- Fim! - fecho o livro - O que achou da história de Aladim? - pergunto a Tsukki, que escutava atentamente do outro banco da carruagem com um sorriso no rosto. - A história foi tão boa para você estar sorrindo assim? - provoco.
- Só estou feliz. - ele responde. Dá de ombros e passa a espiar pela janela, observando a paisagem. Eu não posso evitar de abrir um sorriso também.
- Chegamos! - a voz do cocheiro ecoa e a carruagem para.
- Então, essa será nossa casa? - Tsukki pergunta, apontando para construção.
- É. - respondo. - Gostou?
Saio de dentro da carruagem. Os homens já retiravam as malas de dentro do veículo. A mansão era enorme e linda, localizada em um dos belos campos que minha terra tinha. A entrada estava decorada com flores e havia uma fila com todos os criados que cuidam da casa, incluindo a governanta.
- Senhor Seymour. - ela se aproxima de mim, fazendo uma reverência - Parabéns pelo seu casamento. Ficamos surpresos ao saber que foi feito as pressas. Sua bela esposa precisa de ajuda para sair da carruagem?
Com certeza a mulher estava atrás de fofocas, era evidente. Sorrio.
- Bem, na verdade não houve casamento. E não se trata de uma bela esposa, e sim de um belo rapaz.
A governanta arregala os olhos e leva a mão para o coração quando Tsukki finalmente sai da carruagem carregando meus livros. As outras pessoas se esforçam para conter a postura.
Cada um é apresentado a Tsukki e ele os cumprimenta sem muita cerimônia. Ele para ao meu lado e me olha, esperando.
- Bem... Podemos fazer um tour pela casa se estiver disposto. - me dirijo a ele.
- Eu estou cansado. Podemos deixar isso para outra hora?
- Sim. Sim, claro. Vamos, eu vou lhe mostrar o quarto.
Enquanto caminhávamos, eu mostrava uma coisa ou outra da decoração e da arquitetura. Tsukki parecia mesmo cansado, então deixo algumas das curiosidades de que eu gosto para depois.
Depois de alguns corredores, paro em frente da porta do meu quarto.
- Este é o meu quarto. - aponto - Bem... Nosso. - corrijo - Na verdade... Você pode ficar em outro quarto também, tem um aqui ao lado e é bastante confortável.
- Tadashi... Está tudo bem. Eu quero ficar no seu, se não houver problema.
- Certo, então.
Abro a porta. Entro no local: feliz por estar em um local familiar e agitado por estar dividindo aquele lugar com alguém novo.
As criadas deixaram tudo limpo e agradável. Havia roupas limpas no canto. As cortinas bloqueavam levemente a luz do sol. Haviam várias velas espalhadas, além de vinho e duas taças. Algumas rosas vermelhas decoravam o local. Era bastante romântico. Sorrio, as bochechas ficando vermelhas de vergonha.
Assisto enquanto Tsukki deixa os livros de lado e começa a tirar as botas.
- Vai tomar banho? - pergunto.
- Sim. - o loiro responde - Espero que a água esteja morna. Já estou prevendo a dor no corpo por causa da viagem.
- Você não é acostumado a viajar grandes distâncias não, é?
- Mal posso esperar para que inventem um meio mais rápido e eficiente de viagem. Não me importaria de me oferecer para a testagem.
Tsukishima tira sua blusa enquanto caminha para a parte do quarto separada por uma divisória fina.
- Bem, eu não vou deixar. Não é seguro. - o sigo.
- Covarde. Oh, a banheira já está preparada! - ele comenta com uma certa animação. Ele retira o restante da sua roupa e entra na água, soltando um suspiro relaxado.
Dobro as mangas da minha blusa até os cotovelos e me sento ao lado da banheira.
- O que está fazendo? - ele questiona, curioso.
- Shh, apenas relaxe. - pego um dos sabonetes - Olhe, esse é de Lírio - anuncio após sentir o perfume que emanava - Meu preferido.
Mergulho o sabonete na água e ensaboo minhas mãos. Em seguida, começo a esfregar nas costas de Tsukki, lavando-o. Ele solta um gemido, permitindo se relaxar. Ele realmente estava com os músculos tensos.
- Então, você é um artista - puxo assunto. Ele abre um sorriso.
- Não sou um artista. - Tsukki diz - Eu só gosto de desenhar e pintar coisas que me agradam.
- Ou seja, você é um artista. Um muito bom, devo dizer. - passo a ensaboar a região do pescoço e dos ombros.
- Que vergonha. Não gosto que as pessoas vejam o que eu pinto.
- Não devia ter vergonha, Tsukki. São lindos. Espero que você tenha trazido seus materiais, temos paredes o suficiente para pendurar seus quadros.
- Eu trouxe uma caixa cheia, na verdade - ele ri.
Passo a ensaboar seu peitoral. Me sento em uma posição que faça com que nossos rostos estejam perto o bastante para que eu o beije sem muito esforço.
- Eu quero que você me desenhe - peço, parando o que eu estava fazendo. Mantenho meu olhar no olhar dele.
- Eu já desenhei você. Várias vezes. Não que eu me orgulhe disso. - ele brinca.
Dou um sorriso ladino.
- O que eu quis dizer... Eu quero pousar para você. E aí quero que me desenhe. Depois quero que me ame, até não aguentarmos mais. E então, me ame de novo.
Dou um beijo no canto da sua boca, e outro nos seus lábios.
- Você é um homem cheio de ambição - ele diz, usando um tom de voz que me deixa louco.
- Tudo o que tenho é amor e desejo, milorde. - sussurro.
Ele sorri e se aproxima um pouco mais. Quando acho que finalmente vai me beijar, mergulha na banheira.
- Idiota! - rio.
Me levanto e pego uma tolha. Quando ele emerge, finjo uma expressão emburrada e ele dá uma gargalhada.
Rio junto.
Deus, como eu estou feliz.
Tsukki se levanta e se enrola na toalha que eu entrego. Reviro os olhos e começo a retirar minha própria roupa.
- Quer ajuda? - ele pergunta.
- Não. Vai descansar, amor.
Ele pisca com preguiça, abrindo um sorriso apaixonado. Me dá uma piscadela e volta para o quarto.
Quando termino meu banho e visto roupas limpas, o encontro encostado no parapeito da janela, observando a vista.
Este quarto, o principal da casa, tem uma vista para o jardim. É possível também ver o lago bem ao fundo e algumas árvores de Ipê, que estavam floridas. É realmente lindo.
Me aproximo dele e o abraço por trás, encostando meu queixo em seu ombro.
- Eu te amo. - digo.
- Eu sei - ele responde. Se vira e segura meu rosto com as duas mãos - Eu também te amo.
Tsukki se aproxima e me beija.
Ali, naquela casa perfeita, com a pessoa que eu amo e banhado pela luz do sol do fim da tarde; sinto como se tivesse vivendo um sonho, e um dos melhores.
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a última dança - tsukkiyama
أدب الهواةTadashi Seymour é duque mais cobiçado, principalmente depois que suas duas irmãs, Yachi e Kiyoko Seymour, entraram na temporada de casamentos após o seu incentivo com o objetivo de conseguir novas alianças para ajudá-lo a enfrentar a crise política...