Não há mais o que esconder.

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Capítulo 16.

Não há mais o que esconder.

Voltar a mesa foi como sair de uma realidade paralela e entrar em outra totalmente diferente e decepcionante. O jantar terminara oficialmente, alguns dos amigos já tinham deixado o lugar e a banda já parara de tocar, claramente havia sido arruinado. Uraraka encontrou Ren conversando com Aizawa, por incrível que pareça ainda mantinha um sorriso divertido no rosto. Ela se aproximou, mancando e agora com um novo ardor no pescoço.

Uraraka nem tinha parado para pensar na mordida e no chupão de Bakugou em seu pescoço e na marca que ele poderia ter deixado — é claro que o resultado final só apareceria no dia seguinte, porém ela se retesou mesmo assim; não de medo, é claro, Uraraka gostaria de poder exibir para qualquer um a marca de Katsuki Bakugou nela. Mas sim de receio de descobrirem o que ela fez minutos antes na escadaria para o corredor masculino.

Quando Ren a viu, ele deu um tapinha no braço de Aizawa, se despedindo, e se aproximou de Uraraka mais rápido do que o necessário. Ela não conseguiu sorrir abertamente, mas esboçou a expressão mais tranquila possível.

— Podemos conversar agora? — timidamente, ela perguntou.

— É claro. — os dois começaram a se afastar da mesa, circulando pelo campo para que ninguém pudesse ouvi-los, quando eles pararam, Ren foi o primeiro a falar: — O que houve com o seu joelho?

— Machuquei durante o treinamento, nada demais. — Uraraka deu de ombros e o encarou. — Escuta, Ren, tenho que te pedir desculpas por tudo que aconteceu hoje, foi uma droga ter acabado da forma que acabou.

— Você não tem que se desculpar, Uraraka, você foi incrível hoje. Mas acho que o seu amigo não gosta muito de mim. — ele coçou a nuca. De frente um para o outro, Uraraka percebeu que ele só era talvez uma cabeça mais alto que ela.

— O Bakugou? Sinceramente, acho que ele não gosta de ninguém em particular. — ela suspirou, condescendente. — Mas ele é bom e tem um ótimo coração, só não quer que as pessoas saibam disso.

— É difícil imaginar isso. — Ren deu um sorrisinho sem graça. — Eu sinto que não foi só o jantar que o incomodou, foi algo a mais, sem dúvidas.

Uraraka engoliu o seco e sentiu as bochechas esquentarem. Bakugou não expôs os seus motivos da maneira que deveria por puro esmero, porém a Ochako desconfiava tudo o que ele estava sentindo e isso fez uma nova onda de calor lhe subir pela espinha.

— Bom, não é sobre o Bakugou que eu quero falar. — ela cortou o assunto, sem grosseria.

— Querendo ou não, preciso admitir que ele estava certo. — foi a vez de Ren suspirar. Uraraka o olhou, intrigada com a confissão. — O jantar foi apenas uma circunstância para conseguir falar com você. Não que não tenha sido incrível estar com seus amigos, mas é que eu não encontrei outra forma de conseguir entrar na escola.

Ren confessou com uma fissura de vergonha, como se o pretexto fosse bobo. Uraraka relaxou os ombros.

— Eles não iam me deixar sair mesmo e também não te deixariam permanecer aqui sem um motivo plausível, portanto a sua ideia foi excelente. — ela teve que reconhecer. — Mas você poderia ter me ligado, sabe? Mandando uma mensagem. Poderíamos ter resolvido isso e você nem teria passado pelo cansaço de ouvir o Bakugou.

— Eu sei, é só que... — ele deu um passo para mais perto dela. — eu queria muito te ver. E quando surgiu aquela notícia, eu soube que precisava fazer isso urgentemente.

flame [𝑏𝑎𝑘𝑢𝑔𝑜𝑢 x 𝑢𝑟𝑎𝑟𝑎𝑘𝑎]Onde histórias criam vida. Descubra agora