twenty seven! (SEASON 2 - Introduction) everything in me cryes but my eyes

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133 anos depois; Jeju, 26 de Abril


— Eu não vou levar.

— Ah, Taehyung, por favor! Não cabe mais nada na minha mochila!

— Joong-ki, por que você vai levar esse monte de baldinhos?!

Estava claramente desacostumado a conviver com outras pessoas desde quando saiu da casa de seus pais e seus três irmãos, todos mais novos que si. Conseguiu uma bolsa para fazer faculdade de Engenharia Aeroespacial em Jeju e após a formatura, se estabilizou no estágio e conseguiu ser oficialmente contratado. Taehyung havia reencarnado totalmente o oposto de sua antiga vida e com uma preocupação obsessiva de usar cem por cento de seu tempo se dedicando ao crescimento pessoal e profissional. Desejava as melhores coisas do mundo e mataria por elas, mesmo que a pessoa que morreria fosse ele mesmo.

Pelo menos uma vez ao mês recebia a visita de sua família e os levava às praias da cidade de carro. Os amava, claro, o que tornava o evento exaustivo era ter que conciliar sua rotina sozinho com uma outra de cinco pessoas a mais. E seus irmãos não colaboravam nem um pouco.

Taehyung era o mais velho entre eles, com 26 anos. Gong Yoo tinha 17, Nathan 14 e Joong-ki, 9. Todos do segundo casamento de seu pai.

Kate Monroe — como Marilyn Monroe — era o nome de sua madrasta, uma mulher gentil e o amor da vida de seu pai. Mesmo com o divórcio, o homem tinha uma boa relação com a ex-esposa e Taehyung era muito grato por isso porque não o fazia se sentir uma espécie de traidor de ambos os lados. Gostava de Kate e Hye-Kyo, mas não conseguia chamar a primeira de ''mãe''. Era um hábito que nunca fez questão de desenvolver e estava bem com isso.

Seung-ho era um pai presente na vida dos quatro filhos, sem exceção. Mas quando ia visitar seu primogênito, grudava em seu pé como uma sombra pelo resto dos dias para aproveitar ao máximo a companhia de Taehyung. E por sinal, sempre parecia mais empolgado que os outros garotos quando iam à praia. Era o tipo de ansioso que dormia abraçado as malas e uma roupa pronta ao lado da cama.

A praia que visitariam naquela manhã era a Hyeopjae, há vinte e poucos minutos de onde morava. Não eram visitações frequentes, então ninguém havia enjoado ainda. Depois que seu irmão finalmente conseguiu encher o saco da mãe até que ela levasse o baldinho, deu partida no carro e entrou na estrada de pedras.

Seu pai era o hétero mais gay que conhecia e não entendia como isso era possível. Claro que não se deixava levar por esteriótipos, mas era engraçado o horror que ele tinha a camisas polo e sapatênis a ponto de dizer que era ''hétero demais'' para si. Além disso ele seguia religiosamente uma rotina de skin care com Kate e fazia pilates com ela todas as terças, nove da manhã. Ele era tipo o Bob gordinho de Insatiable. E naquele momento, estava escolhendo uma música de sua playlist gay para ensurdecer a família toda dentro do carro.

— Pai, abaixa isso, pelo amor de deus. — Taehyung arregalou os olhos quando a saída de som estrondou a voz de Doja Cat.

— POP OUT WITH A TRUCK, HA! GET INTO IT YUH, YEAH! — o homem cantou enquanto abaixava o volume. — Taehyung, tem alguma coisa faltando nesse carro, meu filho.

— É, eu quebrei um lado do para-brisa quando estava lavando o-

— Mané para-brisa, Taehyung, está faltando sua namorada, namorado, sei lá. E aquela menina bonita que você mandou uma selfie juntos no restaurante, hein?

— Ela trabalha comigo, estávamos no horário de almoço. Não é porque tiramos uma foto juntos que ela é minha namorada.

— Ranzinza desse jeito, também concordo que não seja! Eu, hein. Com duas entradas do lado da cabeça eu fiz mais três filhos e você socado naquela casa escura desenhando avião. Vai viver, meu filho.

SACRIFICE OF THE GODS | kth+jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora