consequências

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"God, I wish that you had thought this through
Before I went and fell in love with you"


O clima dentro da carruagem chegava a ser constrangedor. Tanaka apenas olhava para as próprias mãos e Tsukki minuto ou outro perguntava o que eu estava escondendo. Eu, sem saber o que responder ou fazer, apenas balançava a cabeça. Mais ou menos quarenta minutos depois, desistimos de nos confrontar, então o resto da viagem foi feito em completo silêncio se não fosse os suspiros indignados do mais alto.

- Chegamos! - ouvimos o cocheiro dizer e a carruagem para.

- Uma clínica médica? - Tsukki pergunta assim que espia pela janela.

- Nós só vamos fazer algumas perguntas ao médico e depois podemos ir à taverna, o que acham? Me disseram que há uma ótima aqui nesta vila - respondo, apesar do frio na barriga.

Tanaka parecia nervoso e ansioso, assim como eu. Logo, sai do veículo e vai até o prédio.

- Tsukki - chamo, tocando levemente em seu braço - Promete que não vai ficar com raiva de mim?

- Se você me contar o real motivo de estarmos aqui... - ele responde.

- Só... Promete.

- Eu não posso prometer algo que não sei nem do que se trata, duquezinho. - o loiro murmura e sai da carruagem. Suspiro.

Juntos, entramos na clínica. Um homem baixo e magro nos olha quando atravessamos a porta.

- Me desculpem, mas já estou fechando! Podemos marcar para outro dia - explica.

- Você é o senhor Takeda, estou certo? - ele assente - Nós só queremos conversar. Meu nome é Tadashi Seymour, queremos saber sobre o marquês Tanaka. Parece que você foi o médico que cuidou dele quando estava doente, estou certo?

- Que merda...? - Tsukki sussurra ao meu lado, provavelmente se perguntando o porquê de eu trazer esse assunto a tona.

Meu coração bate mais forte, mas não havia como fugir. Precisava arcar com as consequências de Tsukishima descobrindo o porquê de estarmos ali. 

Odeio arcar com as consequências.

- ... Sim. Foi eu - Takeda confirma depois de uma pausa.

- Nós gostaríamos que o senhor nos contasse um pouco sobre seus últimos dias de vida. Por favor - tento sorrir.

- Ah. Bem, deixe-me lembrar. Faz tantos anos - o homem se senta - Ele estava com uma febre muito agressiva. Juro, tentei de tudo, usei todos os tipos de remédios e terapias que conhecia, mas nada adiantou. Rapidamente a doença avançou. O homem estava delirante. Não se podia acreditar em nada que ele dizia, pois não estava mais são.

- Então... Hipoteticamente, se ele fosse forçado a falar algo, ele falaria? Poderia ser facilmente alvo de um golpe, não? - Takeda une as sobrancelhas, claramente não gostando do rumo da conversa.

- Duquezinho, o que está acontecendo aqui? - ouço a voz de Tsukishima e depois a de Tanaka, que tenta acalmá-lo.

- Acredito que sim. - o médico continua depois de encarar nós três - Ele não estava consciente de nada. Pobre da criança, o filho dele. Acabava de perder a mãe e perdeu o pai alguns anos depois. Me pergunto se ele está bem.

Meu olhar para em Tanaka, que retribui o espanto.

- Como assim perder a mãe? - Tanaka se aproxima.

- O que? - o médico dá uma risadinha nervosa - Me desculpe, acho que ouviu errado... E-eu me confundi. Bem, era somente isso o que queriam?

a última dança - tsukkiyamaOnde histórias criam vida. Descubra agora