twenty four! the pianist married the dancer

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Não há nada tão grave que o dinheiro não possa comprar. E assim foi a conduta da família circense perante ao comportamento agressivo de Jungkook. Compraram o silêncio de Taehyung e garantiram que ele não havia se ferido.
Mas o que lhe compraria paz?

— Bom. Toma o remédio. — a tia saiu da mesa e deixou Jeon sozinho no motorhome depois de quinze minutos ininterruptos de sermão.

Jungkook olhou para a pílula dourada e para o copo de água cheio. Aquela era a mesma cor da bala que deveria ter acertado sua cabeça se o revólver estivesse carregado.
Pegou o medicamento e espremeu entre os dedos até estourá-lo. Aquela coisinha fraca não faria um terço do trabalho em seu corpo dolorido e dependente.
De repente a porta se abriu e Ji-Yeon entrou sem avisar, jogando um vidro e uma seringa sobre a mesa.

— Toma. — ela disse e puxou uma cadeira para se sentar também.

Jungkook pegou o vidro em mãos e leu "morphine" no rótulo branco.

— Valeu. — agradeceu.

— Por que apontou uma arma nele? Achei que ele fosse-

— Eu não queria que ele ficasse aqui. — abriu o frasco e a embalagem da seringa.

— Você disse que se afastaram ainda se amando, pô. Quem sabe ele não se lembra de você?

— Ji-Yeon, eu não quero que ele se lembre de mim.

— Por que não?

— Porque não. — Jungkook enfiou a agulha na veia saltada do braço e gemeu aliviado. — Ah... finalmente.

Ji-Yeon suspirou e rodou uma moeda que estava sobre a mesa.

— Viu o panfleto que ele colou lá fora? — ela perguntou.

— Que panfleto?

Jungkook se levantou da cadeira e andou rápido em direção ao motorhome da garota onde havia um papel pendurado por um único fiapo de fita adesiva. Puxou-o da parede e aproximou dos olhos para ler.

— Ele se tornou um músico. — Jungkook comentou com Ji-Yeon que vinha logo atrás. — Isso é...

— Deixa eu ver. — ela pediu e pegou o papel. Analisou o rosto do famoso Taehyung de quem Jungkook tanto falava e concordou com todas as vezes que ele disse o quanto era bonito. — Ele é muito bonito. Tipo, muito. — devolveu o panfleto para Jungkook.

— Eu sei. — Jungkook deslizou o polegar sobre a foto.

As letras abaixo marcavam uma data e uma hora num restaurante de luxo de Gangnam. Haveria uma apresentação de jazz por Taehyung e uma promoção de sobremesas pelo aniversário do estabelecimento.
Talvez aquele não fosse seu primeiro concerto. E percebeu que descumpriu a promessa que fez de estar presente quando fosse. De quando Taehyung disse que tocaria Bohemian Rhapsody para si.

— Deveria ir. — Ji-Yeon comentou.

— Ir lá vai ser como jogar um balde de bosta no ventilador. Melhor não. — Jungkook dobrou o papel ao meio.

— O restaurante gigantesco e você acha que ele vai ficar olhando justo pra você?

— Que exagero do caralho.

SACRIFICE OF THE GODS | kth+jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora