Quando tudo dá errado.

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Capítulo 13.

Quando tudo dá errado.

Foi uma péssima ideia. Uma ideia de merda.

Bakugou pensou, assim que parou diante a porta de Uraraka. Ele não sabia em qual momento seu corpo tomara vontade própria e o levara até ali, ele só tinha refletido um pouco a respeito do que Sero e Kirishima lhe disseram e no momento seguinte saía como um vento tempestuoso através dos corredores e escadas.

Ele não tinha nada em mente, só o anseio de confrontá-la. Mas confrontá-la a respeito do quê? Uraraka não lhe devia a mínima satisfação, era livre para fazer o que bem entendesse com a própria vida. Por que ele parara ali, então? O que queria com ela? O que diria quando a visse? Não poderia lhe cobrar nada.

Tomado pelo arrependimento, Bakugou deu um passo para trás. Ao menos ele tinha caído no juízo e evitado uma bobagem; se Uraraka abrisse aquela porta, ele colocaria toda aquela confusão que estava sentindo para fora e certamente coisa boa não resultaria. Seja lá qual força atuasse sobre o universo e as pessoas, impediu Bakugou de cometer a porra de um equívoco. Ele tinha mais é que agradecer.

— Bakugou? O que tá fazendo aqui? — a vozinha soou atrás dele.

Porra! Ele amaldiçoou toda entidade possível. Bakugou olhou para os pés, as meias pretas pareciam mais interessantes naquele momento. Por que não suspeitou que ela ainda não chegara? É claro que com o tempo livre, Uraraka aproveitaria até o último segundo... curtindo a liberdade com aquele filho da puta primoroso.

Vagarosamente, Bakugou se virou, os argumentos caíram por terra quando a viu. Uraraka segurava o casaco no braço, o cabelo ainda bem penteado e sem resquício algum de batom na boca — esse detalhe fez Bakugou engolir o seco. Um detalhe completamente desnecessário.

Uraraka nunca esperou que fosse encontrá-lo ali, para ela Bakugou já estaria dormindo ou fazendo qualquer outra coisa que aparentasse ser mais produtiva do que procurá-la. E sério que ele estava mesmo a sua procura? Ela tinha certeza de que não passara de uma taça de vinho para estar imaginando aquilo.

— Você quer alguma coisa? — ela perguntou, mediante a mudez dele.

Bakugou queria, sim, alguma coisa. Ele só não sabia o quê exatamente, não assimilava toda a urgência para vê-la, para ouvir a voz dela. Mentalmente, ele se recriminava; será que tinha sido sequestrado por extraterrestres e sofrido uma lavagem cerebral para perder o discernimento daquele jeito?

— Eu só... estava checando os corredores. — talvez fosse a desculpa mais fajuta que ele já inventara.

— Dando uma de inspetor agora, é? — ela tombou a cabeça para o lado, o analisando com graça. Bakugou focou um ponto acima de Uraraka, tudo menos encará-la. — Engraçado, porque eu tive a impressão de que você estava a ponto de bater a minha porta.

Droga, ela era rápida e esperta.

— Queria saber se tinha chegado no horário, se o... Ren não tinha sido importuno. — pronunciar o nome dele, enojou Bakugou. — Somos da mesma sala, precisamos estar atento uns aos outros. — outra mentira que entrava para a lista das piores.

— É claro, cuidar uns dos outros... — ela murmurou, esmorecida. — Agradeço a preocupação, mas estou dentro da hora. E o Ren foi muito gentil e educado, se quer saber.

Bakugou não queria, não era nem capaz de supor como tinha sido a noite dela, pois isso o incendiava por dentro.

— Se isso é tudo, boa noite pra você. — sem mais nem menos, Uraraka passou por ele, escancarando a porta do quarto.

flame [𝑏𝑎𝑘𝑢𝑔𝑜𝑢 x 𝑢𝑟𝑎𝑟𝑎𝑘𝑎]Onde histórias criam vida. Descubra agora