dívida

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"Sometimes

I swear I think you hate me"


O cheiro de álcool invadiu minhas narinas no exato momento que atravessei a entrada do estabelecimento. Tsukishima parecia mais acostumado a um lugar como aquele, então sai andando na frente e escolhe uma das mesas redondas para ficarmos. Quando me sento, uma mulher vem nos atender.

- Traga duas das cervejas mais caras que você tem, hoje o duque vai pagar a conta - o loiro anuncia com um sorriso de lado.

- Eu não lembro de ter concordado com isso - resmungo.

- Pare de ser assim, você tem mais dinheiro que todos nós juntos. Pode trazer - ele diz para a moça, que se afasta em direção ao balcão.

- Então - suspiro, tentando esconder a irritação - É sua primeira vez na cidade? Não lembro de ter te visto por aqui antes.

- É. 

- E você tá gostando?

- É normal, como todas a outras que já fui - a mulher chega com as canecas de cerveja e deixa na mesa. Puxo uma delas na minha direção e dou um gole.

- Aqui é minha cidade preferida, minhas irmãs também gostam bastante.

- Ah - ele dá um gole na bebida dele.

- Você realmente não vai se esforçar em conversar? Vamos, diga alguma coisa! - mando, com a voz cheia de impaciência.

- Não tenho nada para dizer, você quem quis me trazer para cá, duquezinho. - Tsukishima responde com deboche na voz e eu me seguro para não levantar e ir embora.

Do que adianta ser um rostinho bonito se é extremamente arrogante?

- Ok. Então eu vou falar. Hum, ah tem esse dia! - me animo - Quando eu era mais novo, bem criancinha, era fascinado por cavalos. Mas meu pai nunca deixava eu andar à cavalo porque além de eu ser muito novo, tinha que focar nas reuniões e administração e tudo. Porém, um dia, o conde Bokuto estava na minha casa, já que nossos pais estavam resolvendo assuntos importantes juntos, e nós fugimos e corremos para o estábulo e imploramos para os homens que cuidavam dos cavalos deixar nós andarmos! Eles colocaram a gente no cavalo e subiram juntos, é claro, já que era nossa primeira vez. Mas foi tão emocionante, o vento no rosto, a velocidade! Até hoje Bokuto acha que ele que estava conduzindo, e não o instrutor! Pra falar a verdade, bem que parecia, eles deixaram nós segurarmos o cabresto e tudo. - Tsukishima me encara com tédio e eu diminuo o ritmo da minha história enquanto apago meu sorriso animado, me sentindo um incômodo de repente. - E... Hum... E você, gosta de cavalos?

- Eu não ligo - ele responde.

- Ah... Sim, eu entendo. - desvio o olhar, focando na minha cerveja.

Naquele momento, eu só queria ir embora. Que péssima ideia a que eu tive. Por que eu sou assim, agindo sem pensar? Insistindo em alguém que nem quer minha presença?

- Que bom ver meu irmão e o duque Seymour sendo bons amigos! - Akiteru, que já puxava uma cadeira, se junta a nós na mesa. - Tudo bem, querido duque?

- Melhor impossível - dou meu melhor sorriso fingido, exalando confiança. Tsukishima, por outro lado, pareceu encolher os ombros.

- Ouvi dizer que meu irmãozinho está cortejando uma das senhoritas Seymour, estou certo? 

- Sim, as notícias voam - dou um sorriso cúmplice, pronto para falar mal do irmão mais novo do marquês.

- E as coisas, como estão indo? Meu irmão está sendo um bom cavalheiro?

a última dança - tsukkiyamaOnde histórias criam vida. Descubra agora