Wake me up

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Lauren POV

Acordei sentindo um peso do meu lado direito. Abri os olhos, lentamente me acostumando com o brilho do sol que entrava no quarto. Eu não precisava necessariamente olhar para o lado pra saber quem estava ali, pois o seu cheiro e o braço fino agarrado a minha cintura denunciava sua identidade.

Camila.

Eu senti sua falta ontem à noite e, num ato de impulso – e saudades – eu me dirigi até sua casa, mandando apenas uma mensagem de textos aos meus pais assim que cheguei em frente à sua casa. Eu não sabia se ela ia me aceitar aqui, mas pelo fato de nós não estarmos brigadas e de não haver nenhum motivo aparente para que ela me recuse, eu avisei meus pais antes mesmo de ligar pra ela.

Hoje era o dia do show do The 1975, mas eu não iria poder passar o dia com ela porque ia ajudar meus irmãos a limpar a casa, já que meus pais disseram que nós nunca mais o fizemos e a casa estava totalmente empoeirada e com algumas – poucas – teias de aranha.

Eu disse que tudo bem, até porque a missão de limpar a casa enquanto nossos pais trabalham – apesar de hoje ser sábado – sempre foi nossa e não era agora que isso ia mudar.

Virei um pouco para o lado para constatar que já estava relativamente tarde e que, apesar de Camila ser linda dormindo, nós precisávamos levantar. Mas não precisamente agora.

Levei minha mão livre até seu rosto e mexi um pouco em seus cabelos, o tirando de seus olhos. Sua expressão era de tamanha plenitude e eu não pude conter o sorriso que apareceu nos meus lábios. Passei meus dedos levemente em seu lábio inferior que estava separado do superior, fazendo com que uma respiração leve passasse por sua boca.  Eu tomava cuidado para não acordá-la nesse momento, até porque seria ruim ela acordar e me pegar olhando pra ela dessa forma. Sorte a minha Camila ter um sono pesado.

Não sei quanto tempo passei a olhando e fazendo carinho em seu rosto com um sorriso idiota nos lábios, mas não percebi que a porta havia sido aberta e uma Sinu de robe branco aparecia na brecha da porta com um sorriso orgulhoso e carinhoso nos olhando.

— Quando Camila acordar avise-a que o café está na mesa e desçam. — Ela falou em tom baixo para não acordar a filha. — Ah, bom dia, Laur.

— Bom dia, tia. Eu já vou acordá-la e nos iremos descer. — A respondi com um sorriso tímido por ela ter me visto babando na filha dela.

Apesar de nós supostamente namorarmos, eu fiquei envergonhada de Sinu ter me visto olhando dessa forma pra sua filha. Até porque quem estava olhando pra Camila não era “Lauren, a falsa namorada”, era eu. “Lauren, a idiota secretamente apaixonada por Camila, sua melhor amiga, que não a via como mais do que isso”, e apesar de Sinu não saber que há uma diferença, eu sei é isso me deixou constrangida e completamente exposta.

Resolvi que era hora de parar de debater internamente sobre meus sentimentos e acordar Camila e descermos para tomarmos café.

— Camila... — A sacudi levemente, em uma tentativa – fracassada – de acordar aquela pedra que ela Camila dormindo. — Camz, acorda. — Beijei sua testa, e passei meu dedão em seu pescoço em um carinho. — Camz! — Falei um pouco mais alto, mas nada de Camila acordar. Mordi sua orelha, sua bochecha e quando dei uma leve mordida na ponta de seu nariz, ela o franziu e soltou uma risadinha rouca.

— Você pega pesado. Me deixa dormir mais um pouco... — Ela apertou mais minha cintura e escondeu o rosto no travesseiro novamente e trouxe sua mão livre na direção do meu rosto, empurrando sem muita força. Ri de sua atitude infantil e tentei novamente fazê-la se levantar.

— Cam, vamos lá, nós precisamos descer. Sua mãe já veio aqui pedir para que nós nos juntássemos a eles no café. Vamos logo... — Tirei seu rosto do meio do travesseiro, mas ela se manteve de olhos fechados. Tudo bem, vamos apelar.

My fake girlfriendOnde histórias criam vida. Descubra agora