Quatro encontros com Min Yoongi

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a: queria aproveitar essa nota em especial para agradecer cada um de vocês que se preocupou comigo na última atualização, que mandou uma mensagem de apoio, de carinho, mesmo que eu seja só a pessoa que escreve uma história da qual vocês gostam. eu me senti muito querida, muito respeitada, e foi maravilhoso, e mesmo aos leitores que não mandaram comentários, eu agradeço MUITO que continuem lendo, porque me incentiva muito e me faz ter um motivo pra entender que é um dia após o outro e que ainda tenho esse espaço.

o dia que eu escrevi esse capítulo eu pensei muito em como ele aconteceria, em que formato, se ele seria um grande capítulo ou pequenos trechos, enfim... acabou ficando assim, acho que respeitei o momento dele.


I

A primeira vez que Yoongi ligou para o seu celular, Seokjin ainda estava na sala de reuniões com Namjoon falando a respeito de um casting para a uma nova loja de roupas de alta costura em Seul. A dona era uma verdadeira psicopata, exigindo um biotipo dificílimo de modelos femininas.

Seokjin estava avançando em sua experiência como um booker. A maior parte dos clientes fiéis da RM eram marcas e grifes que já conhecia bem e para as quais já havia desfilado e fotografado antes, porém um grande projeto estava em andamento e os novos rostos da agência precisavam ser colocados à prova.

Foi verdadeiramente exaustivo mapear os modelos novos e categorizar cada um deles. Era importante saber quem tinha potencial comercial, quem tinha potencial para a passarela e qual era o foco daquele biotipo: o rosto, o corpo ou a estética. O contato com modelos mais novos foi revigorante para Seokjin, apesar de cansativo. Todos o admiravam como a um mentor; ao saberem que estavam sob seus cuidados, meninos e meninas agarravam os celulares para avisar aos amigos e às mães ansiosas que apostavam em suas carreiras.

Para ser bom no que fazia, Seokjin precisava garantir que cada um daqueles rostos soubesse o que fazer: fotografar, se portar, se vestir, caminhar. Designers eram exigentes, as marcas e seus stylist não poupavam ninguém, portanto era natural que ele fosse obrigado a adotar certa rigidez. No entanto, não queria ocupar-se construindo uma personalidade terrível.

Muitos dos bookers que conhecera na vida eram completos filhos da puta, o tipo de canalha abusivo que recendia a lembranças ruins mesmo após dez ou doze anos sem ver seus rostos. Havia transado com muitos deles também, homens casados, cínicos, escrotos, que brincavam com intimidação e poder.

Por mais que fosse tentador de verdade criar uma persona cruel e instável para aquele trabalho, Seokjin queria ser mais do que alguém que coordenava dietas e fazia garotinhas de dezenove anos caírem no choro dentro de suas roupas íntimas. Homens assim nunca o ajudaram quando ele era jovem. O que realmente elevou sua carreira foi o treino exaustivo, os trabalhos menores, os milhares de nãos antes de todos os sim.

Todo bom modelo precisava ser treinado, coordenado e disposto, sem muitos dedos para trabalho algum — a frescura poderia vir depois, quando se tornassem Kim Seokjin.

Sua cabeça estava cheia de trabalho quando seu telefone tocou, mas ao ver o identificador foi como se tudo escorresse pelos seus ouvidos. Suas palmas formigaram contra o aparelho.

— Não vai atender? — perguntou Namjoon, encarando-o.

— Vou! — disse, se levantando com pressa — Com licença, Namu.

Deixou a sala de reuniões enquanto o celular ainda vibrava, recostou-se a uma parede e atendeu, o coração batendo forte em seu peito.

— Alô — disse, meio fora de tom, e odiou-se por isso.

Oi, magrelo. Estava pensando em você e resolvi ligar para saber se está livre hoje — murmurou Yoongi, do outro lado da linha — Vamos jantar.

faux fur ;  yoonjinOnde histórias criam vida. Descubra agora