A pele falsa

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a: esses últimos capítulos eu estou sinceramente usando pra escrever tudo de gostosinho e bonito sim porque a fic tá acabando e ela foi sofrida, mas não há fuffly que dure quando a autora sou eu. acabou que eu juntei os dois capítulos e ele ficou bem grande, mas bem resoluto, e partimos daqui para só mais um capítulo e eventuais extras (que vou abrir para o público porque estou aqui pra atender demandas).

mais uma vez, sério, obrigada por tudo, obrigada pelo incrível grupo de Faux Fur que foi criado no whatsapp em que eu conheci um pouquinho de vocês (pra quem quiser participar, só mandar um olá que a gente dá um jeito), e obrigada novamente pela consideração, pelo carinho IMENSO com a história, pelos comentários, pela diversão que vocês me trazem mesmo em dias como hoje em que eu trabalhei como uma jumentinha. tô muito cansada, mas não podia deixar vocês sem att! beijo, beijo! aproveitem!



Seokjin nunca gostou de usar anéis, desde que era muito jovem não possuía grande apreço pelo acessório. Anéis eram objetos que ele via na TV quando era criança, sendo postos nos dedos de mulheres doces. Ele via anéis ao redor dos dedos dos homens com quem dormia, e os via de novo nos dedos de suas mulheres ou maridos em restaurantes e recepções.

Com o decorrer dos anos, anéis começaram a representar algo que Seokjin nunca seria. Seus dedos vazios simbolizavam seu desprezo pelo compromisso falso, pela felicidade postiça cuja superfície ele ajudava a arranhar.

Porém, ao mesmo tempo que mantinha aquele ritual de nunca pôr ele mesmo um aro de ouro em seus dedos, secretamente torcia para um dia ser uma daquelas pessoas que mostrava aos amigos um lindo anel de noivado.

Aquela pequena vaidade criou raízes em seu corpo e ele a alimentava constantemente, mesmo sem perceber. Assim como a inveja, a vaidade também é daninha, perigosa, e ocupa mais espaço do que o suposto.

Naquela manhã, no entanto, Seokjin apreciou a visão de seus dedos vazios contra a luz do sol que vinha esticando-se infinitamente a partir da janela atrás da cama de Yoongi, formando padrões dourados contra seus móveis. Suas mãos compartilhavam o ar com pequenas partículas de poeira que brilhavam na luz, e ele as observou por um longo tempo, tentando encontrar o velho incômodo que o abatia, sem qualquer sucesso.

Agora eram só os dedos que Yoongi beijava sempre que tinha chance de segurá-los. Os dedos que acariciavam o cabelo dele durante beijos carinhosos e puxavam com força quando faziam amor. Não eram mais evidências de sua solidão patética, um detalhe que o denunciava.

Moveu-se na cama, espreguiçando. Yoongi havia acordado mais cedo e lhe deixado um beijo perto da orelha — único motivo que o impedia de estar chateado por estar sozinho naquela cama.

Houve tempo de procurar a camisa e se olhar no espelho, onde estudou devagar as marcas no pescoço, colo, até chegar nas que se pintavam em suas coxas. Mesmo desalinhado e com os olhos ligeiramente inchados de sono, Seokjin se sentiu atraente.

Do lado de fora, Yoongi ouvia rock num volume mediano, alto o suficiente para que chegasse na cozinha, do outro lado do pequeno apartamento onde ele já se escondia dentro de suas roupas do dia, fazendo Seokjin se irritar com aquele jeans velho e a camisa preta que cobria seus ombros.

Envolveu a cintura dele com os braços, inspirando o cheiro de banho recente e o shampoo que tanto adorava em seu cabelo úmido.

— Darling... — cumprimentou, com a voz sonolenta.

— Já acordou, magrelo? — disse, acariciando os braços de Seokjin com afeto — Quer café?

— Uhum — disse, se afastando para sentar-se na mesa de quatro lugares que Yoongi tinha em sua cozinha — O que está ouvindo?

faux fur ;  yoonjinOnde histórias criam vida. Descubra agora