preces

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"Lord forgive me for the things I've done
I was never meant to hurt no one"

 Tendou finalmente larga Ushijima, que começa seguir o rei de cabeça erguida. Tendou não se demora a segui-lo e, em segundos, só eu e Kageyama estavam na sala.

- Ei, Tadashi. Vamos, você precisar ir.

Eu ainda estava estático, encarando o lugar em que os dois estavam momentos atrás.

- Tadashi - Kageyama tenta outra vez. - Se levante.

- Não. Eu não vou. - consigo dizer.

- Você precisa ir. Tem coragem o suficiente para começar uma revolta, mas não tem coragem para enfrentar as consequências?

- Eu... Eu...

Kageyama agarra meu braço com força e me puxa de forma agressiva, fazendo eu e levantar e me dirigir até a porta.

- Para com essa merda. - ele diz, me empurrando - Não temos tempo para isso. O rei já desconfia o suficiente de você. Então para com isso e melhora essa cara, vamos. Melhore - o moreno me repreende com a voz cheia de raiva, que me faz ajeitar a postura e caminhar mais rápido em direção à praça da mansão.

Eu não conseguia pensar em nada, não olhava para nada e nem falava nada. Agia apenas automaticamente, pedindo que tudo isso fosse um pesadelo. Eu queria acordar o mais rápido possível. 

Acorde, acorde, acorde.

- Eu vou logo para a plateia, quero ter a melhor vista. Se recomponha, duque. - o visconde diz pela última vez antes de se afastar.

Percebo que a praça já estava a alguns metros de distância e havia muita gente ao redor do palanque. O rei já se sentava em um trono improvisado, conversando com Iwaizumi com um sorrisinho no rosto. Eu não sabia onde Ushijima estava. Quando chego a multidão, respiro fundo e me forço a erguer a cabeça.

- Ei, o que tá acontecendo aqui? - ouço uma voz familiar, mas nem me esforço em descobrir da onde vinha - Ei, duquezinho, responda - sinto um toque no braço.

- Eu... - balanço a cabeça negativamente enquanto olhava nos olhos do loiro. 

- Vocês foram descobertos? - ele diz com um tom de urgência ao perceber o que estava acontecendo.

- Meus súditos, companheiros e amigos. Hoje estamos aqui para punir um caso de traição a coroa - Oikawa começa, fazendo todos se calarem - Fico muito triste em ter que fazer isso. Minha confiança foi quebrada, meu coração chora pelo o que aconteceu. Um dos meus aliados, um importante conselheiro. É devastante. - as lágrimas de crocodilo de Oikawa começam a cair. Procuro por Tendou na multidão, que estava na primeira fila com o rosto impassível, apesar do pranto. - Ushijima Wakatoshi. Acusado por traição da coroa. Punição: morte na forca; segundo a lei do país que tanto amamos.

Ushijima finalmente aparece e se posiciona onde lhe é mostrado. Uma pessoa coloca a corda em seu pescoço.

- Não. - falo alto, fazendo com que Tsukishima olhe para mim.

- Últimas palavras? - o monarca diz.

- Meu único arrependimento foi não ter dito antes que te amava. Eu amo você - Wakatoshi diz em direção ao povo, mas eu soube para quem ele deixava essas palavras. Tendou cai de joelhos no chão.

- Não, eu não posso deixar isso acontecer - começo quando a multidão vai à loucura - A culpa é minha - começo a andar em direção ao palanque, mas sou impedido.

- O que você pensa que está fazendo? - Tsuishima diz, segurando meu braço.

- Me solte, Tsukki! Eu não posso deixar ele morrer! A culpa é minha, eu deveria estar ali! É meu sangue que deveria ser derramado, não o dele! - tento me soltar e correr, mas Tsukishima me agarra mais forte, me prendendo em seus braços.

a última dança - tsukkiyamaOnde histórias criam vida. Descubra agora