festas e discursos

590 88 92
                                    

"somethin ain't right when we talkin"

Meu humor estava ótimo. Acordei bem cedo e me arrumei. O café da manha junto com minhas irmãs foi muito tranquilo, exceto por Tsukishima que reclamava de uma dor de garganta e me culpava por ter feito ele ficar doente por causa do lago ontem a tarde. Os preparativos para o jantar foram cansativos, porém muito promissores. Eu estava realmente animado.

- Então, irmão, você vai me contar o que está acontecendo entre você e o loirinho? - Kiyoko quebra o silêncio enquanto caminhávamos juntos até o salão onde aconteceria o jantar.

- Não entendi, irmã. - dou um sorriso bobo.

- Não se finja para mim. Você diz que o odeia, mas passam tempo demais juntos para quem sente ódio eterno.

- Nós só estamos começando a nos entender. Eu também converso bastante com o senhor Tanaka.

- Não é a mesma coisa.

- Kiyoko, você está vendo coisas onde não existem. Aliás, ele não estará por perto por muito tempo.

- O que você quer dizer?

- Não darei a benção para ele se casar com Yachi. Ele não a merece.

- Hum. Sei. Tudo bem, então.

Sorrio novamente e começo a murmurar uma melodia de música qualquer. Quando chegamos ao salão, começo a cumprimentar todos que via pela minha frente. Havia três mesas enormes com incontáveis assentos formando um U no salão. Em um degrau mais alto, havia uma mesa reservada para mim, minhas irmãs e Tsukishima. O som dos músicos ensaiando preenchia o local junto com o cheiro delicioso da sopa que seria servida. Alguns dos súditos já começavam a chegar, todos atentos e curiosos.

Quando percebo Tsukishima afastado no canto observando o movimento, vou até ele.

- Boa tarde, Tsukishima. Com está se sentindo hoje?

- Péssimo - o loiro diz com mal humor, a voz ainda rouca por conta do resfriado.

- Tomou o chá que eu te falei? Vai fazer você se sentir melhor.

- Desde quando você se importa com meu bem estar? - ele retruca.

- Só não quero que você saia espalhando essa doença para meus súditos, só isso - sorrio.

- Você é insuportável.

- Você é mais ainda - dou um soquinho no ombro dele, fazendo-o ficar mais bravo que já estava. - Tsukishima Kei. Pare com essa cara, você não vai estragar meu bom humor em hipótese alguma.

- Senhor? - ouço uma voz tímida me chamando e me viro, encontrando a mesma garotinha da vila segurando flores que claramente eram da decoração.

- Oi! - me abaixo para ficar na sua altura - Você ainda se lembra de mim? Que legal!

Ela assente.

- Minha mãe disse que eu deveria agradecer a você - ela explica.

- Que gentileza a sua, senhorita - sorrio. Ela estende os braços na minha direção e eu a pego no colo. - Ela não é adorável? - pergunto a Tsukishima.

- Ela tem a mesma cara que as outras crianças, nada de especial.

- Oh, não escute o que ele diz. Ele é um homem chato.

- Chato! - ela exclama, sorrindo. O loiro revira os olhos e cruza os braços. - Para você - ela estende o braço, me entregando uma flor.

- Muito obrigado! Você sabe que flor é essa? - a garotinha balança a cabeça negativamente - Chama-se cravo. As minhas flores de cravo favoritas são essas, as brancas. Sabe o que significa, Tsukishima?

a última dança - tsukkiyamaOnde histórias criam vida. Descubra agora