forma obscena com os próprios lábios.

— O que está fazendo, seu pervertido? — Jeon empurrou seu braço. — E-Eu preciso ir embora. Já agradeci sua mãe pelo lanche, estava uma delíc-

— Não! Espera aí, foi mal. — Taehyung levantou-se tropeçando nas cadeiras. — Eu só... ah, Jungkook. — cambaleou até o sofá e jogou-se nas almofadas. — O que mais eu preciso fazer para conquistar essa sua cabeça dura? Desculpa a sinceridade.

— Não se conquista a cabeça, é o coração. — Jeon cruzou os braços.

— No seu caso, é a cabeça, mesmo. Porque eu acho que o coração eu já consegui. Você que não dá o braço a torcer. — jogou uma almofada no garoto.

Jungkook pegou o objeto no chão com o olhar decepcionado e abraçou contra o corpo.

— Você não sabe como é difícil ceder ao impossível. — jogou a almofada no sofá. — Eu quero ir embora.

— Porque acha impossível? Quem te decepcionou tanto a ponto de você não acreditar mais em amor?

— Ora, é claro que eu acredito em amor! Que absurdo. — juntou as sobrancelhas irritado.

— Não no meu, pelo visto. — Taehyung levantou-se balançando as chaves na mão. — Eu vou abrir a porta para você.

Jungkook mordeu a língua para evitar que seus olhos enchessem de lágrimas e calçou os sapatos deixados na porta já aberta. Taehyung encarava o lado de fora escorado na parede ao seu lado, uma paisagem pacata da rua sem movimento que mais parecia uma pintura criada por um artista sem criatividade. Ou que apenas testava as cores frias de sua paleta.

— Não precisa que eu durma aqui hoje? — Jungkook ergueu-se do chão e ficou de frente para si.

— Não. Boa noite, Jeon. Desculpe qualquer coisa. — disse já empurrando a porta.

— Boa noite... — não terminou a frase, a chave já havia estralado duas vezes no trinco enferrujado.

Olhou o céu e dois rios escorreram de seus olhos, franziu o cenho com dor e levou as mãos geladas aos bolsos. Fungou baixo e desceu as pequenas escadas da varanda com pressa de chegar à casa ao lado. Entrou no banheiro puxando as roupas do próprio corpo, seu deus estava furioso e saiu de controle, fazendo suas asas se chocarem contra os cosméticos e a saboneteira sobre o suporte, causando pequenos ferimentos na carne. Grunhiu alto e tentou se mover como um pássaro engaiolado, mas acabou escorregando na água quente e caindo de joelhos no piso. Rangeu os dentes, fechando o punho na parede em um soco que deixou uma rachadura na cerâmica úmida.

SACRIFICE OF THE GODS | kth+jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora