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MARATONA 1/4

LIA KRISTEN SANCHEZ

ME DESCULPA EU NÃO QUERIA..— levo mais um soco na cara e caio de bruços no chão.

— VOCÊ VIU A GRAVIDADE QUE VOCÊ FEZ!? — Thomas segura meu braço e berra contra meu rosto.

Já é o terceiro soco que levo, sem contar os chutes, pontapés e socos no estômago, estava fraca, meu sangue escorria de meu rosto. Thomas me puxa pelo braço me arrastando para o banheiro, chegando lá ele retira minha roupa e me joga dentro da banheira e liga a torneira fazendo a água gelada ir em contato com minha pele machucada. Me encolho de frio mas Thomas faz questão de me empurrar para que meu corpo sinta a água fria por completo.

Não sei o que faço com você..

Evito contato visual com esse monstro.

— olhe para mim quando eu estiver falando! — ele vira meu rosto para si e aperta meu maxilar. — saia.

Ele me puxa com brutalidade para fora da banheira e me arrasta de volta para o quarto, sem ao menos me secar, ele me joga contra a cama. Thomas vai até o closet e volta com uma mala cheia de roupas minhas, o olho sem entender. Ele retorna para o cômodo que estava antes, volta e joga uma roupa em mim.

— vista-se, agora. — dito isso, ele se retira do quarto.

Me visto a roupa que ele me entregou, é um  conjunto bege de lã. Me levanto e gemo de dor colocando a mão em minha costela, acho que havia fraturado algum osso nessa região. Caminho com dificuldade o closet e calço um tênis, me olho no espelho e me assusto com o que vejo, mas..ter esses hematomas não era mais novidade para mim.

Volto para o quarto e me sento na cama, olho para os lados em busca do meu aparelho telefônico para ligar para polícia, sei que o celular estava sendo vigiado por Thomas mas ele não iria ficar de olho nele agora. Vejo Thomas entrar e suspiro frustrada, ele está com um sorriso maligno espantado em sua fase nojenta.

— Queria, me fale o que você quer, pode pedir qualquer coisa. — Diz parando em minha frente com suas mãos no bolso da calça.

— Stormi. — me levanto rápido porém caio de volta na cama. — minha filha, eu quero minha filha.

— seu pedido é uma ordem. — fala tranquilo e me levanta.

Saio do quarto com Thomas segurando minha cintura para eu não cair, paramos na frente do quarto de minha filha. Thomas abre a porta lentamente, meus olhos começam a ficar marejados, minha raiva cresce dentro de mim ao ver Laura segurando minha filha em seus braços como se fosse a mãe dela.

— Ei, você..— tento me aproximar mas Thomas me agarra por trás. — Solte minha filha agora! — sinto minha voz embargar.

Tento me soltar para pegar minha filha mas é inútil, Laura me olha com um sorriso deboche e logo deposita um beijo na testa de minha filha que estava dormindo.

— Por favor Thomas..— me viro para o homem e aperto sua camisa com minhas mãos. — Eu quero tocar nela, por favor. — falo entre soluços.

Thomas não diz uma palavra sequer, apenas fica sorrindo travesso, bato em seu peito mas o mesmo seguro meus pulsos com força e me olha sério.

— Ela não é mais sua filha, ela parou de ser faz horas, agradeça por mim não levá-la para um abrigo, minha nova esposa. — sorri olhando para Laura. — disse para mim não fazer isso porque se encantou pela menina, e se ofereceu para ser a mãe e quem sou eu para desaponta-la?

— SEU DESGRAÇADO, ME SOLTA EU TE ODEIO. — tento me soltar mas Thomas me prende contra a parede.

— tira ela daqui amor, vai acordar nossa filha. —- escuto a irritante voz daquele que chamei de amiga.

— SUA FILHA UMA OVA, SOLTA MINHA FILHA SOLTA ELA. — Thomas tampa minha boca e bate minha cabeça com força contra a  parede.

Escuto o choro de minha filha acoar pelo quarto, vou caindo lentamente para o chão logo chocando meu corpo no mesmo, sinto minha visão ficar turva meus olhos amolecer e tudo ficar preto.

[•••]

Acordo já sentindo um forte cheiro de sangue, coço meus olhos e olho em volta e não..eu estava no mesmo lugar quando Thomas me deu um tiro na perna. Começo a chorar novamente, corro até a porta mas caio com tudo no chão empoeirado, olho para meus pés e choro mais ao ver que estou acorrentada. Volto para o mesmo lugar e me sento na cama, levanto meu pé e tento tirar a corrente mas foi inútil, me encosto na parede e abraço minhas pernas.

Preciso sair daqui...

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