"Ela era sua outra metade, aquele que a completava. Elas seriam jovens juntas* e então envelheceriam juntas*. Andariam de mãos dadas, se mudariam para o campo e fariam muitos e muitos bebês..." E viveram felizes para sempre, Julia Quinn.
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Im Nayeon
— Chega! Eu quero divorcio! — Gritou Jeongyeon, entrando no cômodo como um furacão. Não levantei o olhar daqueles papéis, passando para a próxima página.
— Pedido recusado. — Falei com toda a calma possível.
— Im Nayeon, olhe para mim agora.
Levantei o olhar, como pedido. Jeongyeon estava parada no batente da porta do escritório de casa com as mãos nos quadris, colocando um peso mais na perna esquerda do que a direita. Seu rosto estava furioso, tomado por uma raiva que fez com que eu sorrisse alegremente.
— Sim, amorzinho da minha vida? — O modo que eu a encarei fez com que ela ficasse mais brava ainda, seus olhos quase saindo das órbitas. Ela respirou fundo, tentando se conter.
— O que é aquilo lá na sala? — Disse calmamente, mas seus olhos continuavam pegando fogo. Não era meu modo favorito de fazer ela queimar, mas me trazia uma satisfação incrível.
— Uma TV. Uma sala. Seja específica, Jeong, eu me mudei pra sua casa, não ao contrário. — A paciência não durou muito com ela.
— Não se faça de idiota. Você destruiu minha cidade! — Gritou.
— Correção: eu desmontei legos e guardei. Você deveria me agradecer, a casa está mais arrumada agora.
Quase ouvi ela bufar como um touro. Levantei de trás da minha mesa. Eu estava no escritório dentro da casa de Jeongyeon (que agora também era minha, mesmo que eu demorasse bastante para me acostumar) trabalhando enquanto ela ia trabalhar na empresa.
Era engraçado pensar que essa era minha nova vida. Eu era a nova sócia da empresa de Jeongyeon, trabalhava ao seu lado - sim, até o escritório dela virou meu também - todos os dias e dormia na sua cama todas as noites. Porém ultimamente eu vinha trabalhando em casa por pedidos da mesma. Era solitário e eu esperava horas para tê-la de volta em casa.
Mesmo quando ela voltava para gritar comigo. E com razão, na verdade.
— Eu não posso mais te deixar em casa sozinha, mano. Eu demorei semanas para construir aquela cidade e estava linda. LINDA! — Ela deu bastante ênfase nas palavras "semanas" e "linda".
Ainda com raiva, ela continuou enquanto eu me aproximava lentamente dela, deixando-a falar.
— O que eu disse no dia do nosso noivado? — Ela tinha dito muita coisa, mas não deu tempo de eu responder antes que ela se auto-respondesse. — "Na próxima vez eu fizer algo para te irritar, conversa comigo, sem ondas de vinganças criativas".
— Você que começou! Eu pisei nesses legos jogados pela casa diversas vezes que meus pés doem. Tive que fazer algo.
— E você fez. Agora toda vez que eu largo meus legos jogados pela casa, eu tenho que te dar dez mil dólares. Antes eram cinco, aumentou mais ainda!
— Você me deixou esperando duas vezes seguidas por uma hora para nosso encontro.
— Agora toda vez que eu me atraso para nossos encontros noturnos eu lhe dou cem mil. — Parei na sua frente, com os braços cruzados.
— Você esqueceu nosso aniversário de namoro.
— Eu tinha uma reunião e... — Olhei para ela severamente e a mesma se encolheu, abaixando o olhar para o chão. — Agora, cada vez que eu faço isso, perco um milhão. — Sussurrou.
— Você destruiu meu castelo de baralho. — Ela levantou a cabeça, finalmente achando algo para argumentar.
— Aquele castelo estava ridículo! Eu fiz um favor a ti.
— E eu fiz um a ti. — Me inclinei em sua direção, deixando nossos rostos próximos. — Eu disse que um casamento sem vinganças, muito passivo era algo chato. Estou aqui para te fazer feliz. Pena que não é recíproco, pois eu estou com saudades de você o dia inteiro e você já tá gritando comigo.
Fiz biquinho. A raiva de Jeongyeon desapareceu e ela me puxou para meus braços, beijando-me lentamente. Era disso que eu estava falando. Do modo que ela brigava comigo sempre, mesmo com nossas guerras dentro de casa, mas essas batalhas que aumentavam nosso amor cada dia mais e fazia com que nós nunca tivéssemos uma rotina.
— Oi, amor, como você tá? — Ela se afastou o suficiente para olhar em meu rosto, sua mão acariciando minha bochecha lentamente. Inclinei-me em seu toque.
— Tô ótima e carente. Essa gravidez não está me fazendo bem. — Yoo abriu um grande sorriso, sua mão descendo até minha barriga de nove meses.
— Aguente mais uma semana, ok? Na aposta de nascimento, apostei na segunda que vem.
— Eu apostei na terça. Sinto muito mas será um longo parto. — Ela riu.
— Eu quero ganhar, mas você não pode passar de terça. Me recuso perder para Jihyo de novo. — Ri alto, abraçando ela pelo pescoço como eu podia por conta da grande barriga. Aproximei do seu ouvido e sussurrei.
— Relaxe. Agora, o que você acha de me dar amor e carinho pelo resto do dia?
Jeongyeon se abaixou e passou os braços por debaixo do meu joelho, me levantando com uma rapidez que eu não esperava. Soltei um grito.
— O que você está fazendo?! — Segurei em seu pescoço com força.
— Eu deveria te matar pela minha cidade de lego. Mas como sou uma esposa muito legal...
— E convencida. — A interrompi. Ela me ignorou.
— ... então eu só vou te levar para nosso quarto e te dar muito amor e carinho. Só porque eu te amo.
E então, Jeongyeon me levou até nossa cama, me abraçou e me amou. E, como sempre acontecia, meu coração continuava a bater acelerado por ela.
Notas da Autora: Agora acabou de verdade. Foi uma longa jornada até chegarmos ao final da história, mas estamos aqui. Muito obrigada a todos que leram e me apoiaram, vocês merecem o mundo! <3
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Cimarron • 2yeon
FanfictionQuando a assistente pessoal Im Nayeon ganhou 69 milhões de dólares na loteria, ela nota que tem dinheiro o suficiente para largar seu trabalho que exige muito dela. Mas onde estava a diversão ao se demitir? Sendo assim, ela decide ficar por mais um...