#AtéSeQueimar
Como já esperava, visto a maneira com a qual o loiro pareceu afetado diante de si desde o início, o mais alto sorri satisfeito ao sentir os dedos pequenos em contato com os seus. Ele segura devidamente a mão alheia e o guia escadaria acima, sentindo as costas grandes, cobertas pela camisa de botões fina na cor preta, queimarem com o olhar atento do outro.
Park Jimin chega ao piso superior, onde encontra dezenas de pessoas, homens e mulheres, sentados em sofás assistindo as performances que se sucedem nos pole dances. Alguns homens de terno bebem e fumam, enquanto mulheres de vestido e maquiagem conversam e sorriem entre si. Todos a uma distância considerável dos artistas frente a eles. Mais para a esquerda, há algumas mesas de jogos, todas lotadas e com uma grande quantidade de dinheiro sobre elas. Logo adiante, há bares brilhantes e finos, bem mais chamativos que os lá de baixo.
A boate já parecia tão elegante no primeiro andar, porém o segundo evidencia ainda mais o público alvo do local: não são só vampiros, mas pessoas com muito dinheiro, no geral.
- Ele te machucou? - Ainda meio distraído com tudo, Jimin ouve a mesma voz rouca de instantes atrás ao seu lado, tomando sua atenção e arrepiando a nuca.
Que patético, o tatuador pensa consigo.
- Não, tudo bem. - Ele balança a cabeça em negação, nenhum pouco interessado em perder a atenção do homem para algo que já passou.
- Aceita um drink? Por minha conta, é claro. - O moreno olha para o Park de soslaio, um riso mínimo nos lábios ainda fechados.
- Vou aceitar.
Ambos se aproximam do bar movimentado e luminoso, sentando-se nos bancos altos, um ao lado do outro.
- Gosta de bourbon? - o mais alto pergunta, colocando os braços apoiados no balcão.
- Leu a minha mente. - Claro que esse não seria especificamente seu pedido, mas ainda não foge do gosto do Park.
- Um bourbon para ele e o de sempre para mim, querida. - A garota que caminha para lá e pra cá com os copos nas mãos, logo atrás do balcão, assente ao pedido do homem e vai em direção às prateleiras repletas de bebidas.
Enquanto suas bebidas não ficam prontas, nenhum dos dois inicia um diálogo. Jimin parece entretido demais com todas as luzes e detalhes ao redor, contudo, o olhar persistente e fixo do outro sobre si transforma todo o local, com sua elegância sem fim, em algo entediante e frívolo.
Como resposta ao interesse explícito, Jimin finalmente o olha de volta, e é quando se permite encará-lo em detalhes que consegue ter a certeza de que ele é o homem mais lindo no qual já colocou os olhos: sua boca é como se fosse a personificação da tentação, com os lábios entreabertos e rosados; o maxilar marcado e chamativo. Mas o que desperta o sentimento de curiosidade no Park é um desenho que encontra escapando pela gola da camisa de botões preta que o homem traja: há uma cobra ali, algumas rachaduras em volta de sua extensão, como se ela estivesse deslocando-se de dentro do corpo para fora. Não dá para saber onde ela começa e isso, de certa forma, atiça a curiosidade de Jimin.
Ele queria poder ver até onde o desenho vai.
Ao mesmo tempo, não é uma arte totalmente desconhecida, mas não consegue se lembrar de onde a viu antes.
A bartender chega para tirá-los do transe e posiciona as bebidas frente a eles. O copo de Jimin está preenchido com um líquido laranja, quase cobre, e a taça do mais alto contém uma bebida roxa, um tom tão escuro que é impossível ver seus dedos segurarem o objeto do outro lado.
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Olhos Rubi • jikook
RomanceO líder dos Bloody Blood, Jeon Jungkook, conhecido por todos como Ruber, era uma incógnita. Ninguém compreendia como um vampiro conseguiu erguer um império e se tornar uma das pessoas mais poderosas e temidas de Las Vegas. Park Jimin, em meio ao emb...