O Destino Tem Nome e Sobrenome

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Alec não conseguia acreditar que aquilo tudo estava realmente acontecendo.

O que deu em Magnus para agir daquela maneira assim, tão de repente? Tudo ia bem entre os dois, o outro vinha trabalhando cada vez mais nas próprias inseguranças, se abrindo e confiando mais nele. Toda essa história de dar um tempo não fazia sentido algum.

Magnus passou o sábado inteiro trancado dentro de casa e Alec não o viu mais durante o resto do dia. Quando acordou no domingo, o apartamento da frente estava silencioso e assim ficou até às seis da tarde, quando ele viu o vizinho chegando.

Sua vontade era de ir até lá, tentar convencê-lo a conversar e contar o que Diabos tinha acontecido, mas Alec teve medo. Ele sabia muito bem o quanto Magnus podia agir de maneira arredia, se fechando para o mundo na tentativa de se proteger. Apesar de tudo, não queria pressioná-lo e tornar as coisas ainda piores.

A verdade é que, mesmo um pouco magoado, Alec não conseguia deixar seus sentimentos pelo outro de lado. Os dois passaram vários meses juntos e ele não poderia descartar tudo que foi crescendo dentro do seu coração assim, do dia para a noite.

Ainda que não quisesse confrontá-lo tão cedo, Alec continuou vigiando o vizinho de longe e ficou claro que Magnus estava o evitando. O outro deixava o apartamento ainda cedo, antes que ele próprio saísse para o trabalho, e voltava tarde da noite, quando Alec já estava prestes a ir dormir.

Confuso, sem entender a situação e sem saber como agir, ele decidiu desabafar com alguém e foi até a casa da irmã alguns dias depois.

— Então é isso, Izzy. – concluiu, após contar toda a história à ela. – E agora eu estou aqui, totalmente às cegas, sem conseguir compreender o que aconteceu.

A moça suspirou, levando sua xícara de café mais uma vez aos lábios. Então disse:

— Era esse o meu medo, desde o início: que você acabasse magoado. Também não consigo entender o que deu nele. Vocês pareciam tão bem na noite do evento, felizes. E eu pensei que Magnus já tivesse passado a confiar mais em você e a te contar tudo que sentia.

— E tinha mesmo. – afirmou Alec. – Ele me contou sobre o passado e os traumas dele, me deu um voto de confiança e eu fiz de tudo para honrá-lo. Eu sei que essas coisas são difíceis, que não se supera tudo de um dia para o outro, que o processo é longo. Mas voltar a escala zero assim, do nada? É muito estranho. Tenho certeza de que alguma coisa aconteceu e Magnus não quis me contar. Não houve nada estranho na noite do evento? Nenhuma confusão ou desentendimento? Talvez ele tenha se aborrecido com alguém, sei lá.

— Não. Tudo correu perfeitamente bem, conforme o planejado. Tenho certeza absoluta que eu saberia se tivesse havido algo desse tipo. – garantiu Izzy. Depois continuou, parecendo um pouso hesitante: – Meu irmão, eu sei que acredita que tudo estava indo bem entre vocês, mas já pensou na possibilidade de que talvez Magnus não estivesse tão feliz assim?

Alec ergueu a mão, a interrompendo.

— Não existe essa possibilidade, Izzy. Eu sei como ele se sentia quando estava comigo, dava para ver nos olhos dele. Não é possível fingir esse tipo de coisa. Eu... Eu amo Magnus e sei que sou correspondido. Mesmo quando ele terminou comigo, parecia triste e arrasado. Como se aquilo estivesse sendo tão difícil para ele quanto foi para mim. Tem alguma coisa errada nessa história. Muito errada.

Isabelle suspirou mais uma vez.

— Só tenho medo de que acabe se machucando demais. Como já te disse um tempo atrás, eu adoro o Magnus, mas me preocupo mais com você. Não quero te ver assim, confuso e perdido. – disse ela, segurando sua mão com carinho. – Não fique preso a tudo isso, Alec. Talvez você devesse mesmo tentar conhecer outras pessoas, ver como se sente.

Stripper (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora