flame [𝑏𝑎𝑘𝑢𝑔𝑜𝑢 x 𝑢𝑟𝑎𝑟𝑎𝑘𝑎]

Questão de opinião.

Capítulo 11.

Questão de opinião.

Uraraka achava que seu restante de semana não poderia ficar pior, porém quando acordou na manhã de sexta, ela percebeu que estava tremendamente errada. Seu dia começou com uma tremenda cólica e foi aí que ela se lembrou de que aquela época chata do mês chegou — isso justificava a insônia, a irritação e o aumento nos pensamentos lascivos.

Ela acordou mais cedo que as meninas só para ter um tempo a mais sozinha no vestiário. O banho quente foi demorado, porém revigorante. Uraraka vestiu o uniforme e calçou uma meia-calça para se sentir mais confortável e, enquanto aplicava um pouco de corretivo nas olheiras olhando-se no espelho, cada cena da noite anterior lhe rondou a memória.

Custou uns bons minutos para que ela conseguisse esquecer a fala de Bakugou e adormecer. Uraraka não acreditava nele, como assim ele não usara a individualidade em momento algum? E todo o calor que Uraraka sentira de onde viera? O choque temperal não podia ter surgido no nada. Não entrava na cabeça dela que Bakugou simplesmente a tocara e seu corpo prontamente reagira sem o estímulo do dom dele. Isso é humanamente possível?

Não, não, não. Bakugou estava brincando com ela, tirando sarro da sua cara, não havia outra explicação. E, para completar o combo perfeito, os dois ainda cumpririam detenção naquela tarde juntos e perderiam uma semana inteira sem aulas práticas. A cólica de Uraraka pareceu aumentar só com o pensamento futuro.

Quando o ruído de passos se aproximou e as vozes das amigas se tornaram audíveis, Uraraka tratou de melhorar a expressão aborrecida. Ela guardou a maquiagem na mochila e se sentou no banco para calçar os sapatos. Houve uma mudança no ar quando as meninas preencheram o vestiário, naquele instante foi bom não estar mais sozinha.

— Alguém acordou bem disposta hoje. — Momo brincou ao vê-la.

— Na verdade, estou bem longe disso. — Uraraka comentou desanimada, fitando o nada.

— Ah, não fala assim. Hoje é sexta, você deveria estar contente por ter os próximos dois dias livres. — Jiro passou o braço pelos ombros dela e a sacudiu de leve, o ânimo de Uraraka não se elevou. — Vamos ficar de bobeira depois do almoço?

— Não vai dar, estou de detenção. — ela se levantou, caminhou até o armário, mexendo distraidamente na combinação.

— E porquê? O que aconteceu? — Tsuyu perguntou, curiosa.

— Fui pega fora do dormitório pelo Aizawa. Eu e o Bakugou. — Uraraka desmanchou-se em um suspiro pesaroso, não era algo para ter orgulho de se falar, porém a informação chocou mais amigas do que a detenção.

— Tá, explica isso direito. — Momo interpelou.

Uraraka, então, contou tudo desde o momento em que ela subira até o quarto de Momo com o chá, omitindo a parte constrangedora com Bakugou, esse detalhe não precisava mesmo ser mencionado. Ao terminar, cada uma das meninas tinha uma expressão indecifrável no rosto.

— Não acredito que ele deu uma detenção só porque estavam fora do quarto, parece até que estamos numa prisão. — Jiro protestou.

— Eu disse a ele, mas vocês sabem como o Professor Aizawa é. — ela apoiou as costas no armário. — E o Bakugou é um linguarudo, não fica calado pra nada.

— Amiga, eu ainda não entendi: você e o Bakugou estavam na sala, fazendo nada e tomam uma detenção sem mais nem menos? — Hagakure refez a linha de raciocínio, Uraraka assentiu lentamente. — E não aconteceu nada além disso?