thirty four! astroboy

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Cantaram California King Bed com todo o ar dos pulmões quando a playlist aleatória começou a tocá-la. É quase impossível encontrar pessoas que não gostassem da Rihanna, mas Taehyung considerava aquela mulher uma inspiração de vida.

— Sabia que você conseguia ser um pouco mais gay do que só beijar homens. Eu pensava "porra, não é possível que ele não goste de pelo menos uma Taylor Swift". — Jungkook disse deitado no banco, jogando alguma coisa no celular.

— Pois é, meu bem. — Taehyung apertou a coxa estendida no banco.

— O que mais eu não sei sobre você? — Jungkook perguntou retórico. — A gente está chegando?

— Na verdade era para termos chegado, mas eu não sei andar nesse bairro e esqueci onde é a casa do meu pai.

— Está brincando? Encosta o carro e liga para ele.

— Antes de saber que eu gosto da Rihanna, você já sabia que eu odeio fazer baliza. Não quero parar o carro.

— Minha nossa.

— Pega o meu celular aí no painel e liga para a Kate.

— Eu não vou ligar para falar uma besteira dessas. Nem cheguei a conhecer ela, o que eu vou dizer?

— Pelo menos disca e põe no viva-voz, pinscher. Deixa de ser complicado.

— Você provoca. — Jungkook pegou o aparelho no painel cheio de cartões de visita e comprovantes de mercado. — Qual a senha?

— 1234.

— Nossa, igual a da minha avó. — digitou e ao desbloquear a tela, viu que a foto do plano de fundo era sua; na beira do mar, diante de um pôr-do-sol lilás. — Quando tirou essa foto?

— A da praia? Não lembro. Só achei que o momento merecia uma recordação.

— O céu estava lilás naquele dia. Que incrível. — abriu a lista de contatos e procurou pela letra K. — Está discando. — segurou o celular no alto.

Não estava prestando atenção na conversa porque se distraiu com a voz de Kate. A conheceu de vista uma vez na praia, mas não se lembrava totalmente de seu rosto. Pelo timbre ela parecia animada e gentil. Tinha um leve sotaque no tom.
Estava quase na hora. Começou a ficar nervoso.

— Taehyung.

— Hm?

— Sua família sabe de mim?

— Eles sabem.

— Ok...

— Por que?

— Curiosidade.

— É aqui. — Taehyung parou em frente à casa e colocou o câmbio no ponto morto. — Chegamos.

— Eu estou nervoso. — Jungkook respirou fundo, pairando o portão branco que estava prestes a passar pelo meio.

— Fica calmo. — Taehyung colocou a mão por cima da sua. — Meus pais confiam nas minhas escolhas, e se eu estou apresentando alguém, isso já vale a confiança deles. Eles vão gostar de você. Prometo.

— É por isso que eu tenho medo de decepcioná-los. Como seus pais, eles esperam que você se relacione com boas pessoas, talvez até tenham um ideal de padrão de vida. Vamos ser honestos, eu não sou nem 30% do que você é.

— Do que eu sou?

— Você é formado, tem um emprego do caralho e é totalmente estabilizado. Já mora sozinho. Vivemos em padrões diferentes, não adianta dizer que não.

SACRIFICE OF THE GODS | kth+jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora