Magnus passou a sexta feira inteira pensando no que lhe aguardava ao fim do dia, quando Alec iria jantar e depois passar a noite em sua casa.
Teve que se policiar para não acabar errando no troco novamente, já que estava levemente ansioso com a expectativa e sentindo dificuldade de se concentrar. Entre um atendimento e outro, sua mente voltava a pensar no vizinho de olhos azuis radiantes e sorriso luminoso, e ele se pegava sorrindo feito um bobo.
"Droga, está acontecendo de novo!", avisava a vozinha maldosa em sua cabeça, que ele vinha tentando com todas as forças silenciar. Magnus estava cansado de carregar as pedras que juntou pelo caminho: agora queria esvaziar os bolsos e seguir em frente com muito mais leveza.
Ao fim do expediente, depois de ter fechado a loja, saiu apressado até o supermercado do shopping, a fim de comprar alguns ingredientes para o jantar. Magnus tinha decidido cozinhar uma massa e iria arriscar um Fettuccine Alfredo, torcendo para que agradasse o paladar do outro.
Sem saber se Alec tinha alergia à camarão, ele decidiu preparar o prato com bacon e creme de leite. Magnus não sabia muito de harmonização entre vinho e massas, mas lembrava de ter lido em algum lugar que molhos à base de queijo iam melhor com vinho branco. Então comprou uma garrafa da bebida.
Enquanto dirigia para o seu prédio, ele ficou tentando lembrar há quanto tempo não recebia alguém para jantar em sua casa. Desde de... Tudo aquilo ter acontecido. A constatação lhe causou uma sensação incômoda, um frio na barriga. Magnus estava parecendo um adolescente prestes a ter seu primeiro encontro, o que não podia estar mais longe da verdade.
Ele tinha uma vasta experiência em relacionamentos, tanto com homens quanto com mulheres. Sendo honesto, não fazia ideia da quantidade de pessoas com as quais já tinha dormido. Nem mesmo se encontrar com Alexander era novidade: os dois já tinham almoçado e dormido juntos duas vezes. E olha que se conheciam há pouco tempo.
Só que, mesmo assim, não conseguia deixar de se sentir nervoso, tenso, apreensivo. Ele não queria dar muita importância para aquilo tudo. Queria relaxar e aproveitar, sem alimentar paranoias ou expectativas, mas era muito difícil.
Havia uma pessoa para quem Magnus sabia que podia se abrir. Alguém com quem ele sempre foi totalmente verdadeiro, honesto e aberto. A única criatura nesse mundo que conhecia sua real versão, quem ele era no fundo da sua alma. E nesse momento, em que tinha decidido sair da concha e voltar a acreditar nas pessoas, ele precisava mais do que nunca conversar com ela.
Chegou ao edifício onde morava e começou a subir as escadas apressado. A porta do apartamento de Alec estava fechada e ele imaginou que o vizinho estivesse se preparando para o encontro deles.
Enfiou a chave na fechadura, entrou em casa, largou as sacolas com os ingredientes sobre a mesa da cozinha e arregaçou as mangas. Apoiou o celular na bancada, apertou o número da discagem rápida e acionou o viva voz. Então foi lavar as mãos na pia para começar a preparar o jantar, enquanto o aparelho completava a chamada.
Após cinco toques, uma voz conhecida soou pelo ambiente, trazendo um conforto imediato para o seu coração:
— Magnus? Oi, meu filho. Que bom que você ligou! Eu estava com saudades.
*
Depois de conversar com a mãe, Magnus se sentiu bem melhor. Ele não entrou em muitos detalhes, mas contou que estava saindo com um cara que tinha conhecido há pouco tempo e ela pareceu ficar muito feliz com a notícia. A mãe e sua amiga Catarina eram as únicas pessoas para quem ele tinha contado a verdade sobre tudo que aconteceu. Somente elas sabiam o quanto ele tinha sofrido.
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Stripper (Malec)
FanfictionPrestes a se casar, Isabelle decide fazer sua despedida de solteira no apartamento que divide com o irmão, mesmo a contragosto dele. Porém, além de todo o incômodo com o barulho da festa, Alec acaba levando uma bela surpresa que deixa sua noite muit...