SACRIFICE OF THE GODS | kth+jjk

thirty five! first and last; forever or never.

Uma semana após a viagem que fizeram juntos e o velório, Jungkook não o viu mais. Estava conversando com Taehyung por mensagens e aparentemente estava tudo bem. Mas não pôde deixar de estranhar, porque o namorado aparecia com frequência na praia, nem que fosse para ficar dez minutos.

— Morgan, se eu visitá-lo hoje à noite, acha que ele vai se incomodar? Quando voltar do trabalho.

— É melhor do que ficar aí sentado olhando para o celular. Avisa aí, tipo, "vou passar aí mais tarde, tudo bem"?

— Ele deve estar no horário de almoço, agora. Vou ligar ao invés de mandar mais mensagens.

Jungkook fechou o aplicativo de mensagens de texto e procurou o contato de Taehyung. Não era de fazer ligações, mas estava sentindo falta de ouvir a voz do namorado e queria matar a saudade, pelo menos por uns segundos. Assim que ele atendeu, abriu instantaneamente um sorrisinho:

— Oi, amor. Pode falar agora?

— Posso, meu bem. Aconteceu alguma coisa? — a voz de Taehyung saiu fanha, levemente rouca.

— Não aconteceu nada, mas que voz é essa?

— É só gripe, minha garganta está inflamada desde ontem, mas acordei pior, hoje.

— Você não foi trabalhar, né?

— Não. Estou em casa.

— Tomou remédio?

— Tomei um comprimido para dor de cabeça que está me dando sono. Vim deitar agora.

— Por que não me contou, idiota? — Jungkook apoiou os cotovelos no balcão com um bico na cara e ouviu Taehyung rir e tossir do outro lado da linha. — Eu vou passar aí.

— Pra quê?

— "Pra quê"?! Vou cuidar do que você não cuida direito. Sua vida. Chego aí em uns vinte minutos.

— Pode vir, meu bem. — Taehyung riu. — Te amo.

— Te amo, mongoloide. — Jungkook mandou um beijo no ar e encerrou a chamada.

Tentou passar despercebido pela cozinha e furtou alguns legumes da geladeira — sem que seu pai percebesse, foi enfiando tudo na mochila e jogou nas costas antes de sair de casa com uma página de revista rasgada da receita de sopa que tomava quando ficava doente.
Chegou na casa do namorado e foi recebido por ele no portão. Taehyung estava de pijama, chinelo e com os olhos baixos como se tivesse fumado um baseado.

— Devia ter me contado que estava mal. — Jungkook tocou o rosto de Taehyung, o abraçando pela cintura.

— Meu bem, não fica muito perto, posso acabar te passando. — Taehyung segurou seu pulso, o afastando devagar.

— Isso não é gripe, é estresse. Você disse que estava trabalhando feito um camelo depois que voltou da viagem. Devia ter dado um tempo para a sua mente.

— Talvez.

— Vou fazer uma sopa para você. — Jungkook entrou e foi direto para a cozinha acompanhado de Taehyung. — Vou fazer bastante, quando quiser comer mais tarde, é só esquentar. — abriu a mochila e começou a tirar os legumes.

— Eu vou comer sua comida, então? — Taehyung o abraçou por trás, tocando o nariz em sua nuca. — Você nunca cozinhou para mim. Estou ansioso.

— Nunca? Sério?

— Hm-hm.

— É porque eu não sei, mesmo. Vou seguir a receita, mas não prometo nada.

— Eu vou gostar de qualquer coisa que fizer, meu bem.