Vermelho como rubi.

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Capítulo 06.

Vermelho como rubi.

O troféu ficou posicionado entre um porta-retratos e um pequeno jarro de flores vazio. Uraraka quis deixar exposto na estante do quarto, valia a pena exibir um símbolo da vitória, mesmo que não houvesse trazido ganho algum. Nem Iida, muito menos Bakugou, quiseram ficar com o troféu, então sobrou pra ela. Nos últimos dias, ela não trocara uma palavra com os dois, embora que o que a incomodava realmente era o silêncio de Bakugou. Ela queria lhe perguntar se sentia melhor, só um motivo para puxar uma conversa, porém não sabia como, muito menos acreditava que ele aceitaria a iniciativa numa boa.

Era sábado à noite, fazia um calor daqueles. O ventilador e a janela aberta não eram capazes de amenizar o bafo que preenchia o quarto. Uraraka, entediada, se levantou da cama e se aproximou da janela, com a intenção de abrir um pouco mais o vidro. Um vento soprou, levando as cortinas para o alto e foi nesse momento que ela se lembrou que precisava levá-las a lavanderia a pedido do Professor Aizawa.

Pela manhã, os alunos receberam um aviso para levarem as cortinas de seus quartos para a lavanderia, Bakugou ainda precisava cumprir o castigo de lavar todas e isso engrenou a mente de Uraraka.

Sem refletir muito a respeito, Uraraka puxou as cortinas dos aparadores, formou uma grande bola com ela e saiu do quarto carregando-as na frente do corpo. Ao descer o primeiro lance de escadas, ela trombou com Tsuyu.

— Ah, Ochako, estava indo atrás de você. — falou ela, do degrau mais baixo.

— Aconteceu alguma coisa? — Uraraka abaixou mais os braços, encarando a outra com certa preocupação.

— Não, nada. A Yaoyorozu está fazendo mini-pizzas pra todo mundo, vim te chamar pra comer com a gente. — Tsuyu disse.

— Legal, eu adoraria. Só vou levar minhas cortinas na lavanderia e encontro vocês. — Uraraka sorriu, elas recomeçaram a descer a escada.

— Vou te esperar lá na cozinha, Ochako. — elas se separaram quando chegaram no térreo. Uraraka prometendo que não demoraria.

O corredor para a lavanderia estava tomado de cortinas pelo chão, uma espécie de fila. Uraraka foi cortando, pisoteando até chegar a área das máquinas. Bakugou estava agachado, perto de uma, jogando de qualquer jeito as cortinas lá dentro, sem se importar com a cor ou tecido.

— O que tá fazendo? — Uraraka praguejou, chocada por ele ter colocado uma vermelha seguida de uma branca. Bakugou ergueu minimamente o olhar.

— Que ótimo, mais uma. Quantos quartos existem nessa porra de escola? — ele gritou para o ar, empurrando a tampa da máquina.

— Não pode misturar as brancas com as coloridas. — ela largou as próprias cortinas e se aproximou da máquina, afastando Bakugou para o lado.

— Qual o seu problema, garota? Tá estragando todo o meu trabalho. — estarrecido, ele a viu puxar peça por peça e tacar de volta no chão.

— Trabalho? Isso aqui seria um desastre se eu não tivesse chegado a tempo. Se você misturar, Bakugou, vai manchar tudo e ter um monte de reclamações no pé do ouvido. — ela chutou de leve as cortinas, os pés descalços, explicando a ele como se estivesse dizendo a uma criança o porquê ela não deve brincar com fogo.

— Essa regra não aplica só em roupas? — Bakugou cruzou os braços, sem acreditar que estava realmente discutindo sobre como lavar cortinas.

— É para cores, no geral. — ela se ajoelhou e ficou separando até construir dois montes. — Pronto. É só colocar um em cada máquina, depois fazer o mesmo com o resto. — ela deu uma olhada no corredor, notando o tanto de serviço que ele tinha pela frente. — Hm', há quanto tempo você está aqui?

flame [𝑏𝑎𝑘𝑢𝑔𝑜𝑢 x 𝑢𝑟𝑎𝑟𝑎𝑘𝑎]Onde histórias criam vida. Descubra agora