a: essa é a última vez que vocês vão ver esse a de autora que também é A de Anna pelo menos por um tempinho, então vou usá-lo bem.
eu não sabia como seria esse epílogo até escrevê-lo, ele ficou parecendo um conto, mas pra quem gosta do point of view do Yoongi, acho que é um bom modo de nos despedirmos dele também, já que do Seokjin nós já nos despedimos no capítulo anterior. esse epílogo não tem a intenção de ser surpreendente, tem a intenção de ser íntimo, porque foi isso que ficamos: íntimos deles, durante toda a história até aqui. esperem pelos agradecimentos, mas comentem aqui também, finalmente eu vou marcar um "História Completa"! ainda tenho tanto a dizer.... Aproveitem, obrigada por TUDO. Até outro universo.
Geumjae lhe falara certa vez, exatamente dois anos antes de morrer, sobre os eventos cósmicos que os humanos nunca seriam capazes de ver com os próprios olhos. Um dos muitos que existiam, e sobre o qual Yoongi pensava constantemente, era o beijo de Vênus.
Vênus, segundo seu irmão, era um planeta extremamente inquieto para se observar. Em alguns momentos era uma estrela vespertina e se fazia observável ao entardecer, flamejante como uma bola de fogo no céu. Todo mês de junho, no entanto, seu curso mudava e Vênus rumava para se tornar a última estrela a se apagar ao nascer do sol.
Sua passagem era pouco sutil e o planeta se aproximava da Terra até o momento em que, de tão perto, acontecia o que se chamava, poeticamente, de beijo. Observadores incansáveis do céu como Geumjae nunca se cansavam de explicar como as coisas aconteciam.
Yoongi tinha apenas quatorze anos quando o irmão o deixou entrar em seu quarto e usar o telescópio pela primeira vez. Ele pensou que fosse ver o tal beijo, mas Geumjae lhe mostrou um céu infinitamente cheio e insuportavelmente vazio.
— Não vejo nada — disse Yoongi — Onde ele está? Vênus?
Geumjae sacudiu a cabeça.
— Não há como ver, mas as estrelas estão bonitas hoje — explicou ele — Veja, aquela é sua constelação. A de peixes.
Yoongi estreitou os olhos, mas não conseguiu entender o que via, afastando o telescópio do rosto. Irritava-o que tudo que era tão óbvio para Geumjae fosse tão pouco visível para ele. As estrelas, toda aquela conversa de beijo, os cometas e as constelações. Queria entender de onde aquilo vinha, mas tudo parecia ser fruto da imaginação de seu hyung.
Era fácil se irritar com Geumjae — e Yoongi passou a vida se arrependendo de tê-lo feito tantas vezes. Geum era calmo demais, esotérico demais, dono de um olhar espiritualista que só possuem as pessoas que não passam muito tempo nesse mundo. Com o tempo, entendeu que não havia como saber que seu irmão mais velho morreria no meio de sua adolescência, mas aqueles pequenos momentos que não soube aproveitar voltavam à sua mente constantemente, arranhando como uma ponta mal polida.
Na noite em que Geumjae tentou lhe mostrar as estrelas, Yoongi lembra-se de ter feito birra e demonstrado frustração, mas o irmão não se abalou por sua atitude e continuou a falar.
Naquela época, seu hyung tinha vinte e um anos. O cigarro que ele mantinha no canto da boca formava espirais de fumaça contra o céu da noite e Yoongi não deveria, mas achava aquilo muito bonito. Ele sempre tinha uma garrafa perto dos pés, um líquido transparente e de cheiro ocre que pungia em seu hálito e em seu suor. Ao contrário dos planetas que observava, Geumjae estava constantemente fora de órbita, os dedos gélidos nas engrenagens de seu telescópio.
— Por que essa cara, Yoongi? — perguntou.
— Não consigo ver merda nenhuma. Você está viajando.
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faux fur ; yoonjin
FanficJin é um modelo no exuberante cenário da moda de Seoul, mas seu imparável vício em cocaína o aproxima cada vez mais da decadência. Após um trágico acontecimento, Seokjin é colocado diante de seus melhores e piores sentimentos quando Namjoon lhe dá u...