Uma aniversariante raivosa e uma convidada indesejada

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                                                  ³⁷⁹⁷palavras

*Londres, março de 1940


Já havia caído a noite na rua Egerton Crescent, localizada no bairro de Kensigton¹, número 1274.  Lugar onde naquele momento Anthonny  se encontrava, dentro de seu quarto.

Se olhava no espelho, ajeitando sua roupa, que consistia em uma simples calça preta social e uma camisa social branca com um colete por cima, da mesma cor das calças. Estava terminando de dar o nó de sua gravata de seda preta, quando acabou ouvindo uma leve batida na porta, logo em seguida revelando ser um dos seus empregados que acabava de entrar.


— A senhora Hughes está chamando pelo senhor.


Nem se quer direcionou o olhar, pois, de uma coisa tinha certeza, a de que os seus empregados eram os melhores de toda a região de Londres, e que não precisava falar uma palavra se quer para saberem o que deveriam fazer.

Assim, visualizou a porta se fechar novamente atrás de si antes de  pegar seu paletó no cabide e uma pequena caixinha de veludo sobre a estante, saindo do quarto.

Duas portas mais a frente, no corredor, ele parou, dando leves batidas com os nós dos dedos, escutando uma voz que o autorizou a entrar.

Ao adentrar o quarto, pôde ver Sophie parada logo a frente de um espelho, colocando um de seus brincos. Ela vestia um longo vestido azul de pedraria, que descia reto, contornando todas as suas curvas até chegar ao chão e de mangas curtas, seu cabelo acobreado estava preso em um leve coque frouxo.


— Você está linda — declarou, fazendo com que ela soltasse um leve sorriso.


— Você tem certeza? Estou preocupada em não estar vestida de acordo com o nível dos nossos convidados.


— Não precisa se preocupar com isso. Posso te garantir que você é digna de ser a anfitriã dessa casa e está vestida de forma deslumbrante, como a aniversariante deve estar.


Ela lhe lançou um olhar de agradecimento, e aproveitando a oportunidade continuou a falar:


— Comprei um presente para você. Espero que goste — terminou de falar a mostrando a caixinha de veludo, a abrindo, revelando que se tratava de um colar de diamantes, onde era possível ver que cada pedra possuía o formato que lembravam gotas de águas que se uniam dispostas uma ao lado da outra, remetendo a lembrança de ramos que se uniam.


Reparou seus olhos brilhando diante daquela joia e sua expressão mudar rapidamente, ficando encantada com aquele colar. A mulher passou delicadamente a ponta de seus dedos, contornando com eles todos os seus detalhes.


— Posso colocá-lo em seu pescoço? — se oferece para ajudá-la, no qual ela anuiu em concordância, ficando de costas.


Ambos ficaram de frente para um amplo espelho, permitindo que pudessem se olhar através do reflexo.
Ele pegou o colar, o passando através de seu delicado pescoço, começando a falar por enquanto que o prendia:


— Eu sei que você preferia estar comemorando seu aniversário em sua casa, com seus amigos e familiares, e não em um lugar estranho com completos desconhecidos. E, quero que você saiba que sinto muito por tudo isso — concluiu ao mesmo tempo em que fechava o feixe do colar, colocando ambas as mãos em cada lado dos seus pequenos ombros.

Os dias eram assimOnde histórias criam vida. Descubra agora