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MARATONA 2/4

LIA KRISTEN SANCHEZ

Acordo novamente e me assusto com a fisionomia de Thomas em pé do meu lado, levanto com raiva e começo a dar socos em seu peitoral.

— Me tira daqui Thomas, me tira daqui! —  digo nervosa.

— Quem disse que eu vim pra te tirar? — sorri e anda até uma mesa velha. — vim te trazer o que comer, não ia achar que eu ia deixar minha esposa morrer de fome..

— Por favor, eu preciso ver minha filha..— minha visão fica turva devido as lágrimas.

— Como eu disse. — fala virado de costas. — Ela não é mais sua filha.

— Ela saiu de dentro de mim e sim, ela é minha filha e ninguém vai tirar esse direito de mim! — corro em seu direção mas caio de bruços naquele chão sujo por causa das correntes em meus pés.

— Meu amor..eu posso tirar o que quiser de você. — se vira e agacha em minha frente e joga o bolo no chão.

— Coma.

— N-Não..— Olho pro bolo que agora estava sujo de terra.

— Ou você come..ou eu tiro sua roupa e chamo meus empregados para se divertirem com você, vai ser um prazer ver sua pele machucada sua buceta inchada e sua cara cheia de porra. — fala tranquilo e sorri acariciando meu rosto.

Sem pensar duas vezes pego o bolo imundo de terra e começo a comer, lágrimas começam a molhar meu rosto, começo a engolir aquele troço sujo.

— Boa garota..— beija minha testa e se levanta. — Talvez eu volte para trazer a janta não sei, ou peço para alguém trazer porque hoje eu e Laura iremos fazer um programa em família com nossa filha.

— ELA NÃO É SUA FILHA, ELA É MINHA FILHA SEU DOENTE PROBLEMÁTICO, EU VOU ACABAR COM VOCÊ THOMAS, EU VOU ACABAR COM VOCÊ SEU FILHO DA...— levo um soco em minha fase e caio novamente no chão.

— Nunca mais me faça essas ameaças que nunca irão acontecer sua vadia. — me segura pelo cabelo e me levantou e logo em seguida me joga na cama.  — eu tenho dó de você Lia..minha ratinha imunda.

O homem beija minha testa e assim sai do chalé, me deito naquela cama suja e abraço o travesseiro com toda minha força, choro rios de lágrimas e penso na possibilidade de algum dia conseguir fugir e pegar minha filha de volta. Medo de não a ver crescer, medo dela começar a chamar Laura de mãe e me esquecer, medo dele envenenar minha filha contra mim..e o mais medo..de nunca mais vê-la.

[•••]
19:00 da PM

Thomas é um retardado mesmo, ele trouxe minhas roupas para que eu não fique sem tomar banho mas e acorrentou, bicho burro do caralho. Ando até minha bolsa e pego outra blusa, tiro o moleton que estava e substituo pela blusa. Amarro meu cabelo num rabo de cavalo e me sento na cama olhando para o quarto. Última vez que vim aqui estava com um puta cheiro de sangue.

A fome começa a crescer dentro de mim, o frio entra em contato com minha pele torturando a mesma, me encolho na cama na esperança de me aquecer, lembre-se do meu moleton que havia tirado e pego de volta logo colocando, escuto um som de carro acoar. Levanto e me aproximo da janela fechada com uma fechadura enferrujada.

Escuto passo no andar de baixo, corro para minha cama e fingo dormir. A porta se abre e a pessoa se aproxima de mim, encosta suas mãos em meu rosto e logo escuto outro passo entrar no quarto.

— Tira a mão dela seu idiota! — ouço a voz estranha do cabanga de Thomas.

— Mas o chefe não está aqui.. nós devíamos..

— Não! Saia de perto dela, só viemos deixar comida e água para a senhora Lia. — sinto o outro cara chegar perto de mim e soltar meus pés da corrente.

— O patrão te deixou fazer isso!? — pergunta o outro.

— Sim, ele pediu para deixa-la solta aqui, mas com segurança máxima. — ele se levanta e sai do quarto junto com o outro.

Levanto aliviada e olho para meus tornozelos, estão roxos com um tom avermelhado. Por "pouco" tempo que fiquei acorrentada não era para fazer esse hematoma tão grande, mas sou fácil de ficar marcada. Caminho até a mesa e tomo quase toda água que havia no cantil, pego o sanduíche de frango e ataco como se fosse a primeira vez que estava comendo.

Depois de matar quem estava me matando, abro a porta lentamente, tudo estava escuro apenas com a luz da noite para dar algum tipo de luz, amanhã eu investigo esse chalé.

[•••]

7:35 da AM.

Acordo disposta a encontrar algo nesse lugar, levanto vou até o banheiro e faço minhas higiene matinal, volto e desço as escadas. Nada de novo, tudo velho os móveis da década de 60 lençóis brancos empoeirados e as janelas firmemente reforçada com várias fechaduras. Ando até uma estante com vários livros, estou preste a pegar um livro quando escuto som de carro estacionando. Corro para cima, fecho a porta do meu então quarta e me deito na cama, Thomas entra com aquele tipo sorriso sínico estampado em sua cara horrorosa.

— dormiu bem amor? — pergunta se sentando no pé da cama.

— Como uma pedra. — falo irônica.

— Que bom, pedi para Jorge te tirar dar correntes, sei que não vai conseguir sair daqui. — acaricia meu tornozelo machucado. — Vim pra trazer uma compra completa para você, comprei o que vai precisar para dois meses, depois peço para trazerem coberta e um material de limpeza.

— esse era meu quarto. — se levanta e olho em volta. — mas não fiquei aqui por muito tempo, quando meu pai matou minha mãe nesse lugar, tivemos que mudar o mais rápido possível.

— o que!? — fico com os olhos arregalados olhando para sua face que estava tranquila. — Me tira daqui agora, sabe que tenho medo dessas coisas!

Thomas começa rir e passo a mão em seu rosto.

— Relaxa querida, morreu tanta gente nesse lugar que que já perdi a conta. — fala enquanto da altas gargalhadas.

Olho incrédula para o homem, como ele pode ser tão frio em achar aquilo engraçado, Thomas era doente..

— Já vou indo, qualquer coisa tem coisas lá em baixo para comer. — se aproxima de mim e deposita um beijo molhado em minha bochecha e assim se retira.

Limpo minha fase com a palma da mão no local aonde ele beijou, eu sinto um profundo nojo dele, eu aprendi a odiar ele mais que tudo nessa vida, sei que vacilei em fazer aquilo, agora estou sofrendo as consequências..eu tenho que bolar outro plano logo!

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