Pillow Talk

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Magnus acordou sozinho na cama e levantou, saindo descalço pelo corredor, em direção à cozinha.

Chegando ao cômodo, encontrou Alec sentado à mesa, segurando uma xícara de café soltando rolos de fumaça. O vizinho sorriu ao erguer os olhos e vê-lo.

— Bom dia. – cumprimentou.

— Bom dia. – ele respondeu, se sentando na outra cadeira livre. Depois continuou. – Por que tenho a estranha sensação de que estamos reencenando as coisas o tempo todo? Por exemplo, este exato momento é praticamente um remake da manhã seguinte do casamento da sua irmã.

Alec riu.

— Não sei se concordo totalmente com isso. – disse. – Você parece muito melhor do que eu estava naquela manhã. E olha que bebeu muito mais no show de ontem do que eu bebi no casamento!

Foi a vez de Magnus rir.

— Anos de experiência, meu caro Alexander. Meu fígado já desenvolveu uma resistência natural contra o álcool. – afirmou, dando batidinhas na lateral direita da barriga.

— Bem, – começou o outro, se levantando. – eu não sabia que você iria acordar tão bem e preparei o seu menu anti ressaca.

Então Alec pegou um prato de cima da bancada, com uma torrada seca, uma xícara cheia de café e dois comprimidos dentro.

Ele ficou tocado com o gesto atencioso e sorriu.

— Ora, não tem problema. Eu estou mesmo com fome. E minha cabeça lateja um pouquinho, então duas aspirinas não me fariam mal. – garantiu Magnus.

Começou á comer, enquanto o outro também terminava de tomar seu café. Ele olhou em volta: o apartamento continuava do mesmo jeito, com a mesma decoração que Isabelle tinha escolhido quando os dois irmãos se mudaram para lá, como Alexander tinha lhe contado.

Magnus ficou imaginando porque Alec não tinha se dado ao trabalho de ajeitar o lugar ao seu gosto, agora que morava sozinho. Talvez não se importasse muito com esse tipo de coisa e achasse que o esforço não valia à pena. Ou talvez fosse uma forma de sentir a irmã mais próxima dele, como se um pedaço de Izzy permanecesse ali.

Os dois seguiram calados enquanto tomavam o café da manhã, trocando apenas alguns olhares e sorrisos de vez em quando. Mas era um silêncio agradável e nada constrangedor, que não fazia com que Magnus se sentisse desconfortável.

Tendo assuntos que preferia manter escondidos, ele gostava de não se sentir obrigado a falar. De poder apenas ficar no mesmo ambiente que outra pessoa, sem a necessidade de manter uma conversa. Talvez essa não fosse uma atitude considerada muito saudável, ainda mais levando em conta que estavam se conhecendo. Porém, Magnus não podia negar que se sentia aliviado pelo fato.

De repente, por puro impulso, perguntou:

— Você quer ir lá para casa depois? Continuar assistindo aquela série?

Alec sorriu e respondeu:

— Claro que sim.

*

Os dois estavam cuidando da louça do almoço. Depois de assistirem a alguns episódios juntos, o vizinho o convidou para almoçar no apartamento dele e Alec aceitou.

Enquanto Magnus lhe entregava o último prato lavado para que o secasse, as palavras saíram de seus lábios antes que pudessem ser contidas.

— Hoje faz dois meses que nos conhecemos. – deixou escapar, sem querer.

Stripper (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora