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"We're battling fear"

Uma semana havia se passado desde meu encontro desastroso com Tsukishima. Eu não o via mais, a não ser nas festas e bailes, onde ele cortejava minha irmã. O loiro não frequentava minha casa como antes e nem olhava no meu rosto. Toda essa situação era um pouco incômoda, apesar de eu me esforçar para ignorar.

- Milorde, apresento o senhor Tanaka - o mordomo entra no salão, interrompendo meus pensamentos.

- Claro, entre Tanaka! - me levanto e vou até ele - Chegou cedo hoje - sorrio.

Ele se aproxima de mim, com dois buquês nas mãos. 

- Obrigado, milorde.

- Oh, pode me chamar de Tadashi. Vamos, se sente. Daqui a pouco minha irmã deverá descer - nós dois nos acomodamos - Chá? - pergunto, apesar de já estar servindo.

- Sim, obrigado - ele pega a xícara e pires que eu ofereço. - Então, eu estava pensando... Você não precisa aceitar, é só um convite... Talvez eu possa chamá-los para um jantar em minha casa? Nesta sexta feira. - sorrio.

- Por que não? Será um prazer, aposto que minhas irmãs irão adorar também. - dou um gole no chá - Você não é da cidade, estou certo? Onde está morando?

- A umas três quadras daqui, em uma propriedade antiga do meu pai. Estou junto com meus primos, mas nesse dia eles não estarão lá.

- Ah, você veio com os primos. Eu os conheço?

- Suponho que sim. São o marquês Tsukishima e seu irmão. É meio embaraçoso, mas sou muito grato a eles. Depois que meu pai morreu e o meu primo Akiteru assumiu o título, ele não me expulsou como a maioria faz. Me acolheu e até hoje garante meu sustento. Eu sempre os acompanho nas viagens, por isso estou aqui na cidade.

- Entendo. Hum, deve ter sido um grande escândalo na época que seu pai faleceu e o marquês precisou assumir por você ser bastardo. Engraçado, eu não lembro de ouvir alguma coisa sobre isso. - pondero, me esforçando para lembrar de algum boato.

- Eu também não lembro muito. Eu era muito novo e o marquês não gosta muito de comentar sobre.

Franzo as sobrancelhas. Alguma coisa nessa história não me cheirava bem, mas talvez... Talvez eu só estivesse pensando demais. Quem sabe eu possa perguntar algo do Tsukishima quando ele voltar a falar comigo.

- Bem, - começo, trocando de assunto - Pode marcar nossa presença. - Tanaka abre um sorriso.

- Será um prazer receber sua família.

- Boa tarde, senhores. - a voz de Kiyoko inunda o salão.

- Boa tarde! - Yachi cumprimenta com animação.

- Boa tarde - respondo.

Nós dois nos levantamos e fazemos uma reverência a elas. Tanaka se aproxima e entrega um buquê para cada, recebendo sorrisos e elogios. Eles ficam conversando e eu volto a ler o jornal, tentando não pensar muito.

Minutos depois, os três saem juntos para visitar o jardim central da cidade. Sozinho, vou para meu escritório pensar. No caminho, paro em frente a um quadro do meu pai, que ficava no corredor.

As lembranças que eu tinha com ele não eram as melhores, mas foi ele quem me ensinou tudo o que eu sei. As vezes, gostaria que ainda estivesse aqui para me ajudar a carregar esse fardo. Queria mais um conselho, mais uma dica. 

- O que eu devo fazer... E se eu acabar morrendo... Minhas irmãs... - sussurro sozinho.

Minha melancolia é quebrada quando ouço uma risada familiar se aproximando pelo corredor.

a última dança - tsukkiyamaOnde histórias criam vida. Descubra agora